Marconi cobra “liturgia do cargo”, mas ignora passado de polêmicas

O ex-governador e presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, publicou em suas redes sociais, nesta quinta-feira, 9, um vídeo no qual tece críticas ao governador Ronaldo Caiado (UB) pela decisão de primeira instância que tornou o chefe do Executivo estadual inelegível, em decorrência da realização de reunião com vereadores eleitos por Goiânia nas dependências do Palácio das Esmeraldas em outubro passado. Conforme o tucano, Caiado desrespeita a “liturgia do cargo”.

Contudo, o próprio Marconi coleciona polêmicas em seu passado que acabam por tornar a cobrança um tanto quanto contraditória. Em 2012, o ex-governador foi pego em um grampo da Operação Monte Carlo cumprimentando o contraventor Carlinhos Cachoeira pelo seu aniversário. “Faz festa e não chama os amigos?”, disse o então governador em áudio, marcando um encontro em seguida.

A mesma operação revelou que o tucano vendeu uma casa para Cachoeira em um condomínio de luxo em Goiânia. O contraventor chegou a ser preso na casa que pertencia do então governador de Goiás. Durante seus mandatos, além do caso Cachoeira, que levou Marconi a ser convocado para depor em um CPI no Congresso Nacional, os governos do tucano foram foi alvo das operações como a Decantação 1 e 2, Cash Delivery e Compadrio – operações essas motivadas por denúncias de desvio de recursos públicos.

Já durante a Operação Lava Jato, o nome do ex-governador apareceu nas planilhas da Odebrecht de políticos que receberam dinheiro da empreiteira com os codinomes Patati, Padeiro e Master. Em 2021, a um jornal de Goiás, em uma tentativa de fazer uma mea-culpa, Marconi Perillo chegou a pedir desculpas ao povo goiano à população por um “suposto caixa 2” na campanha eleitoral de 2014 ao governo, mas nada mencionou sobre qualquer preocupação com a liturgia do cargo que ocupava à época.

Condenação

Especialistas em direito eleitoral preveem que a decisão da juíza eleitoral que condenou Ronaldo Caiado à inelegibilidade será reformada pelo pleno do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Vale destacar que a decisão da magistrada, inclusive, chegou a ser alvo de críticas de um editorial do jornal Estadão.

No entanto, ao contrário dos especialistas, Marconi diz que Caiado não respeita a legislação e desconhece a ‘liturgia do cargo’ que ocupa e também os limites de seu poder. Porém, Caiado jamais se envolveu em polêmicas que colocassem em dúvida o seu respeito pelo cargo e seu comportamento como homem público. Já Marconi colecionou casos controversos, até hoje difíceis de serem explicados.

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