Pesquisa destaca desafios para mulheres no centro de Goiânia

Beatriz Gonçalves, arquiteta e mestre em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Goiás (UFG), dedicou sua pesquisa de mestrado à perspectiva feminina sobre o centro de Goiânia. Ela acredita que a cidade surgiu por homens e para homens, e que a perspectiva feminina foi invisibilizada na produção de teorias e projetos urbanos. A pesquisadora concedeu uma entrevista exclusiva ao Jornal Opção para falar mais sobre sua pesquisa e experiência.

“A falta de segurança também é um fator crucial, com mulheres evitando determinadas regiões por medo de violência sexual e outras formas de violência simbólica”, disse ela.

Ela argumenta que as mulheres são as que mais se dedicam aos cuidados com crianças e idosos. Entretanto, a falta de acessibilidade na cidade dificulta suas tarefas diárias. Beatriz destaca que a estrutura urbana voltada para carros e a ausência de segurança, ainda mais à noite, impactam negativamente a vida dessas mulheres.

De acordo com a pesquisadora, também se destaca a importância da presença humana para a segurança no centro. Ela observa que o setor é movimentado durante o dia, porém, alguns pontos ficam isolados à noite, o que gera uma sensação de insegurança. “A vivacidade da cidade, com pessoas nas ruas, é fundamental para coibir a violência”.

Veja a entrevista completa:

Sobre a pesquisa

Gonçalves revela que sua pesquisa a surpreendeu ao mostrar que algumas mulheres não têm receio da cidade, enquanto outras relatam dificuldades e até mesmo violência. “A pesquisa me mostrou que a realidade é muito mais complexa do que eu imaginava, e que a experiência feminina no centro é diversa e multifacetada”.

A pesquisadora acredita que a pesquisa é um passo importante para a construção de um urbanismo mais feminista e inclusivo conforme o tempo passa. Ela defende que é preciso olhar para o cotidiano das pessoas, para as necessidades e desafios que elas enfrentam, para que possamos projetar cidades mais justas e acessíveis para todos.

Beatriz, que se inspira em sua própria experiência como mulher, pretende continuar pesquisando e buscando soluções para os desafios urbanos. Ainda assim, ela acredita que o seu trabalho é apenas uma pequena parte do que é necessário para um futuro mais igualitário. Afinal, defende que é preciso o engajamento de toda a sociedade na construção de um futuro mais seguro e justo para as mulheres.

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