Tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) uma ação movida por Uugton Batista (PL), secretário de Cultura de Goiânia e amigo pessoal do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), contra o deputado federal Gustavo Gayer (PL). Batista decidiu processar o parlamentar, que também é bolsonarista, após ele compartilhar nas redes sociais a matéria de um site que acusa o secretário de abuso sexual contra a filha – na qual ele já foi inocentado.
A defesa de Uugton afirma que a publicação de Gayer teve o intuito de retaliação política, já que ele decidiu apoiar Sandro Mabel (PL) nas eleições de 2024, e não Fred Rodrigues (PL). Segundo a queixa-crime, a conduta do parlamentar expôs o secretário e sua família a um grande abalo moral, afetando inclusive suas filhas, e que o conteúdo divulgado estava protegido por sigilo judicial.
O Jornal Opção tentou entrar em contato com a assessoria do deputado a respeito da ação e aguarda uma resposta.
“Tudo que foi dito pelo Querelado (Gayer) são mentiras afrontosas à imagem do Querelante. Não obstante, é evidente o dolo específico do Querelado (Gayer), na clara intenção de macular a imagem do Querelante (Uugton), praticando calúnia e difamação em meio de acesso a mais de dois milhões de pessoas”, cita o documento da queixa-crime. A ação também pede condenação pelo crime de divulgação de informações sigilosas ou reservadas.
Segundo a advogada de defesa, Lorena Montalvão Batista Gomes, o caso foi investigado e o próprio Ministério Público de Goiás (MPGO) optou por não oferecer denúncia. “O promotor afirmou que, em todos os exames e perícias realizados, não foi identificado qualquer indício de que a criança havia sido abusada sexualmente. Inclusive, quando questionadas sobre o pai ou a mãe, as meninas expressaram sentimentos típicos de afeto, dizendo que amavam ou gostavam deles”, explicou.
A ação contra Gayer também cita que o deputado estava ciente que não houve denúncia do MPGO, já que é um “velho conhecido” do secretário. “O Querelado (Gayer) repostou tal matéria com intuito de caluniar e difamar o Querelante (Uugton). (…) Os atos caluniatórios e difamatórios foram expostos a mais de dois milhões de pessoas, pois, em seu Instagram há 2,1 milhões de seguidores”, citou a queixa-crime, a respeito de um “story” publicado no dia 24 de dezembro de 2024.
Atualmente, o processo tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) e está sob a relatoria da ministra Cármen Lúcia. Lorena explica que o processo foi para o STF por conta do foro privilegiado que Gayer possui por ser deputado federal. Protocolado no dia 20 fevereiro, a queixa-crime também requer a condenação de Gayer pelos crimes de calúnia, difamação e divulgação de segredo, além de uma indenização por danos morais no valor de 40 salários mínimos.
Conflitos internos
Além de Uugton, anteriormente Gayer também entrou em conflito com o vereador Vitor Hugo, outro integrante do Partido Liberal (PL), próximo à Bolsonaro.
Na época, o atrito ocorreu após o representante do Legislativo goianiense buscar aproximação com o vice-governador Daniel Vilela (MDB), para uma possível aliança entre PL e Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Atualmente, Vitor Hugo cita que a situação já foi resolvida e que tudo seriam “águas passadas”.
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