A Polícia Federal (PF) ouve, nesta quinta-feira, 17, o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa. Investigadores devem indiciá-lo no inquérito que apura suposto uso ilegal do órgão durante o governo Jair Bolsonaro (PL).
O diretor-geral é suspeito de tentar atrapalhar as investigações policiais. Além disso, foi revelado que a Abin, sob Lula e Bolsonaro, teria espionado autoridades paraguaias.
Além de Luiz Fernando, o ex-número 2 da Abin, Alessandro Moretti, demitido por Lula, deve prestar depoimento. A PF também deve indiciá-lo pelos mesmos motivos.
Os investigadores decidiram indiciar Corrêa e Moretti por considerar que existem elementos suficientes para tal nas provas colhidas até o momento. Isso só mudaria caso ambos apresentem defesas consideradas “irrefutáveis” nas oitivas desta quinta, o que é considerado improvável.
A PF deve apresentar a conclusão já na próxima semana. Após isso, o caso passará para a Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá se oferece denúncia à Justiça, pede mais apuração ou arquiva o caso.
O indiciamento pode elevar a tensão entre o órgão e a Abin, que travam uma disputa de bastidores desde a troca de governo, em 2022. O chefe da Abin é auxiliar de confiança de Lula, chegando a ocupar o cargo de diretor-geral da PF no segundo mandato do petista, entre 2007 e 2010.
A investigação da PF começou após a revelação de que a Abin utilizou o software de espionagem FirstMile durante a gestão Bolsonaro para monitorar ilegalmente desafetos do governo. O inquérito foi instaurado em março de 2023.
A princípio, o foco da investigação era o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que chefiou a Abin durante grande parte do governo Bolsonaro. Ramagem é apontado como personagem das apurações sobre o uso político da agência.
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