O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego) realizará nesta quarta-feira, 23, uma paralisação com assembleia geral em Goiânia, como parte da 26ª Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública. Convocada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), a mobilização tem como foco principal a valorização da escola pública, o pagamento do piso salarial para professores e administrativos, além de melhores condições de trabalho para profissionais da educação.
O ato, marcado para às 10h na Praça do Trabalhador, no centro da capital, deve reunir educadores da rede pública de ensino municipal e estadual. Antes disso, às 9h, ocorrerá uma assembleia da Rede Municipal na Câmara de Vereadores de Goiânia. A atividade foi aprovada em assembleia no último dia 31 de março e poderá definir os rumos das negociações com o município, inclusive a possibilidade de greve, caso não haja avanço nas pautas reivindicadas.
Ao Jornal Opção, a deputada estadual e presidente do Sintego, Bia de Lima, detalhou os principais pontos da paralisação. “Nós vamos ter uma paralisação nacional por conta da valorização da escola pública. Contudo, a nossa atividade em Goiânia é pelo pagamento do piso para garantir condições de trabalho aos professores e administrativos, por um plano de carreira para os administrativos – que é uma pauta antiga do município de Goiânia – e, principalmente, garantir as condições de trabalho, porque as salas lotadas e a pressão sobre o preenchimento das plataformas digitais têm consumido um tempo imenso por parte dos professores e administrativos da educação”, afirmou.
As demandas, no entanto, não se restringem à capital. Segundo a dirigente sindical, a situação da rede estadual também é preocupante. “Referente ao Estado, nós estamos lutando para garantir melhores condições e valorização de trabalho aos administrativos da educação do Estado e, principalmente, uma carreira mais atrativa aos professores da rede estadual, pelo fato de que hoje há uma sobrecarga muito grande, com 32 aulas semanais para fazer 40, não respeitando um texto da oratividade. Isso tudo tem feito com que a categoria tenha adoecido e causado mais e mais transtornos emocionais, psicológicos – situação muito grave hoje na questão da saúde dos trabalhadores em educação”, alertou Bia de Lima.
Entre as bandeiras levantadas durante a mobilização estão o pagamento integral do Piso Nacional do Magistério, a valorização dos administrativos, o fim do assédio moral nas escolas, a defesa da jornada de trabalho de 26,6 horas semanais e o combate ao desconto de 14,25% nos proventos dos aposentados, considerado abusivo pela categoria. A manifestação também reforça a necessidade de segurança e paz nas instituições de ensino, diante do aumento de casos de violência no ambiente escolar.
Segundo a organização, a agenda de mobilizações em Goiás se estenderá até o feriado do Dia do Trabalhador, no dia 1º de maio, quando está prevista uma grande celebração na Praça do Trabalhador. A expectativa é que até lá haja avanços nas negociações com os governos estadual e municipal, mas, conforme pontuou a presidente do sindicato, a categoria está preparada para endurecer o movimento.
Conforme já dado pelo Jornal Opção, Bia de Lima declarou que o sindicato pode deflagrar greve caso não haja um posicionamento oficial por parte da Secretaria Municipal de Educação (SME) de Goiânia. “Greve é um instrumento que nenhum sindicato abre mão. Contudo, estamos tentando resolver sem precisar chegar a esse ponto”, disse.
A dirigente sindical explicou que já houve tentativas de diálogo com a secretária municipal de Educação, Geselle Faria, e com o prefeito Sandro Mabel (UB), mas até o momento não foram apresentadas respostas concretas às reivindicações da categoria.
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