INGOH suspende atendimento IMAS por falta de pagamento

O Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia (INGOH) tomou a difícil decisão de suspender atendimentos a pacientes do IMAS, plano de saúde dos servidores municipais de Goiânia. Isso vale também para os tratamentos oncológicos. Desde o último dia 8, a unidade já não atende novos pacientes desse convênio.

A postura se dá em razão do déficit gerado pela autarquia municipal, que já não honra com seus pagamentos há vários meses, pois a última competência recebida pelo INGOH foi abril de 2023. “Temos compromisso com a população e com as 131 vidas que estão sob os nossos cuidados, além de suas famílias, mas chegamos no limite e não temos possibilidade de comprar os medicamentos para continuidade dos tratamentos no mês de abril por falta de pagamento”, reflete a diretora financeira do INGOH, Fabiane Fries.

A representante ainda reforça que “há quase um ano estamos tirando do próprio caixa para manter a compra de medicamentos, que possuem tecnologia avançada e são de alto custo, e nossos recursos se esgotaram. Ficamos muito preocupados e entristecidos com isso, pois sabemos que um vínculo de confiança e a relação médico-paciente-instituição não são construídos de um dia para o outro”, argumenta.

Apesar de o INGOH buscar, insistentemente, negociações com o IMAS, a atual gestão, que assumiu o Instituto há 5 meses, não sinaliza nenhum movimento para a solução, respondendo com promessas e ameaças. Desde que assumiu em Outubro, a atual gestão efetuou apenas um pagamento, em Dezembro, referente aos serviços prestados em Abril/2023. O impacto social da suspensão do atendimento é incalculável. “São pessoas que já têm muitas dores: físicas, emocionais, familiares, espirituais… a última coisa que deveriam era sentir a dor de ter quebrada a esperança que depositam em seus médicos, enfermeiras e em todos os profissionais da saúde envolvidos no cuidado, e também na nossa instituição” diz Maysa Gomes, gerente de assistência do INGOH.

Além disso, outro fato agravante do cenário oncológico da cidade de Goiânia, segundo a gestora, é que “hospitais suspenderam as internações pelo IMAS e hoje há apenas um hospital capacitado para receber pacientes oncológicos graves para internação. A retaguarda hospitalar para os pacientes com câncer está restrita”, alerta. Por fim, Maysa ressalta que o INGOH busca negociação com o IMAS – sem sucesso – em especial porque “há de se ter zelo e respeito pelo ser humano, especialmente numa situação vulnerável, que é a do paciente com câncer”, conclui.

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