Caiado critica Lewandowski e diz que ele discute segurança como “se estivesse na Suécia”

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), fez duras críticas ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, em razão das portarias que regulamentam o decreto presidencial sobre o uso da força policial no Brasil. Para Caiado, as medidas refletem uma postura de “conivência e leniência” do governo federal com a criminalidade.

Contexto da crítica

O decreto, publicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em dezembro de 2024, estabelece normas para o uso de armas letais e algemas pelos agentes de segurança, determinando que armamentos sejam utilizados como “último recurso” e que algemas sejam aplicadas apenas em situações específicas. As portarias assinadas por Lewandowski detalham essas regras, incluindo a obrigatoriedade de registrar todas as operações com vítimas e a previsão de capacitação e avaliação periódica dos profissionais.

Caiado ironizou o texto ao afirmar que o ministro discute segurança pública “como se estivesse na Suécia”. Segundo o governador, as normas ignoram a gravidade da situação enfrentada no Brasil, marcada pela atuação de facções criminosas em diversas regiões do país. Ele mencionou exemplos como o estado de Rondônia, onde, segundo ele, a capital Porto Velho estaria “tomada por faccionados”.

Posições divergentes

Lewandowski defendeu as portarias, afirmando que foram amplamente discutidas com integrantes da segurança pública e alinhadas a normas internacionais. O ministro destacou que as medidas não descartam o uso de armas letais, mas promovem a distribuição de armamentos não letais, oferecendo aos agentes opções de resposta adequadas às circunstâncias.

“O que estamos fazendo não é descartar as armas letais, mas vamos distribuir junto armas de caráter não letal. O agente de segurança terá a opção, dependendo da circunstância, de usar uma arma não letal”, afirmou o ministro.

Já Caiado, que se apresenta como pré-candidato à presidência em 2026, reforçou que o decreto representa um enfraquecimento do combate ao crime organizado. Em dezembro, ele classificou a medida como um “presente de Natal para o crime organizado”.

Próximos passos

As portarias preveem que os órgãos de segurança pública mantenham corregedorias com autonomia para apurar a conduta dos profissionais. Além disso, cursos de capacitação e avaliação periódica deverão ser implementados para adequar os agentes às novas diretrizes.

A polêmica evidencia as divergências entre o governo federal e lideranças estaduais sobre a condução da segurança pública no Brasil, tema que promete estar no centro dos debates políticos nos próximos anos.

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