Proibição de comercialização e produção do PMMA no Brasil ganha apoio da SBCP-GO

A proibição da produção e comercialização do polimetilmetacrilato (PMMA) no Brasil como substância preenchedora ganhou o apoio da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica – Regional Goiás (SBCP-GO) após a medida ser solicitada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).

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O órgão enviou o pedido na última terça-feira, 21, à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A SBCP-GO justificou que o uso do produto tem provocado mais danos do que benefícios aos pacientes, principalmente diante do aumento considerável de casos da aplicação indiscriminada do PMMA para fins estéticos.

Em Goiás, por exemplo, ao menos três operações foram deflagradas em menos de um ano após pacientes denunciarem deformidades provocadas pela substância. Mortes também foram registradas no estado. 

A SBCP-GO informou que atualmente há produtos mais seguros para atender os pacientes, antes beneficiados pelo uso do polimetilmetacrilato. O órgão espera que a Anvisa acate a solicitação do CFM, que deve reforçar a fiscalização.

Pedido 

O pedido ocorreu, principalmente, devido ao uso exagerado do produto, segundo a médica e doutora em dermatologia, Mayra Ianhez. Ela explica que, com a popularização da substância, um volume maior de aplicações começou a ser realizado, fazendo com que efeitos colaterais surgissem com frequência. 

“Antigamente, com poucos volumes injetados, as complicações eram mais faciais. De uns 5 a 6 anos pra cá, houve um aumento da volumização glútea, com volumes maiores de PMMA sendo injetados (um glúteo recebe, em média, 300mL). Esse volume maior começou a dar os casos de aumento de cálcio no sangue, pedras nos rins e insuficiência renal, além de mortes”, afirmou.

A profissional ainda listou outros cinco motivos que levaram o CFM a realizar o pedido à Anvisa. São eles:

  • O PMMA é um preenchedor permanente. Portanto, se houver complicação, as sequelas serão permanentes;
  • ⁠Em volumes maiores que 100 ml, ele pode causar aumento do cálcio no sangue levando à insuficiência renal (estudo foi publicado na revista de maior prestígio da Dermatologia – Journal of the American Academy of Dermatology);
  • ⁠Se houver qualquer tipo de complicação, ou o paciente usa corticoide direto ou tem que retirar com cirurgia (caso de Maira Cardi);
  • ⁠Colômbia e Argentina já baniram o produto;
  • Celebridades já faleceram de insuficiência renal como Silvina Luna (na Argentina) e Lygia Fazo (modelo e jornalista do Brasil).

O que é o PMMA?

A favor da proibição, a dermatologista diz que o PMMA é uma substância plástica – um Bio polímero – que pode ser utilizado em cirurgias ortopédicas (como cimento ósseo) ou em estética (como preenchedor, na forma de gel). 

Antes restrito a médicos, o polimetilmetacrilato passou a ser usado por odontólogos após a Anvisa autorizar a categoria a manusear o produto. A decisão foi publicada no dia 19 de dezembro de 2024. 

“A forma em gel não é ilegal, porém a Anvisa tem um esclarecimento que indica apenas para HIV positivo e deformidades (como sequelas de poliomielite). Portanto, seu uso estético não é amparado pela Anvisa. Nunca foi”, concluiu.

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