Obras vandalizadas na tentativa de golpe do oito de janeiro de 2023 retornam à Praça dos Três Poderes

Nesta quarta-feira completam dois anos dos ataques golpistas que aconteceram na Praça dos Três Poderes, em Brasília, no dia oito de janeiro de 2023. Nesta data, um grupo de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiu as sedes dos prédio oficiais da capital federal e destruiu patrimônio histórico. Hoje, o atual Governo Federal organiza ato simbólico em defesa da democracia e, para marcar a data, uma série de obras que foram destruídas dois anos atrás retornam para a Praça dos Três Poderes restauradas. 

O ato, que conta com a presença do presidente Lula (PT), acontece no Palácio do Planalto. Representando o senado na solenidade temos o Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), vice-presidente da Casa. Já o Supremo Tribunal Federal (STF) envia seu vice-presidente Luiz Edson Fachin como representante. Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, não confirmou presença. Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, e o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF, já informaram que não participarão.    

Parlamentares de todo o país, comandantes das Forças Armadas e entidades sindicais se somam ao movimento organizado pelo Governo Federal. Vale lembrar que no ano passado, o STF e o Congresso organizaram atos para marcar um ano dos ataques. 

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Obras restauradas

A primeira parte do ato organizado pelo Executivo Federal é a reintegração das obras destruídas em 2023. Marcada para às 09h30 desta quarta-feira, 8, a reintegração do acervo do governo traz 21 obras restauradas após o vandalismo dos golpistas. Peças como  um relógio de pêndulo do século XVII,  uma ânfora portuguesa em cerâmica esmaltada e o relógio de D. João VI são destaque. 

Para reforçar a importância da manutenção do acervo histórico, o Governo Federal destacou a dificuldade de recuperação desses itens. Foi preciso montar um laboratório no Palácio da Alvorada para restauração das peças e, algumas delas, tiveram que ser enviadas para o exterior para conserto. Um exemplo dessas peças é o relógio feito por Balthazar Martinot, relojoeiro francês, que foi trazido para o Brasil pela corte portuguesa no século XIX. Essa peça histórica teve de ser enviada à Suíça para reparação devida, já que conta com um bronze que não é produzido há décadas. 

Restauração sendo feita no laboratório montado ao lado do Palácio da Alvorada l Foto: Wallisson Breno/PR.

Outro ponto de destaque são as obras de Di Cavalcanti. Às 10h30, Lula deve apresentar o quadro As Mulatas, que foi furado e rasgado por vândalos golpistas. Além disso, o presidente recebe cinco alunos de um projeto de educação patrimonial que entregarão réplicas das obras As Mulatas e da ânfora portuguesa. 

Vândalos rasgaram a tela “As Mulatas”, do Di Cavalcanti, que fica no terceiro andar do Planalto — Foto: Reprodução/Twitter.

Veja abaixo a lista de obras restauradas que retornam à Praça dos Três Poderes.

Discursos de autoridades

Está prevista a realização de discursos das autoridades presentes às 11h, no Salão Nobre do Planalto. Ministros do governo, parlamentares, governadores, ministros de tribunais superiores e até o próprio Ministro Alexandre de Moraes devem participar. 

Vale destacar que o caso do oito de janeiro que corre no STF já condenou 371 pessoas por incitar, executar e financiar a tentativa de golpe. O prejuízo estimado da destruição ocorrida no oito de janeiro de 2023 é de R$26 milhões.

Veja a lista de obras restauradas:

  • Quadro representando galhos e sombras, de Frans Krajcberg
  • Quadro com a pintura Fachada Colonial Rosa com Toalha
  • Quadro com a pintura Casarios, de Dario Mecatti
  • Quadro com a pintura Cena de Café, de Clóvis Graciano
  • Quadro com a pintura Paisagem, de Armando Viana
  • Pintura de Glênio Bianchetti
  • Pintura de Glênio Bianchetti
  • Pintura de Glênio Bianchetti
  • Pintura de Glênio Bianchetti
  • Pintura de Glênio Bianchetti
  • Quadro com a pintura Matriz e Grade no primeiro plano, de Ivan Marquetti
  • Quadro Rosas e Brancos Suspensos, de José Paulo Moreira da Fonseca
  • Tela Cotstwold Town, de John Piper
  • Tela de Grauben do Monte Lima
  • Tela Bird, de Martin Bradley
  • Relógio de mesa, de Balthazar Martinot e André Boulle
  • Ânfora italiana em cerâmica esmaltada
  • Escultura O Flautista, de Bruno Giorgi
  • Escultura Vênus Apocalíptica Fragmentando-se, de Marta Minujín
  • Quadro com a pintura Mulatas, de Emiliano Di Cavalcanti
  • Quadro com pintura do retrato de Duque de Caxias, de Oswaldo Teixeira

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