A Polícia Civil de Goiás apura três tentativas de sequestro cometidas por falsos conselheiros tutelares nos municípios de Jaraguá, na região Central, e Posse, no Nordeste do estado. Em todas as ocorrências, os suspeitos se passaram por agentes públicos para tentar retirar bebês de suas mães, mas foram impedidos pela reação das vítimas, que acionaram as autoridades.
A delegada Luana Alves, responsável pelos casos no município de Posse, gravou um vídeo alertando a população sobre a atuação criminosa. Ela informou que as investigações estão em andamento, com o objetivo de identificar o suposto casal e apurar as circunstâncias e motivações do crime.
A delegada também orientou os moradores a não permitirem a entrada de desconhecidos em suas residências e a acionarem a Polícia Civil ou a Polícia Militar caso isso ocorra.
A presidente do Conselho Tutelar da Região Centro-Sul de Goiânia, Roselei Monteiro de Sá Galhardo, explicou que, embora conselheiros tenham a prerrogativa de entrar em residências sem ordem judicial em caso de maus-tratos, a abordagem jamais é feita de forma agressiva. “Só realizamos o acolhimento após esgotar todas as possibilidades, como conversas com responsáveis e, mesmo tendo violações de direitos, falamos com familiares mais próximos”, afirmou.
Roselei reforçou que os conselheiros da capital trabalham uniformizados, portam distintivos de identificação e utilizam veículos oficiais com o logotipo da Prefeitura de Goiânia. A conselheira alerta a população para que fique atenta e denuncie qualquer ação suspeita.
Em Jaraguá, o crime ocorreu na segunda-feira, 27 de abril. Segundo relato à Polícia Civil, um casal chegou à residência da família usando uniformes semelhantes aos dos conselhos tutelares e apresentou uma suposta documentação judicial.
A mãe que adotou a criança, a princípio, não desconfiou da ação, justamente por se tratar de um caso de adoção. No entanto, ela suspeitou da abordagem e entrou em luta corporal com a falsa conselheira, enquanto a avó da criança impediu que o homem a levasse. Diante da resistência, os suspeitos fugiram.
Casos semelhantes ocorreram em Posse, onde duas adolescentes, mães de bebês, relataram abordagens parecidas. Nestes casos, nenhuma das mães autorizou levar as bebês, e falaram que iam chamar a polícia e eles saíram do local.
Uma das mães, de 16 anos, afirmou que o casal alegou ter recebido uma denúncia de que sua filha chorava há vários dias, o que justificaria a retirada da criança. No entanto, eles não apresentaram nenhuma documentação. “A mãe desconfiada disse que ia chamar o seu pai que é policial, nesse momento o casal saiu do local”, relatou a polícia.
As ações criminosas, assim como em Jaraguá, ocorreram em abril, e a Polícia Civil investiga se há ligação entre os episódios. As delegacias de ambos os municípios estão compartilhando informações.
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