O acordo firmado entre Estados Unidos e China para uma trégua de 90 dias na guerra comercial foi recebido com otimismo pelo Brasil e o mercado internacional. Segundo Valdo Cruz, comentarista do Globo News de economia e política, a equipe econômica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vê o entendimento como uma oportunidade para o Brasil. Por exemplo, a retomada da estabilidade global pode trazer impactos positivos tanto nas exportações quanto na atração de investimentos estrangeiros.
Segundo o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, há uma expectativa concreta de que o país consiga negociar a redução das tarifas impostas pelos EUA sobre o aço e o alumínio brasileiros, atualmente fixadas em 25%. A meta é que as taxas caiam para pelo menos 10%, mesmo diante da resistência do presidente americano Donald Trump em recuar na aplicação de uma tarifa geral de 10% para todos os países.
No acordo temporário, os EUA concordaram em reduzir tarifas de importação de 145% para 30%, enquanto a China baixou suas alíquotas de 125% para 10%. Para o Brasil, esse novo ambiente de menor tensão entre as duas maiores economias do mundo pode evitar uma recessão nos EUA e uma desaceleração mais forte na China, dois cenários que prejudicariam diretamente a economia brasileira.
Ao mesmo tempo, Lula segue com o esforço para estreitar laços com o país asiático. O presidente viajou à China nesta semana com uma comitiva de empresários e ministros para fortalecer acordos comerciais e aproveitar oportunidades de cooperação. Um dos focos é a possível integração entre o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) brasileiro e a Nova Rota da Seda, iniciativa chinesa de investimento em infraestrutura global.
Durante a sua segunda viagem ao país asiático, Lula reforçou seu compromisso com o multilateralismo e destacou a importância da China no cenário comercial e geopolítico global. Nesta terça-feira, 13, ele deve se reunir pela terceira vez com o presidente chinês Xi Jinping.
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