CGU determina que Abraham Weintraub seja demitido da Unifesp por 218 faltas injustificadas

A CGU (Controladoria Geral da União) determinou a demissão do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) por 218 faltas injustificadas. Weintraub era professor de Ciências Contábeis na instituição desde 2014 e deveria cumprir uma carga horária de 40 horas semanais.

Em dezembro do ano passado, foi aberto um processo administrativo por abandono de cargo em resposta a uma denúncia recebida em abril. Além de ser demitido da universidade, o ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) fica impedido de exercer funções de confiança no Executivo federal por 8 anos. A demissão foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira, 7.

Weintraub foi ministro da Educação durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, entre 2019 e 2020. Ele solicitou sua exoneração do cargo e mudou-se para os Estados Unidos. Recentemente, Weintraub anunciou sua candidatura independente à prefeitura de São Paulo no final de janeiro deste ano.

A reportagem não conseguiu localizar a defesa de Weintraub. Procurada, a Universidade Federal de São Paulo ainda não se manifestou. 

Relembre quem é Abraham Weintraub

Em 2019, nos primeiros meses da nova administração, Weintraub foi secretário-executivo da Casa Civil e, já em abril, foi elevado ao cargo de ministro da Educação, após a demissão de Ricardo Vélez Rodríguez.A gestão de Weintraub na pasta foi marcada por controvérsias. Adepto às ideias do filósofo conservador Olavo de Carvalho, Weintraub prometeu lutar contra a influência do marxismo cultural nas universidades públicas e não poupou críticas ao método de ensino Paulo Freire na alfabetização.

Também iniciou o programa das escolas cívico-militares e implementou mudanças na concessão de bolsas da Capes, fundação do governo responsável pela expansão dos cursos de pós-graduação, introduzindo critérios de meritocracia para beneficiar mais os cursos com melhor avaliação. Entretanto, suas declarações provocaram desgaste político, especialmente com outros poderes. Em um episódio, durante um debate entre ministros do governo sobre as medidas de isolamento da pandemia adotadas por prefeitos e governadores, Weintraub disse que “eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia, começando pelo STF”.

Em abril, já em meio à crise do coronavírus, o então ministro postou no Twitter um comentário que fazia alusão ao estereótipo de um suposto sotaque de asiáticos falando português e dizendo que a China estaria por trás de um “plano infalível” para dominar o mundo pós-pandemia. “Geopolíticamente, quem podeLá saiL foLtalecido, em teLmos Lelativos, dessa cLise mundial? PodeLia seL o Cebolinha? Quem são os aliados no BLasil do plano infalível do Cebolinha paLa dominaL o mundo? SeLia o Cascão ou há mais amiguinhos?”, escreveu Weintraub, em post que depois foi apagado.

Em janeiro, o presidente da Câmara da época, Rodrigo Maia, também havia criticado Weintraub. “O ministro da Educação atrapalha o Brasil, atrapalha o futuro das nossas crianças, está comprometendo o futuro de muitas gerações. A cada ano que se perde com a ineficiência, com discurso ideológico, com a péssima qualidade na administração, acaba prejudicando os anos seguintes da nossa sociedade”.Ao mesmo tempo, Weintraub ganhou forte popularidade entre os apoiadores de Jair Bolsonaro. Foi recebido por simpatizantes quando prestou depoimento à PF e, em fevereiro, foi chamado de “o melhor ministro da Educação de todos os tempos” por Eduardo Bolsonaro, filho do presidente.

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