PF mira esquema de brasileiros que traficaram 1 tonelada de medicamentos controlados para o exterior

Mais de 100 policiais federais e fiscais da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foram às ruas na manhã desta quinta-feira, 24, para desarticular um grupo suspeito de traficar mais de 1 tonelada de medicamentos controlados para o exterior.

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Apenas o chefe do bando, que era dívido em dois núcleos, segundo a Polícia Federal (PF), movimentou ao menos R$ 4,7 milhões com o envio ilegal de remessas, especialmente aos Estados Unidos. Os produtos eram adquiridos pelos investigados por meio de receituários falsos.

“Eles ocultavam em remessas, como se fossem pessoas físicas encaminhando produtos de higiene e suplementos alimentares ao exterior. Lá havia a outra parte do grupo, onde recebiam esses medicamentos e realizavam o comércio clandestino a uma comunidade de brasileiros que estavam residindo na região”, explica o chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da PF em Goiás, Bruno Gama. 

A investigação começou em 2024 e, no decorrer da apuração, foi comprovada a existência do núcleo brasileiro e norte-americano – este último alvo da polícia estrangeira em março deste ano, data em que o líder do esquema foi preso em flagrante por tráfico internacional de drogas, de acordo com o delegado. 

Nesta quinta, a PF deu continuidade ao trabalho, cumprindo 25 mandados de busca e apreensão e medidas cautelares em Goiás, São Paulo, Paraná, Amapá, Espírito Santo e Minas Gerais, além do Distrito Federal. Entre os alvos estão familiares do responsável pelo esquema, que realizavam a compra, a falsificação dos receituários médicos e o envio aos Estados Unidos.

“Foram identificados mais de 150 envios ao exterior em caixas. Também encaminhavam o receituário médico falso para justificar, caso houvesse uma abordagem. O líder fazia o armazenamento desses medicamentos e conseguiu criar uma farmácia clandestina para atender a comunidade de brasileiros. Essa farmácia tinha até locais de aplicação de medicamentos injetáveis”, reforça Gama. 

Farmácias brasileiras 

Além do tráfico internacional de medicamentos controlados e da lavagem de dinheiro praticadas pelo grupo, a PF também investiga se farmácias e/ou distribuidoras onde os produtos eram comprados também estão envolvidas no esquema, assim como empresas de transporte. A corporação, inclusive, está fiscalizando estabelecimentos do ramo nesta com o apoio da Anvisa. 

A investigação tem como objetivo identificar se a venda ocorreu de forma legal ou se foi uma transferência de medicamentos de forma clandestina para o grupo criminoso. Caso seja comprovada a participação, empresas do ramo também podem ser enquadradas nos crimes já investigados, além de evasão de divisas no remesso de valores ao exterior.

“A remessa pelas empresas [de transporte] é de forma dissimulada. Apesar de ser permitido o envio de medicamentos para o exterior, desde que seja para uso próprio, deve ser acompanhada de receituário médico legal, seguindo todo um trâmite legal. Durante a investigação, foram demonstrados que eles remeteram mais de uma tonelada de medicamento, de todo tipo”, concluiu.

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