Após uma operação de busca que mobilizou guias, pesquisadores e forças de segurança, a onça-pintada suspeita de matar o caseiro Jorge Ávalo, de 60 anos, foi finalmente capturada na madrugada desta quinta-feira, 24, em uma área isolada do Pantanal sul-mato-grossense. O animal, um macho pesando 94 quilos e visivelmente abaixo do peso ideal, foi localizado e sedado por uma equipe formada por quatro policiais militares ambientais, dois guias locais e um pesquisador.
A operação de resgate ocorreu em uma região de difícil acesso, próxima ao pesqueiro Touro Morto, onde a vítima foi atacada na última segunda-feira, 21. A área, situada na confluência dos rios Miranda e Aquidauana, está com o nível da água elevado devido às chuvas recentes, o que dificultou ainda mais a mobilização da equipe.
Veja vídeo da captura:
A onça, segundo os biólogos envolvidos, apresentava sinais visíveis de desnutrição. “Vamos levar esse animal para o centro de reabilitação e tentar entender o que aconteceu. Dá pra ver que o animal está bem magro”, afirmou o pesquisador Gedienson Araújo, que acompanhou toda a operação.
Logo após a contenção da onça, os profissionais instalaram um acesso venoso e um monitor de frequência cardíaca e temperatura no animal, o que permitirá o acompanhamento de seu estado clínico e o uso de anestésicos, caso seja necessário durante o transporte ou nos procedimentos de triagem.
Veja vídeo:
A onça foi encaminhada ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), localizado em Campo Grande, onde passará por exames detalhados. O local foi isolado para garantir a segurança e, até o momento, o acesso está restrito apenas a profissionais autorizados.
Relembre o caso
O caseiro trabalhava há anos em um pesqueiro particular na região e foi atacado pela onça enquanto tentava coletar mel em um deck próximo à mata. Os primeiros sinais do ataque surgiram quando um conhecido da vítima encontrou trilhas de sangue e indícios da presença do felino, o que levou à notificação da Polícia Militar Ambiental (PMA).
No dia seguinte, equipes da PMA localizaram o corpo de Ávalo após seguir pegadas e rastros do animal na mata. Os restos mortais da vítima estavam sendo arrastados por mais de 50 metros pela onça, que ainda permaneceu nas proximidades mesmo após a chegada dos agentes, comportamento considerado incomum.
A investigação agora se concentra em entender as razões por trás do ataque. Autoridades apontam diversas hipóteses, que incluem desde escassez de alimentos no habitat natural do animal, até um possível comportamento defensivo da onça diante de alguma atitude involuntária da vítima.
Também são analisados fatores como o período reprodutivo do felino, que pode alterar seu comportamento, ou possíveis condições clínicas que tenham levado a um aumento da agressividade. A região do Pantanal, apesar de abrigar uma das maiores populações de onças-pintadas do mundo, raramente registra ataques fatais a seres humanos.
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