Morreu nesta segunda-feira, 29, aos 45 anos, Marielle Ramires, uma das fundadoras da Mídia Ninja, do coletivo Fora do Eixo, da Casa Ninja Amazônia e do projeto PlanetaElla. Marielle enfrentava um câncer. A morte foi confirmada por meio das redes sociais do portal Mídia Ninja, coletivo do qual ela era uma das principais articuladoras desde sua criação.
Natural de Cuiabá (MT), Marielle teve atuação destacada no campo da comunicação alternativa e no ativismo digital brasileiro. Sua trajetória está ligada a iniciativas de engajamento social, cultural e ambiental, com foco em justiça climática, defesa de povos indígenas e representatividade de mulheres em espaços de decisão.
Em dezembro de 2024, Marielle compartilhou em suas redes sociais um relato pessoal sobre o diagnóstico e o tratamento contra o câncer. No texto, publicado em 28 de dezembro, ela refletiu sobre os desafios físicos e emocionais enfrentados, agradeceu à família, amigos, equipe médica e à rede de apoio da Mídia Ninja. A publicação destacava também a busca por serenidade e esperança no processo de recuperação.
A notícia de sua morte gerou repercussão entre ativistas, jornalistas e representantes do meio político. A jornalista e ex-deputada federal Manuela d’Ávila, por exemplo, escreveu: “Mari fez muitas de nós percebermos que outros mundos eram possíveis. Mesmo que estivéssemos à distância, apenas admirando a discrição com que ela coordenava tudo. Que sua passagem tenha sido tranquila, Mari. A gente vai seguir nas lutas que você apontou.”
O perfil oficial da Mídia Ninja também se manifestou nas redes sociais. Em nota, o coletivo lamentou a perda e destacou a importância de Marielle na criação e estruturação de projetos ligados à comunicação, cultura e ativismo social. “Ela partiu da mesma forma que viveu: lutando e inspirando, com fé até o último momento. Mari se despede após uma luta contra o câncer, mas seu legado segue vivo e mais forte do que nunca.”
Marielle esteve envolvida diretamente na criação da Casa Ninja Amazônia, espaço de articulação política e cultural na região Norte, e no projeto PlanetaElla, voltado a debates sobre meio ambiente e liderança feminina. Segundo publicações da Mídia Ninja, ela também teve papel importante no fortalecimento de articulações com lideranças indígenas e movimentos sociais de base.
As homenagens públicas ressaltam o papel que Marielle exerceu nos bastidores das iniciativas em que atuou, muitas vezes de forma discreta, mas com forte capacidade de articulação e mobilização. As cerimônias de despedida ainda não tiveram detalhes divulgados até o momento.
Marielle Ramires deixa um legado reconhecido por diferentes atores da sociedade civil e da comunicação independente no país.
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