Jair Bolsonaro não embarca para posse de Trump e chora em frustração

Neste sábado, 18, Jair Bolsonaro não conseguiu embarcar para os Estados Unidos, onde representaria o Brasil na posse de Donald Trump, prevista para segunda-feira, 20. O ex-presidente teve o passaporte retido pela Polícia Federal e, ao ver sua esposa, Michelle Bolsonaro, embarcar sozinha, demonstrou emoção, chegando a chorar. Michelle e o filho do casal, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), seguirão para o evento em seu lugar.

Durante a passagem pelo Aeroporto Internacional de Brasília, Bolsonaro expressou seu desconforto com a situação, afirmando estar “constrangido” por não poder acompanhar sua esposa.

O ex-presidente também comentou sobre sua frustração em relação a encontros com outros líderes que havia planejado para essa viagem, lamentando o impedimento. “Queria estar lá. Eu pré-acertei encontros com chefes de Estado e, lamentavelmente, não poderei comparecer”, disse.

O motivo para a retenção de seu passaporte é uma decisão judicial relacionada a investigações em curso. Bolsonaro é investigado no âmbito de um inquérito que apura possíveis tentativas de golpe de Estado em 2022.

Michele Bolsonaro e Jair Bolsonaro no Aeroporto Internacional de Brasília | Foto: Reprodução

Em fevereiro de 2023, a Justiça determinou o confisco de seu passaporte. Desde então, o ex-presidente tem buscado reaver o documento. Recentemente, sua defesa solicitou a devolução temporária do passaporte para que ele pudesse viajar aos Estados Unidos, mas o pedido foi rejeitado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Em entrevista, Bolsonaro criticou o ministro Alexandre de Moraes, responsável pela decisão, alegando ser alvo de uma “perseguição política”. Ele afirmou que o ministro tem agido de forma autoritária e que o objetivo seria “eliminar a direita no Brasil”.

A defesa de Bolsonaro tentou justificar o pedido de liberação do passaporte com base em sua viagem à Argentina, onde participou da posse do presidente Javier Milei, e argumentou que não havia risco de fuga.

No entanto, o ministro Moraes manteve sua decisão, afirmando que as condições que levaram à proibição da viagem, incluindo a retenção do passaporte, ainda persistem, especialmente devido ao risco de evasão do país. A Procuradoria-Geral da República (PGR) também se manifestou contra a liberação do passaporte, alegando que não havia interesse público na viagem de Bolsonaro.

Essa decisão mantém o ex-presidente impedido de viajar para o evento internacional, enquanto sua família segue para representar o Brasil na posse de Trump.

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