“Sensível, de uma escuta atenta e observador”: goiana que encontrou com o papa Leão XIV no Brasil comenta impressão sobre o pontífice

“Sensível, de uma escuta atenta e muito observador”, é assim que a goiana Ivone Aparecida Pereira, psicopedagoga do Colégio Agostiniano Nossa Senhora de Fátima, em Goiânia, descreve Robert Francis Prevost, o papa Leão XIV. O primeiro encontro com o então Prior (superior) Agostiniano foi em Roma. Já o segundo encontro foi no Brasil durante encontro Encontro de Jovens Agostinianos (EJA), realizado em São Paulo, quando a Província de Castela comemorava seus 80 anos.

Ivone Aparecida mostra foto do encontro com o agora papa Leão XIV | Foto: Guilherme Alves/Jornal Opção

Quando foi à Roma, Ivone já trabalhava no colégio e participou de um congresso internacional, com representantes dos Agostinianos do mundo inteiro. “Ele esteve conosco no congresso e tive a oportunidade de conhecê-lo. Sempre muito gentil, sentava à mesa com os congressistas, fez a abertura do congresso e participou das palestras”, lembra.

Visita ao Brasil

O segundo encontro de Ivone com Leão XIV foi no ano de 2013 durante a comemoração dos 80 anos da província de Castela no Brasil, quando recebeu a filiação da Ordem Agostiniana. “As fotos que trago com ele são desse encontro. Teve um momento muito lindo da entrega do documento de filiação e depois teve um almoço festivo e ele ficou conosco nesse almoço. Depois desse encontro, aconteceu a Jornada Mundial da Juventude, então ele foi para o Rio de Janeiro participar da jornada com o papa”, conta.

A primeira vista, a gente pode até pensar que ele é um pouco contido. Mas eu penso que ele é muito mais observador no sentido de quere entender o contexto. É uma pessoa muito acessível, aberta ao diálogo, sensível e de uma escuta muito atenta e muito observador

Ivone Aparecida Pereira conta sobre encontro com Robert Francis Prevost, o papa Leão XIV

Confira a galeria com as fotos da visita do agora papa Leão XIV ao Brasil:

Em São Paulo, ela lembrou à Prevost do primeiro encontro em Roma e nesta oportunidade notou a atenção que o cardeal reserva para as pessoas que conversavam com ele. “Ele é uma pessoa muito preparada, inteligente, fala vários idiomas, mas ao mesmo tempo tem uma capacidade rara de escuta e atenção. Ele entende os contextos, observa antes de falar. Isso sempre me chamou a atenção”, reflete Ivone.

Expectativa do papado

Para ela, a nomeação de Leão XIV trouxe grande esperança à comunidade agostiniana. “Ele vem com uma missão grandiosa, de construir pontes, promover o diálogo e manter a unidade, mesmo diante das diversidades que o mundo apresenta.”

Ivone conta que quando Leão XIV apontou nas janelas da Basílica de São Pedro, em Roma, a sensação foi maravilhosa. “A impressão que a gente teve é que era um dos nossos. E conhecendo a espiritualidade agostiniana, que é tão maravilhosa, que traz a questão da interioridade tão importante nos tempos atuais, fico muito feliz pois ele é alguém que preza muito pela vida em comunidade”, retrata.

Um bom sinal, para ela, foi o pastoreio do papa Leão no Peru. Ela conta que o papa já tinha esse papel de liderança na corrente agostiniana, além de ser um homem estudioso, de uma capacidade humanitária e de trazer a unidade para dentro da igreja.

Pilares

Profundamente enraizada na espiritualidade agostiniana, Ivone acredita que o novo Papa representará os pilares centrais da tradição: interioridade, vida comunitária e serviço. Inspirada pela trajetória de Santo Agostinho — filósofo e teólogo que se converteu aos 33 anos após uma vida de buscas — ela vê na figura de Leão XIV alguém capaz de equilibrar a doutrina com a pastoral, buscando um caminho de equilíbrio, mesmo após o papado reformador e misericordioso de Francisco.

“Eu espero muito dele, mas também rezo por ele. Ele traz essa espiritualidade que nos é tão cara: a busca interior, a comunidade e o serviço. São valores que fazem falta no mundo de hoje”, diz Ivone, emocionada. Ela recorda ainda que teve a chance de relatar ao Papa que já havia estado com ele em Roma, e recebeu dele uma escuta atenta.

A expectativa para os próximos anos é grande. Ivone espera reencontrá-lo, agora como líder máximo da Igreja Católica, e acredita que ele saberá honrar o legado de Francisco, ainda que imprima seu próprio estilo, talvez com mais rigor em aspectos morais, mas com a mesma preocupação em manter uma “Igreja em saída”, próxima das periferias, dos pobres e da vivência comunitária.

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