O anúncio da Petrobras sobre a redução de R$ 0,16 no preço do litro do diesel ainda não chegou de forma integral às bombas dos postos de combustíveis em Goiás. A explicação, segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Goiás (Sindiposto-GO), Márcio Andrade, está na dinâmica da cadeia de comercialização e no tempo necessário para que os estoques antigos sejam substituídos.
“Os preços são livres em toda a cadeia de comercialização — desde a refinaria, passando pelas distribuidoras até os postos”, destacou Andrade em entrevista ao Jornal Opção. Segundo ele, para que a redução anunciada pela Petrobras chegue efetivamente ao consumidor final, é necessário que todos os elos da cadeia repassem os valores atualizados.
Outro fator citado por Andrade é o teor de biodiesel adicionado ao diesel comum. “Os 16 centavos anunciados pela Petrobras, se forem repassados integralmente, com os 14% de biodiesel se transformam em algo em torno de 13,7 ou 13,8 centavos de redução”, explicou.
O presidente do Sindiposto-GO também criticou a ideia de que os postos seriam os únicos responsáveis por não aplicarem imediatamente as reduções. “Tem informações de que algumas distribuidoras ainda não repassaram nem um centavo da redução; outras repassaram 4, 5 centavos. Isso precisa ser dito, porque nem sempre é o posto o culpado de a redução não chegar ao consumidor”, afirmou.
Andrade reforçou que o processo de queda nos preços é gradual. “É natural que no primeiro momento não haja repasse por parte das distribuidoras, até porque elas têm estoques com preços antigos. À medida que vão repondo os estoques, começa-se a fazer o preço médio, que vai baixando proporcionalmente”, disse. Ele estimou que o consumidor deve começar a perceber os efeitos da redução em cerca de uma semana a dez dias.
Ao comparar com momentos de alta nos preços, o dirigente observou que o repasse costuma ser mais imediato. “Quando é aumento, é mais rápido, porque você já começa a pensar no preço de reposição. Se eu vender hoje sem repassar o aumento, amanhã já não consigo comprar o produto. Para redução, o processo é mais lento, porque vou perder dinheiro se vender mais barato do que tenho no estoque”, explicou.
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