Eles vivem em savanas africanas, se alimentam de frutas, folhas e pequenos animais, são extremamente sociais e têm um traço visual que costuma causar surpresa e curiosidade: os machos da espécie possuem testículos de coloração azul vibrante. Trata-se dos macacos-vervet (espécie Chlorocebus pygerythrus), um dos primatas mais conhecidos do continente africano — não só por seu comportamento complexo, mas também por essa característica anatômica chamativa.

O azul vívido dos testículos dos vervets não é apenas uma excentricidade da natureza: trata-se de um importante marcador social e sexual entre os membros do grupo. Em disputas hierárquicas, machos com testículos mais azulados tendem a demonstrar maior dominância e atrair mais atenção das fêmeas. A coloração, nesse contexto, funciona como uma espécie de “placa luminosa” da saúde reprodutiva e do status social.
Um traço de seleção sexual
Segundo estudos realizados por primatólogos da Universidade de Cambridge e publicados em revistas como a Ethology Ecology & Evolution, a coloração azul resulta da estrutura microscópica da pele, e não de pigmentos. A pele dos testículos dos vervets reflete a luz de forma seletiva, evidenciando o azul de maneira mais intensa conforme a circulação sanguínea e o estado fisiológico do animal.
Além disso, foi observado que machos com coloração mais opaca perdem espaço nas disputas por liderança e acesso às fêmeas, indicando que esse traço evoluiu como um mecanismo de seleção sexual — assim como acontece com a plumagem colorida de aves ou os chifres imponentes de certos mamíferos.
Espécie versátil e adaptável
Os macacos-vervet habitam principalmente a África Subsaariana, sendo encontrados desde a Etiópia até a África do Sul. São animais adaptáveis, capazes de viver próximos a áreas urbanas e agrícolas, o que, por vezes, os coloca em conflito com humanos. Por outro lado, sua presença em ambientes alterados também os transforma em objetos de estudo valiosos para ecologistas e conservacionistas.
Extremamente sociáveis, vivem em grupos com estrutura hierárquica bem definida e se comunicam por meio de expressões faciais, gestos e sons específicos. Um dos comportamentos mais notáveis desses primatas é sua capacidade de emitir diferentes tipos de alarmes vocais conforme o tipo de predador (águia, leopardo ou cobra), o que demonstra um grau de cognição notável.
Curiosidade científica e conservação
Apesar de não estarem ameaçados de extinção, os vervets enfrentam pressões decorrentes da perda de habitat, conflitos com humanos e captura para comércio ilegal. Por isso, instituições como o Instituto Jane Goodall e diversas ONGs africanas atuam em projetos de monitoramento e educação ambiental voltados à convivência com esses animais.
Além do impacto ecológico, os vervets também têm papel relevante em pesquisas biomédicas — o que levanta questões éticas sobre o uso de primatas em laboratório. Em diversos países, a espécie é protegida por leis específicas.
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