A pedido de Mabel, senador Kajuru anuncia 70 milhões em emendas para saúde em Goiânia

O senador Jorge Kajuru (PSB) anunciou a destinação de R$ 70 milhões em emendas parlamentares para a saúde pública de Goiânia, atendendo a um pedido do prefeito eleito, Sandor Mabel (UB). O recurso, segundo Mabel, deverá ser utilizado para melhorar as unidades de saúde, adquirir medicamentos e abrir novos leitos, além de outras demandas do setor, que enfrenta uma grave crise durante a gestão do atual prefeito, Rogério Cruz (SD).

“O dinheiro é para que possamos começar o ano tendo esse dinheiro na saúde para comprar remédios, melhorar as unidades de saúde, abrir mais leitos. É uma notícia espetacular. Vou dormir feliz hoje, muito mais feliz”, declarou o prefeito eleito. Mabel, apesar de não ter assumido a gestão oficialmente, tem se mostrado muito mais ativo que o prefeito Rogério Cruz, que raramente tem feito alguma aparição pública. Após algum tempo sumido, Cruz apareceu em coletiva de imprensa na última quarta-feira, 27, para justificar as prisões de dois secretários de saúde, além de um diretor financeiro.

Kajuru destacou que o valor foi assegurado graças ao seu relacionamento com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além disso, o senador ressaltou que este é o início de um esforço para contribuir com a saúde pública na capital e que novos repasses poderão ser realizados apenas a partir de fevereiro de 2025, porque a atual gestão pode desviar o dinheiro. “Isso é só o começo, vão roubar mais ainda. O rombo da saúde é enorme. Só eu consegui esse recurso, com exclusividade para Goiânia”, afirmou.

O montante chega em um momento de grande demanda no sistema de saúde da cidade, que enfrenta dificuldades financeiras e estruturais. Até o momento, apesar da possibilidade dos dados serem subnotificados, 5 pessoas e uma criança morreram por falta de leitos de UTI.

Entenda para onde foi o dinheiro da saúde

Presos nesta quarta-feira, 27, os alvos foram da operação do Ministério Público de Goiás foram: Wilson Modesto Pollara, Quesede Ayres Henrique e Bruno Vianna Primo, apontados como membros de um esquema que desviava recursos públicos destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo o MP, os investigados direcionavam pagamentos irregulares a determinados credores, violando a ordem cronológica de quitação e prejudicando outros fornecedores e instituições hospitalares.

Conforme a promotoria, os repasses federais para serviços hospitalares e ambulatoriais, que somam cerca de R$ 50 milhões mensais, estavam sendo manipulados e, em muitos casos, nem sequer chegavam aos hospitais conveniados. Essa prática gerou uma dívida acumulada que ultrapassa R$ 300 milhões e comprometeu serviços essenciais, como cirurgias e a colocação de marcapassos.

O promotor explicou que estão sendo apurados, até o momento, os crimes de concessão de vantagens em contratos com a administração pública e pagamentos irregulares com violação da ordem cronológica, previsto no artigo 337-H, do Código Penal (CP), e de associação criminosa, descrito no artigo 288 do CP. Mas ressalvou que a apuração poderá vir a indicar outras condutas criminosas.

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