Goiás registra 280 novos casos de câncer infantojuvenil por ano

Entre 2016 e 2022, Goiás registrou um alto número de mortes entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos, com a maioria dos óbitos ocorrendo por causas externas, como acidentes e violência. Segundo um levantamento do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), 61,1% das mortes nesse grupo foram provocadas por fatores externos, enquanto 38,9% tiveram como origem doenças.

Entre as doenças que mais causam mortes na infância e adolescência, o câncer tem destaque. Segundo o Ministério da Saúde, o câncer infantojuvenil é a doença que mais mata esse público no país, com cerca de 2.560 vítimas por ano. Um levantamento sobre a oncologia pediátrica no Brasil estimou que Goiás registra, em média, 280 novos casos de câncer infantojuvenil por ano. A taxa bruta de incidência é de 138,4 casos por 1 milhão de crianças e adolescentes de 0 a 19 anos, acima da média nacional de 134,8.

Os dados indicam que a taxa de incidência entre meninos é maior, chegando a 144,7, com 150 novos casos anuais estimados. Entre meninas, a taxa é de 131,9, o que representa 130 novos casos por ano. No Brasil, a taxa entre meninos é 140,5, com 4.230 casos estimados, e entre meninas, 128,9, com 3.700 casos anuais.

Uma estimativa feita pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) aponta que, entre 2023 e o final de 2025, quase oito mil novos casos de câncer infantojuvenil devem ser registrados no Brasil, o que corresponde a um risco estimado de 134,81 por milhão de crianças e adolescentes. O painel de Oncologia da SES-GO demonstra que, nos últimos 12 anos, 1.251 crianças e adolescentes de 0 a 19 anos morreram em decorrência de neoplasias malignas em Goiás.

Goiás apresentou uma taxa de 45,1 mortes por milhão de crianças e adolescentes devido à doença, totalizando 652 óbitos no período. O índice estadual está acima da média nacional, que é de 42,6 por milhão, com um total de 18.069 mortes em todo o Brasil.

Taxa de mortalidade | Foto: Panorama da Oncologia

Baixa estrutura no atendimento oncológico

Segundo dados do Ministério da Saúde (MS), em 2023 o Estado de Goiás registrou mais de 15 mil novos casos de câncer e 7,6 mil óbitos pela doença.

A rede de atendimento para oncologia pediátrica no estado é limitada. Goiás conta com apenas um hospital habilitado para tratamento do câncer infantil, o que representa 1,3% dos serviços disponíveis no país. Além disso, há somente um médico oncologista pediátrico para cada 1 milhão de crianças e adolescentes, enquanto a média nacional é de 6,6 especialistas por milhão, segundo revelado pelo Panorama da Oncologia.

Avaliar o deslocamento para tratamento permite a identificação de lacunas no sistema de saúde. A partir desses dados, é possível ter uma base para o desenvolvimento de políticas e estratégias direcionadas a organizar o fluxo da rede e melhorar a distribuição das unidades que ofertam tratamento, reduzindo desigualdades e aumentando as chances de sucesso no enfrentamento à doença. Em Goiás, 96% dos pacientes buscaram atendimento fora do Estado, na sequência: Brasília, São Paulo e Ceará.

Ainda em construção, o Complexo Oncológico de Referência do Estado de Goiás (Cora) vai se tornar uma referência no tratamento do câncer em todo o país, absorvendo parte da demanda direcionada a outras unidades, como o Hospital do Amor, em Barretos.  

Foto: Ministério da Saúde

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