Entrevista exclusiva: Yara Nunes modernizou a Ley Goyases e sugere que MinC modernize a Lei Rouanet

Ademir Luiz

Especial para o Jornal Opção

Yara Nunes é um dos destaques do secretariado do governo de Ronaldo Caiado. Bacharel em Direito, mestre em Sociologia, concursada como analista judiciária do TRT de São Paulo, optou por permanecer em Goiás e contribuir com a gestão cultural de seu Estado natal.

O resultado é uma revolução. Nessa entrevista-perfil, a secretária de Cultura do Estado de Goiás, Yara Nunes, fala sobre sua visão de gestão, relação com o poder, projetos culturais que se tornaram modelos para o Brasil, entidades culturais, imprensa, sua história familiar, sua relação pessoal com os espaços culturais que administra, planos para o futuro, os vínculos de confiança e afetividade com o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) e a primeira-dama, Gracinha Caiado (União Brasil), e muito mais.

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Sua administração à frente da Secretaria de Cultura do Estado de Goiás tornou-se um modelo de gestão para Brasil. Com certeza foi um imenso desafio chegar até aqui. Você começou como secretária interina e, mediante os resultados, foi efetivada no cargo. Como se deu o processo para sua indicação inicial, considerando que você é um quadro técnico, sem ligação política?

Eu já fazia parte do governo e tive uma atuação muito direta em iniciativas voltadas à empregabilidade durante a pandemia. Entre essas ações, estive profundamente envolvida na reestruturação do Programa Goyazes e no Programa Retomada Cultural. Quando assumi a superintendência na Secult, meu trabalho foi focado na quitação de dívidas herdadas da gestão anterior e na mitigação dos impactos da pandemia no setor cultural. Essa trajetória me aproximou ainda mais do governador Ronaldo Caiado, que, em seu segundo mandato, me nomeou secretária, reconhecendo o comprometimento técnico e a entrega de resultados.

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O que você pensou assim que desligou o telefonema te convocando para assumir a secretaria de cultura: “Alea jacta est”?

Na verdade, não houve essa ligação. Fiquei sabendo pelo Diário Oficial que assumiria como secretária interina da Cultura. Já eram 23h quando recebi o PDF e, junto com ele, uma mensagem: “Parabéns, Yara.” Fiquei em choque! Na hora, mandei uma mensagem para o governador, e ele respondeu com um simples, mas poderoso: “Confio em você.” Naquele momento, não pensei exatamente “Alea jacta est”, mas, de certa forma, era isso: a sorte estava lançada, e eu sabia que dali em diante teria um grande desafio pela frente. Essa confiança depositada em mim me deu ainda mais motivação e segurança para assumir a missão.

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Como sempre acontece, houve muita especulação sobre quem assumiria a Secretaria de cultura. Quando seu nome foi indicado foi uma surpresa, uma vez que seu trabalho na Retomada acontecia mais nos bastidores. Você não era muito conhecida no meio cultural. Como foi sua recepção entre os artistas no começo e como essa relação evoluiu?

No início, percebi que havia uma grande necessidade de diálogo por parte dos artistas e fazedores de cultura, eles queriam ser ouvidos, compartilhar seus anseios e entender quem eu era; ao mesmo tempo, senti que havia curiosidade sobre meu trabalho e minha visão para a cultura. Foram muitos encontros, reuniões, conversas, abordagens na rua e em eventos! Desde o primeiro momento, fiz questão de estar presente e acessível, sem prometer, mas sim demonstrando com ações e políticas públicas concretas. Acredito que essa postura foi essencial para construir uma relação de confiança e reforçar minha missão de fortalecer a Secult como uma das principais pastas do governo.

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Uma das principais características de sua gestão é o intenso diálogo com as instâncias consultivas, como o Conselho Estadual de Cultura. Salvo engano, nunca houve um diálogo tão intenso. É uma estratégia de gestão consciente ou foi sendo desenvolvida ao longo do processo?

Imagine ter à disposição profissionais de altíssimo nível, com currículos brilhantes, para te aconselhar na tomada de decisões que impactam diretamente a vida de milhares de pessoas? É assim que vejo o Conselho Estadual de Cultura: como “meus conselheiros”, pessoas que me ajudam a enxergar diferentes perspectivas, não apenas para concordar comigo, mas também para discordar e trazer visões que talvez eu não tenha considerado. Sempre tivemos um diálogo baseado no respeito, que posso dizer ser mútuo. Temos um dos melhores conselhos de cultura do Brasil, então não faz sentido não estar à mesa com eles e não se trata de estratégia, mas sim de um compromisso genuíno com a construção coletiva e com a consciência de que uma gestão eficiente não se faz sozinha.

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Como tem sido sua relação com as entidades culturais mais tradicionais do Estado, como a Academia Goiana de Letras (AGL), a União Brasileira de Escritores-Seção de Goiás (UBE-GO), o Instituto Histórico e Geográfico de Goiás (IHGG), entre outras?

Desde que assumi a secretaria, a relação com as entidades tem sido de muito respeito e cordialidade. Acho que foram os primeiros a me acolher na cultura, e isso foi fundamental para que o diálogo fluísse desde o início. Sempre que estou com os membros e acadêmicos me sinto muito bem, pois são espaços que preservam e promovem o conhecimento, a memória e a identidade do nosso estado. Sei que são ambientes que a maioria das pessoas não tem oportunidade de frequentar e eu me sinto privilegiada em conviver com pessoas de tão alto nível intelectual e acadêmico. É impossível sair de uma conversa com eles sem aprender algo novo. Parece que saio até mais inteligente.

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Essa posição tem relação com a frase “ninguém tem poder, o poder é exercido”, que você costuma repetir? O que ela significa exatamente?

Muitos gestores se deixam levar pelas inúmeras possibilidades que o cargo oferece e acabam desenvolvendo uma falsa sensação de poder. Mas esse pseudo-poder não pertence à pessoa, e sim à função que ela ocupa e toda função tem um prazo de validade. Quando alguém perde um cargo e sente que perdeu tudo, é porque nunca entendeu que aquilo era passageiro. O que realmente importa não é o poder, mas sim o respeito que conquistamos ao longo do caminho; esse, sim, é genuíno e permanece. Como dizia Michel Foucault, o poder não está concentrado em uma única pessoa ou instituição, mas se distribui nas relações, sendo constantemente exercido e contestado. Na gestão pública, isso significa compreender que a autoridade só faz sentido quando está a serviço do coletivo e do diálogo.

Restauros e modernização do Programa Goyazes

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Realmente, a Cultura tornou-se uma das pastas com maior visibilidade no governo. Como já citei, tem sido considerada um modelo de gestão para o Brasil. Em sua avaliação, quais foram as principais realizações da Secult?

Destaco, sem dúvida, a modernização do Programa Goyazes, que ampliou seu alcance e impacto. Além disso, a quantidade de obras de restauro foi significativa, com destaque para o Museu Zoroastro Artiaga. Outro avanço simbólico, mas importante, foi permitir pagamento via Pix no Cine Cultura, tornando o acesso mais prático e democrático, mas, acima de tudo, acredito que a grande realização foi a mudança de conceito no fomento à cultura em Goiás. Passamos a pagar tudo em dia, trazendo credibilidade para as políticas públicas e garantindo que os fazedores de cultura possam planejar e executar seus projetos com segurança; mais do que ações isoladas, construímos uma gestão sólida, transparente e eficiente, e isso, para mim, já é a maior conquista.

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Você citou diversas ações de grande porte que impactaram a vida de muitas pessoas, sobretudo no pós-pandemia. Mas, em termos pessoais, alguma delas foi particularmente importante para você?

Com certeza, o Cine Cultura! Frequento essa sala desde a adolescência e nunca imaginei que, um dia, estaria à frente da Secretaria de Cultura, podendo transformá-la. Quem conhece o Cine Cultura sabe do seu potencial incrível, mas também de como a estrutura estava obsoleta. Poder revitalizar esse espaço, tornando-o mais moderno e acessível, foi algo muito especial para mim, tanto profissionalmente quanto pessoalmente, foi como devolver a esse cinema a importância que ele sempre teve na vida de tantos goianos, incluindo a minha.

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As redes sociais da Secult são muito ativas e com uma estética ágil e moderna. Uma das características que mais chamam atenção é a valorização do grupo. Regularmente, todos os membros da equipe são destacados nas postagens, não importando a função: gerentes, superintendentes, galera do RH, comunicação, assessores entre outros. A impressão que fica é que você procura fomentar a criatividade e proatividade dos funcionários da Secult, criando um ambiente leve de trabalho. É isso mesmo?

Exatamente. Um ambiente de trabalho leve e acolhedor faz toda a diferença. Quando as pessoas se sentem valorizadas e pertencentes ao que estão construindo, trabalham com mais felicidade e engajamento. Quando cheguei à secretaria como superintendente, percebi que havia muita tensão no ambiente, com servidores desmotivados e conflitos internos que acabavam travando as entregas, além de impactar os resultados, isso tornava o dia a dia mais pesado para todos. Hoje, a realidade é outra, as pessoas têm orgulho de fazer parte da Secult, se sentem reconhecidas e, mais do que isso, querem estar ativamente envolvidas. É gratificante ver os próprios servidores pedindo para participar dos vídeos e ações nas redes sociais, porque isso mostra que eles realmente se enxergam como parte dessa transformação e essa energia positiva reflete diretamente na qualidade do nosso trabalho.

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Você também é bastante ativa nas redes sociais divulgando as ações da Secult. Não só dando entrevistas sobre ações realizadas, esclarecendo editais ou fazendo visitas técnicas, mas atuando como atriz, estrelando esquetes cômicos. Como é participar dessas gravações?

No começo foi um desafio, porque nunca fui muito ativa nas redes sociais, sempre tive um perfil mais low profile, mas, com jeito e paciência, a equipe de comunicação conseguiu me destravar. Hoje, além de me sentir mais à vontade, até ajudo a pensar em ideias para os vídeos criativos. É incrível ver o alcance que esses conteúdos têm e como eles aproximam a população das ações da Secult, a cultura precisa ser comunicada de forma acessível e envolvente, e os vídeos cumprem esse papel, tornando a gestão mais próxima e dinâmica. Além disso, me divirto muito no processo.

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Você citou Michel Foucault, puxando a teoria dos micropoderes. Essa erudição não é comum nos meios políticos. Como você avalia a importância e o impacto potencial de estudos de filosofia política, sociologia ou mesmo literatura, para um gestor público?

Sou advogada, servidora do Judiciário (cedida para o Executivo) e possuo mestrado em Sociologia. Durante muito tempo, me dediquei aos estudos para a magistratura do trabalho (um sonho apenas adiado, por enquanto), isso sempre me levou a pensar de forma mais ampla, para além do legalismo estrito, o que considero essencial para qualquer gestor. Acredito que um bom gestor precisa de um repertório vasto para ser criativo e encontrar soluções inovadoras. Também, sempre fui apaixonada por livros, séries e filmes, quando criança, fazia minhas tarefas rapidamente só para poder assistir TV. De certa forma, acho que até esses programas ajudaram a desenvolver minha criatividade! O conhecimento vem de várias fontes, e quanto mais diversidade intelectual tivermos, melhor conseguimos lidar com os desafios da gestão pública.

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Cine Cultura e Martim Cererê: revitalizados

A partir dessa sua experiência, quais livros você considera fundamentais para um gestor público ler? Como essas leituras podem contribuir nas atividades diárias de tomadas de decisão, liderança e organização?

Jean-Jacques Rousseau e Michel Foucault: filósofos cruciais | Fotos; Reproduções

Serei mal interpretada se mencionar “O Príncipe”, de Maquiavel, então deixemos esse subentendido. Mas, sem dúvida, “O Contrato Social”, de Rousseau, é uma leitura fundamental para qualquer gestor, pois nos faz refletir sobre a relação entre governo e governados, além da legitimidade do poder. Também considero essencial a teoria dos micropoderes de Foucault, especialmente sua obra “Vigiar e Punir”, que mostra como o poder não está concentrado apenas nas grandes estruturas, mas se manifesta nas pequenas relações do dia a dia. Enfim, o clássico “A Arte da Guerra”, de Sun Tzu, ensinam estratégias de liderança e tomada de decisão, e “Como as Democracias Morrem”, de Steven Levitsky e Daniel Ziblatt, ajudam a compreender os desafios institucionais e políticos do nosso tempo. Existem outros, mas vejo que esses realmente não podem faltar.

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Você falou que era frequentadora do Cine Cultura. Explorando seu lado de cinéfila, na mesma linha da pergunta anterior, quais filmes você considera fundamentais para um gestor público assistir? O que pode aprender com eles?

“O Poderoso Chefão”, sem dúvida. Aprendi que lealdade está acima de tudo. E já que estamos falando de narrativas poderosas, não posso deixar de mencionar “Game of Thrones”, que me ensinou que nada é eterno, que alianças são voláteis e que um líder precisa ser equilibrado, caso contrário uma cidade pode simplesmente explodir ou um aliado pode eliminá-lo do jogo sem aviso prévio. No cinema ou nas séries essas histórias ensinam sobre poder, diplomacia e os desafios de liderar (lições valiosas para qualquer gestor público).

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Dizem que todas as respostas para todas as perguntas estão em “O Poderoso Chefão” ou na Bíblia. Falando mais de cinema, você frequentava o Cine Cultura. E quanto ao Centro Cultural Martim Cererê?

Desde adolescente, frequento os dois espaços, e saber que estou devolvendo ambos completamente revitalizados é motivo de muito orgulho. Lembro-me de assistir a clássicos no Cine Cultura, como “Laranja Mecânica” e “O Iluminado”, que marcaram minha relação com o cinema. Já no Martim Cererê, participei de eventos de anime e música, como o Covernation, que reunia bandas incríveis e uma energia contagiante, a valores super acessíveis, mas lá dentro chovia suor. Só quem viveu sabe. Esses espaços sempre foram pontos de encontro para diferentes manifestações culturais e poder contribuir para sua preservação e modernização é algo realmente especial para mim.

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Também frequentava os festivais de rock alternativo que aconteciam no Martim Cererê? E em outros espaços também. Lembro-me que houve uma reportagem da Veja que chamou Goiânia de Seattle Brasileira. E os grandes festivais mainstrean como Rock in Rio e Lollapalooza?

Goiânia Rock City! Temos excelentes festivais, e nossas bandas são maravilhosas, Goiás vai muito além do sertanejo, a cena alternativa daqui sempre foi muito rica, e aquela reportagem da Veja chamando Goiânia de “Seattle Brasileira” faz todo sentido. Com a segurança pública que temos hoje e a nossa qualidade artística, queremos muito atrair grandes festivais para cá. Isso não apenas daria mais visibilidade aos nossos artistas, mas também ampliaria ainda mais os festivais já realizados aqui, fortalecendo nossa identidade cultural e colocando Goiás no mapa dos grandes eventos de música do Brasil. Inclusive, fui convidada pelos realizadores do Lollapalooza para acompanhar os bastidores do festival este ano como Secretária de Estado da Cultura, vejo isso como uma excelente oportunidade para Goiás, tanto para entender melhor a dinâmica de grandes eventos quanto para construir pontes que possam trazer ainda mais iniciativas desse porte para o nosso estado.

Secretária toca violão, guitarra, gaita e piano

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Já que entramos em seus gostos pessoais, vamos começar a explorar mais esse seu lado. Sei que você é musicista. Como foi sua formação na música? Você participa de alguma banda, grupo ou movimento na área musical?

Na verdade, não tenho uma formação formal em música, mas desde os 10 anos descobri que tenho muita facilidade com instrumentos musicais. Desde então, aprendi a tocar violão, guitarra, contrabaixo, bateria, gaita e, mais recentemente, estou me aventurando no piano e no pandeiro, indo de um estilo para outro sem cerimônia. Nunca tive uma banda, mas toco nas missas da minha igreja há mais de 15 anos. A música sempre foi uma grande paixão e, de certa forma, faz parte da minha vida tanto pessoal quanto profissional, já que me ajuda a entender ainda melhor o universo dos fazedores de cultura.

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Toca na missa?! Qual sua relação com a religião? Sua família é particularmente religiosa? Fez catequese, crisma?

Minha família é muito católica, então cresci dentro da igreja. Fui coroinha, sempre ajudava nas missas e cumpri todo o protocolo: batizado, primeira comunhão, crisma e grupo de jovens. Gosto muito de estar ali, pois acredito que esse momento de fé e espiritualidade ajuda a renovar as forças para o trabalho. Além disso, vejo como uma proteção contra pessoas mal-intencionadas e como um espaço de reflexão, algo essencial para quem lida diariamente com tantos desafios e pessoas.

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Então, os programas de TV ajudaram a desenvolver sua criatividade, cultura geral e pop. Uma vez ouvi você dizer que o seriado mexicano Chaves moldou metade de seu caráter. Claro que há certa medida de ironia. Mas um pouco de verdade também. Fale um pouco sobre o Chavinho do 8 em sua vida.

“Chaves” era aquele programa que eu assistia com meu avô enquanto fazíamos o “quilo” do almoço, antes de começar a estudar, era um momento muito nosso, cheio de carinho e aprendizado. Então, além da nostalgia e do afeto por esses momentos, a série acabou marcando minha vida de outras formas. Brinco que Chaves me ensinou a lidar com os “Kikos” que encontramos pelo caminho, sempre vai existir alguém querendo atenção, fazendo birra ou tentando desestabilizar, mas, assim como o Chavinho, prefiro não entrar em brigas nem alimentar confusão, respiro fundo e sigo em frente, porque “Kikos” existem em todo lugar. Obs.: fiz direto por causa do episódio “o gato ou o Kiko?”.

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Esse episódio é aquele em que o Chaves atropela o gato do Kiko e acontece um julgamento na vila, pelo que me lembro. Mas como aconteceu essa inspiração para cursar Direito? Como era sua vivência na universidade? Teve apoio de sua família?

Exatamente esse episódio. Sempre fui muito comunicativa e mediadora, uma prima encontrou um “contrato” escrito por mim há mais de 20 anos, resolvendo um impasse entre ela e outra criança, coisas de infância. Então, talvez essa vocação para o Direito já estivesse no sangue desde cedo. Na faculdade, sempre fui boa aluna, fui oradora da minha turma e também aquela que passava cola para todo mundo nas provas. Minha mãe sempre me apoiou em tudo e fez o que pôde pela minha educação; na faculdade não foi diferente: direta ou indiretamente, ela sempre esteve comigo, me incentivando a seguir meus sonhos.

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Você se especializou em qual área do Direito? Chegou a advogar?

Me especializei em Direito do Trabalho e Direito Administrativo. Cheguei a advogar por um tempo, mas precisei cancelar minha OAB quando tomei posse no concurso do TRT, foi uma decisão necessária para seguir minha trajetória no serviço público.

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Você defendeu recentemente sua dissertação de mestrado. Qual foi sua pesquisa na pós-graduação?

Fiz meu mestrado em Sociologia na UFG e minha pesquisa teve como foco o Sine, especialmente a intermediação de mão-de-obra e o perfil das pessoas que buscam emprego por meio desse programa. O tema convergiu bastante com a atividade que desenvolvi durante a pandemia na Secretaria da Retomada, então foi uma experiência enriquecedora tanto na teoria quanto na prática.

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Você foi aprovada como analista judiciária do TRT de São Paulo? Como está sua situação funcional atualmente?

Fui aprovada e tomei posse no TRT de São Paulo em 2023, já estando como secretária aqui, precisei me afastar da Secult por 10 dias para assumir o cargo e, depois, voltei cedida para Goiás; o que só deu certo tão rápido, graças ao governador e a Gracinha Caiado, que confiam tanto no meu trabalho. Enfim, enquanto eu estiver no governo, sigo nessa situação, mas meu grande desejo é ser transferida efetivamente para o TRT de Goiás. Afinal, a pamonha de lá é horrível.

Avó vivia em condição análoga à escravidão

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Por falar no governador Ronaldo Caiado, você costuma dizer que é um “Frankenstein dele”. O que significa isso?

Ronaldo Caiado sempre brinca que “me criou”, e, de certa forma, foi isso mesmo. Ele me testou em diversas áreas dentro do governo, acumulando experiências muito diferentes entre si. Claro que tem uma licença poética nesta frase. Frankenstein é o médico, não o monstro. Então, sou quase uma “Criatura” de Frankenstein. Não por acaso, ele é médico, como o doutor Frankenstein do livro; juntou várias partes e me formou como gestora.

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E como é sua relação com a primeira-dama, Gracinha Caiado? Quando aparecem juntas em eventos públicos, transparece muita afetividade, está longe de ser apenas cordialidade.

Tenho um carinho enorme pelo governador, pela Gracinha, suas filhas e toda a família. Fui muito bem recebida por eles, não só no governo, mas também em sua casa. Além de todo respeito, gratidão e lealdade, hoje temos uma relação verdadeira de afeto. Sou muito feliz por isso, porque sei que é algo que vai muito além do governo.

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Sua mãe apoiou seu sonho de cursar Direito. Sei que foi com muita dificuldade. Como foi esse processo? Como você descreveria sua mãe?

Minha mãe é a mulher mais forte e correta que já conheci. É extremamente sábia, apesar de nunca ter tido muitas oportunidades de estudo, por isso ela sempre fez questão de investir tudo o que podia na minha educação. Com o salário de empregada doméstica, fazia milagres! No dia de pagar a mensalidade da faculdade, chegava em casa com o salário inteiro sacado, me entregava e eu ia ao financeiro quitar. No primeiro ano do curso, eu ainda não trabalhava, então todo o dinheiro que tínhamos era para as despesas da casa (morávamos com meus avós) e para a mensalidade; literalmente, não sobrava nem para comprar uma balinha, mas todo esse esforço valeu a pena. Tenho muito orgulho da minha trajetória, mas, principalmente, da minha mãe.

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E a sua avó? É verdade que ela vivia em condições análogas à escravidão?

É verdade. Ainda criança, minha avó foi dada pelo pai para outra família, porque eles não tinham condições de criar mais filhos, mas essa “família adotiva” a tratava como escrava. Ela não tinha cama, dormia em uma esteira no chão, apanhava para fazer os afazeres domésticos, cuidava dos filhos do casal, não recebia salário e não tinha para onde ir. Só conseguiu se libertar quando se casou com meu avô. Morreu analfabeta, sem nunca ter tido oportunidades na vida. Mesmo assim era um amor de pessoa. Muito católica, rezava uns dez terços por dia e tinha um coração gigante.

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Você sente que agora, com seu sucesso evidente e inquestionável, está vencendo também por sua família? Como eles lidam com essa situação? Como é a Yara em casa, com uma agenda tão atribulada, tantas obrigações e em uma posição de tanto prestígio?

Com certeza, grande parte desse sucesso é graças à minha família. Não só pela minha mãe e minha avó, mas também pela minha madrinha, que ajudou a cuidar de mim desde bebê, e pelas minhas tias, mulheres fortes que enfrentaram as mesmas dificuldades de vida. Tudo o que conquistei tem um pouco delas. Em casa, sou apenas a Yara de sempre, o cargo não me envaideceu, continuo sendo a mesma pessoa, o que mudou é que hoje faço questão de levar a cultura para a minha família. Antes, eles não tinham o hábito de frequentar teatro, shows, cinema, exposições ou circo, e agora estão sempre presentes, poder proporcionar isso para eles é muito especial para mim.

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E nesta família de mulheres tão fortes, e quanto a seu pai?

Digamos que ele era um playboy mimado que morava em uma capital maior, veio passar o réveillon em Goiânia, engravidou uma amiga de muitos anos e sugeriu que ela abortasse. Essa amiga determinada respondeu que, se aquela criança veio ao mundo naquele momento, tinha um propósito, então era para ele sumir e deixar que ela assumiria tudo sozinha. Nunca tive contato com ele, nem fui registrada por ele. Meu pai de verdade foi meu avô, que me criou com todo amor e ensinamentos que carrego até hoje. E, atualmente, minha maior referência de liderança e caráter é o governador Ronaldo Caiado.

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E o seu, sei que brinca com isso, tio lobisomem?

Minha avó teve sete filhas mulheres e, quando veio o oitavo, um menino, todo mundo lembrou daquela velha lenda do lobisomem. Então, quem sabe? Talvez eu tenha um tio lobisomem. Sem “pesar” a entrevista, ele faleceu em um acidente de carro em 2004. Mas era um cara super divertido, muito carismático e, dizem, um grande conquistador. Ele também era muito bonito. Apesar da pouca idade, soube aproveitar a vida ao máximo.

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Tenho notícias de que você é a cozinheira da família das festas. É verdade?

Dizer que sou a cozinheira da família é um pouco de exagero, até porque minha mãe e minhas tias são melhores que muitos chefs que já conheci, mas, vez ou outra, me atrevo a assumir as panelas e arriscar alguns pratos. Com os amigos, geralmente sou eu que cozinho e modéstia à parte, eles amam meus risotos e meu yakisoba.

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Sua família tem origem mineira? O que é esse “uai” tatuado na nuca?

Meus avós nasceram em Paracatu, mas todas as minhas tias já nasceram em Goiás, em Padre Bernardo. Meus avós se casaram em Pirenópolis e nunca mais voltaram para Minas. Brinco que sou “goianeira”, e como existem muitas coisas em comum entre as duas culturas, incluindo o “uai”, nada mais justo do que ter um gravado na pele.

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Vai que começa uma disputa pelo “uai”, como tem do pequi e da pamonha. Mas suas raízes mineiras e seu “uai” tatuado na nuca vão te complicar em explicar uma coisa. É verdade que você não come queijo, nem chocolate?

Uai, não existe um goiano que não fale “uai” ao menos cinco vezes ao dia. E não, não como queijo nem chocolate, já fui muito julgada por isso. Inclusive, tiro todo o queijo da pamonha antes de começar a comer. Mas, em minha defesa, amo pão de queijo e o feito em Goiás é bem melhor.

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Lei Rouanet precisa contemplar todo o país

Certa vez vi você comentar que a Lei Rouanet precisa ser modernizada e que a Lei Goyazes poderia ser um bom modelo. Qual seria a repercussão disso para os fazedores de cultura e para as empresas fonte de fomento?

Hoje, o governo federal “libera” muito recurso para a Rouanet, mas a captação é muito complicada, principalmente para os fazedores de cultura que estão fora do eixo Rio-São Paulo. Conseguimos democratizar muito a Lei Goyazes e, a cada etapa, buscamos melhorar ainda mais o acesso a ela. Então, acredito sim que todo o trabalho e as experiências que estamos desenvolvendo aqui podem servir de modelo para o MinC modernizar a Rouanet, tornando-a mais acessível e eficiente para todo o Brasil.

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Você é muito cuidadosa com o Fica. O Festival Internacional de Cinema Ambiental na Cidade de Goiás também está em sua memória afetiva?

Minhas primeiras viagens entre amigos foram para o Fica, começando em 2012. Era uma época que todos nós esperávamos com ansiedade, mas, com o tempo, o festival foi perdendo a qualidade. Independente da minha memória afetiva, chegar ao governo e descobrir que o festival estava se acabando por dívidas deixadas pelo governo anterior, algumas desde 2017. Foi assustador. Era um desrespeito com a cidade, os cineastas e todos os envolvidos, por isso, mesmo antes de ser secretária, venho trabalhando para recuperar o FICA, que é um dos festivais mais importantes do mundo com a temática ambiental. Só em 2025, tivemos mais de 1.300 filmes inscritos, de todos os continentes. Então, além do valor sentimental, existe um compromisso real da gestão em fortalecer esse festival e consolidar Goiás como referência em cultura.

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Percebe-se um padrão. Você frequentava o Fica, o Cine Cultura, o Martim Cererê e outros espaços culturais. Esses espaços foram revitalizados em sua gestão. Voltaram ou estão voltando ao auge. Você considera importante que um gestor tenha relação pessoal, memória afetiva, com o objeto de seu trabalho? Acha que esse interesse prévio pode ajudar em todos os casos ou não necessariamente, é uma característica sua que por acaso existe e deu certo?

Tudo que uma pessoa faz com sentimento de pertencimento é feito com mais amor e compromisso. Quando você tem uma relação pessoal e uma memória afetiva com aquilo que está gerindo, as decisões se tornam mais naturais e autênticas, porque você entende, na prática, o valor daquele espaço ou projeto para a comunidade. No meu caso, foi algo que aconteceu por acaso, eu já frequentava esses espaços muito antes de imaginar que um dia estaria à frente da pasta da Cultura. Mas, sem dúvida, isso contribui muito para a gestão, porque não estou apenas cumprindo um papel burocrático, estou cuidando de algo que, de certa forma, também me pertence. Talvez seja um caso de estar na hora certa, no lugar certo, com o preparo certo, mas não acho que essa conexão pessoal seja uma regra absoluta para todos os gestores. O mais importante é ter sensibilidade para ouvir quem realmente entende daquele setor e ter compromisso com o trabalho, independentemente da relação prévia com ele. O que não pode acontecer, e infelizmente acontece muito na gestão pública, é tratar a cultura apenas como um número em uma planilha, sem compreender seu impacto real na vida das pessoas.

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Como descreveria seu trabalho com relação ao folclore, festas populares e tradições goianas, como as Cavalhadas, Fogaréu, Congadas entre outras?

Goiás tem manifestações riquíssimas e elas são parte essencial da identidade cultural do nosso Estado. Nosso compromisso tem sido garantir que essas tradições sejam preservadas, incentivadas e transmitidas às novas gerações. Temos trabalhado para apoiar financeiramente e estruturalmente esses festejos, garantindo melhores condições para os grupos que mantêm essas manifestações vivas. Além disso, buscamos dar mais visibilidade a essas tradições, tanto dentro quanto fora do Estado, pois entendemos que elas são não apenas patrimônio cultural, mas também um grande atrativo turístico. Nosso foco é fortalecer essas expressões para que continuem sendo celebradas com a mesma força e emoção pelas próximas gerações.

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Investimento financeiro do Iphan ainda é limitado

E com relação ao patrimônio histórico? Sei que é uma das áreas com a legislação mais complexa, além de ser bastante dispendiosa. Tem conseguido realizar o que considera mais importante? O que destacaria?

Além dos projetos de restauração de prédios históricos, temos investido na fiscalização e conscientização sobre a importância da preservação, justamente para evitar tragédias como a que aconteceu recentemente em Salvador com a igreja que teve parte da estrutura desmoronada. Nosso Projeto Fé, Religiosidade e Devoção, por exemplo, tem sido um marco nesse sentido, garantindo não apenas a restauração de templos históricos, mas também a segurança das pessoas que frequentam esses espaços. É um modelo de política pública que poderia ser ampliado para todo o país e replicado pelo próprio Iphan, que infelizmente tem uma atuação ainda muito limitada em relação ao investimento financeiro na preservação do patrimônio, especialmente aqui na região central do Brasil. Estamos provando que, com planejamento e compromisso, é possível preservar nossa história sem que isso fique apenas no discurso.

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E sua relação com imprensa? A cobertura da imprensa favorece seu trabalho?

A imprensa ajuda muito no nosso trabalho, tanto na divulgação das ações culturais quanto na valorização da cultura goiana como um todo. Mesmo alguns jornalistas que se colocam como oposição ao governo têm reconhecido que nosso trabalho é sério, bem estruturado e merece destaque. Percebo que, ao longo do tempo, as matérias mais críticas e questionadoras têm se tornado menos frequentes, porque os resultados falam por si. Hoje, conseguimos espaço positivo em praticamente todas as mídias, o que demonstra que nosso compromisso com a cultura é legítimo e tem sido reconhecido. A transparência e o diálogo aberto com a imprensa também são fundamentais para isso, e sempre busco manter essa relação de forma profissional e respeitosa.

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A despeito de seu trabalho ser eminentemente técnico, você tornou-se uma figura pública com bastante destaque no cenário político. Há alguma pretensão de migrar para esfera do Legislativo, por exemplo?

Nenhuma. Sou servidora de carreira e meus próximos objetivos são todos voltados para o judiciário, especialmente para a magistratura trabalhista. Meu trabalho na gestão pública tem sido uma experiência enriquecedora, mas minha vocação sempre foi técnica, e é nessa área que pretendo continuar. Gosto de estar nos bastidores, planejando e executando políticas públicas que realmente fazem a diferença, mas a dinâmica eleitoral não me atrai. Então, não tenho nenhuma pretensão política voltada para candidatura própria.

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O governador Ronaldo Caiado deve lançar sua pré-candidatura à Presidência da República. Sua gestão, em todas as áreas, será colocada em evidência nacional. O que você acha que será mais destacado no campo da cultura do que já foi realizado?

O maior legado da nossa gestão na cultura seja a seriedade e a eficiência na implementação de políticas públicas que realmente impactam o setor. Goiás se tornou referência nacional em diversas áreas, demonstrando que, com planejamento e compromisso, é possível transformar a cultura em um vetor de desenvolvimento. No campo do patrimônio histórico, adotamos uma abordagem inovadora, garantindo não apenas a restauração de edificações, mas também a preservação de suas funções sociais e simbólicas. No fomento, ampliamos significativamente o acesso aos recursos, descentralizando investimentos e garantindo que mais agentes culturais pudessem se fortalecer. Essa mudança de paradigma, que tirou a cultura do discurso e a colocou como prioridade na prática, certamente será um dos grandes destaques a nível nacional.

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Para fecharmos, há algum projeto ou iniciativa cultural que está em vias de ser implementado, e que já possa ser divulgado?

Estamos estudando a implementação de dois grandes legados para o Estado: um voltado para as artes visuais e outro para as artes cênicas. Ambos têm o potencial de dar projeção internacional aos nossos artistas e fortalecer ainda mais a cultura goiana no cenário global. São iniciativas ambiciosas e transformadoras, e posso garantir que “vem coisa boa por aí”.

Depoimentos de personalidades da cultura sobre Yara Nunes

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Lêda Selma, ex-presidente da Academia Goiana de Letras

“Sempre foi desejo dos artistas, de todas as vertentes, a Secretaria de Estado da Cultura dirigida por alguém, realmente, comprometido com a Cultura. E já o vimos realizado, embora interrompido por indesejáveis hiatos. Então, chegou Yara Nunes, jovem, dinâmica, determinada, que sabe dizer ‘Sim’ e ‘Não’, no momento certo, ditos com firmeza, sem embromação e com transparência. Uma secretária acessível, interativa, conhecedora dos problemas e anseios que rondam o setor cultural. Yara, afeita ao diálogo, à troca de ideias, sempre com o intuito de buscar soluções. Cônscia da grandeza de sua função, demonstra que uma autêntica gestora troca o conforto do seu gabinete para seguir rastos de novas possibilidades e de outros caminhos. E é daí, desse trabalho chancelado pela competência, dedicação e seriedade, que advém o sucesso e que se constrói um legado. Yara, você dignifica nossa Secretaria. E legitima o real sentido do poder feminino.”

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Carlos Willian Leite, presidente do Conselho de Cultura de Goiás

“Yara não foi apenas uma gestora: foi uma virada de chave na forma de pensar a cultura em Goiás. Colocou a moralidade como norte, inovou no olhar e agiu com coragem, mesmo quando isso significava enfrentar decisões impopulares. Suas contribuições deixam marcas profundas — como o inédito Plano Estadual de Cultura, criado sob sua liderança. Acessível como poucos e firme como raros, Yara uniu coração e estratégia. Por isso, será lembrada como a maior secretária de Cultura que este Estado já teve.”

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Maria Eugênia, cantora

“Yara Nunes chegou discretamente ao setor cultural, mas não demorou a mostrar a que veio. Jovem, bem preparada e com uma energia que contagia, ela surpreendeu justamente por não ser um nome conhecido — o que, na prática, acabou sendo uma vantagem. Livre de vínculos e rótulos, Yara circula com naturalidade entre diferentes grupos, sem criar barreiras ou alimentar favoritismos. Tem se mostrado firme nas decisões políticas, mas sem abrir mão da escuta atenta e do respeito com os artistas. Com ideias claras, ritmo de trabalho consistente e senso de propósito, vem tirando projetos do papel e consolidando seu espaço com autenticidade e equilíbrio.”

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Ubirajara Galli, ex-presidente da Academia Goiana de Letras

“Presidindo a Academia Goiana de Letras conheci a secretária Yara Nunes. Nossa convivência institucional foi a melhor possível. Apoiadora da missão existencial da Entidade, sempre presente às nossas solenidades, alcunhei-a, merecidamente, de nosso ‘nirvana”. Sua gestão é detentora das melhores referências.”

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Jales Mendonça, presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás

“Yara Nunes foi inicialmente indicada para Secretaria Estadual de Cultura como interina. Após pouco tempo à frente da pasta, ao revelar sua dedicação e seriedade, foi efetivada no cargo. Tem tido grande talento para ouvir e dialogar com o setor cultural.”

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Solemar Oliveira, professor da UEG e membro do Conselho de Cultura

“Yara Nunes dos Santos, à frente da Secretaria de Estado da Cultura de Goiás, conduz com precisão quase invisível o delicado ofício de distribuir recursos e semear oportunidades. O Conselho Estadual de Cultura, sob seu olhar atento, transformou-se em espelho e voz da diversidade cultural goiana. Há, em cada decisão sua, o rigor do compromisso e a leveza de quem compreende a arte como destino coletivo. E assim, sem alarde, ela constrói, palavra por palavra, o futuro criativo de nosso Estado.”

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Iuri Godinho, membro da Academia Goiana de Letras

“Yara se materializou do nada. Um dia ela não estava ali e no outro apareceu com sua maneira mansa e discreta na Secretaria da Cultura. Poderia ter se incorporado às paredes do Centro Cultural Marieta Teles Machado e passado despercebida como já aconteceu tantas vezes. Mas Yara foi se impondo pelo trabalho, pela gentileza e disposição para ouvir. Assim, conquistou a classe cultural, aparou os quadrados dos artistas e faz uma administração redondinha”.

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Elizabeth Caldeira presidente da Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás

“Dentre Todos os órgãos governamentais do Estado de Goiás a Secretaria de Estado de Cultura é a que tem maior afinidade com as instituições culturais goianas. E para honrar essa presença e essa união, Yara Nunes promove ações para celebrar e estreitar, ainda mais, essa proximidade, favorecendo um desenvolvimento melhor e maior dos segmentos culturais e das instituições que visam preservar, apoiar e incentivar a cultura e as manifestações artísticas brasileiras oriundas de nossa terra cerratense.”

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Wanessa Cruz, produtora cultural

“Quando conheci Yara, ela era do jurídico da Secult e já, naquela época, ela me impressionou muito bem, vi que era uma menina segura e extremamente profissional. Logo em seguida ela assumiu a secretaria interinamente, foi quando comecei a vê- la como uma mulher determinada, corajosa e muito inteligente. Fui uma das pessoas que pediu para que ela fosse nomeada, pois ela já era, de fato, nossa secretária, ela agarrou com toda força essa oportunidade, mostrou sua dedicação, sua fidelidade e sua liderança. Tenho orgulho de morar em um estado onde a secretária de cultura é uma mulher jovem, linda, que representa a diversidade e que tem feito uma excelente gestão.”

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Sandro Tôrres, artista visual e mestre em História da Arte

“Carinho e confiança são coisas que se conquista. E foi o que aconteceu com a Yara Nunes: chegou com altivez e um sorriso fácil no ambiente da cultura e foi cativando a todos à sua volta. Superou a desconfiança do meio e, com seu estilo despojado e franco, vem crivando sua assinatura em sucessivos projetos da pasta. O resto é um rol de conquistas. Pela inteligência e sagacidade, vejo o melhor dos futuros para a jovem secretária; um futuro do tipo que se escolhe.”

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Nilson Jaime, presidente do Instituto Cultural Bernardo Élis

“Trabalhei com a secretária de Cultura Yara Nunes quando de minha passagem pela Superintendência de Fomento e Incentivo à Cultura da Secult-Goiás, ela na Superintendência Tecnica. Yara alia a sensibilidade social de sua etnia afrodiaspórica com polidez, competência e diplomacia, essenciais ao desempenho do cargo de Secretária que ocupa. Seus atributos pessoais e profissionais explicam sua ótima gestão à frente da Secretaria de Cultura de Goiás”.

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Marislei Brasileira, presidente da Academia Goianiense de Letras

“Gostaríamos de expressar nosso reconhecimento e profundo apreço à Dra. Yara Nunes dos Santos, Secretária de Cultura do Estado de Goiás, por sua atuação sensível, competente e comprometida com o fortalecimento da cultura em nosso estado. Sua gestão tem se destacado não apenas pela valorização das artes e do patrimônio cultural, mas também pelo incentivo efetivo à democratização do acesso à cultura por meio de políticas públicas inclusivas e visionárias. A presença constante da Dra. Yara nos eventos da Academia Goianiense de Letras (AGnL) revela seu respeito e valorização pelas instituições culturais que preservam a memória, promovem a literatura e estimulam o pensamento crítico em nossa sociedade. Graças aos editais promovidos sob sua liderança, a AGnL tem conseguido executar importantes projetos como o Projeto Patronos, Projeto Memórias, com ações voltadas a pessoas com transtorno do espectro autista, iniciativas com estudantes, saraus literários e lançamentos de livros — ações que impactam diretamente na formação cultural, na inclusão social e na promoção da cidadania. Parabenizamos a Dra. Yara Nunes dos Santos por sua visão sensível e transformadora, que fortalece os laços entre poder público e sociedade civil, fazendo da cultura um verdadeiro instrumento de desenvolvimento humano.”

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Rafael Fleury, vice-presidente da União Brasileira de Escritores

“A secretária Yara tem demonstrado carinho e cuidado com a cultura goiana. Sua gestão à frente da Secretaria Estadual de Cultura de Goiás notabiliza-se pelo aspecto concreto de destinar investimentos sérios e substanciosos aos diversos segmentos culturais e às manifestações consagradas do nosso patrimônio cultural. Além disso, notabiliza-se também pelo aspecto simbólico de destinar atenção, presença, prestígio e diálogo quanto aos setores culturais e aos agentes de cultura do nosso Estado. Com tal conduta diligente Yara honra o escopo da Secretaria de Estado que gere, bem como valoriza e reconhece a riqueza, a diversidade e a grandeza da nossa cultura.”

O post Entrevista exclusiva: Yara Nunes modernizou a Ley Goyases e sugere que MinC modernize a Lei Rouanet apareceu primeiro em Jornal Opção.

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