Pesquisas de brasileira ‘Nobel da Agronomia’ economizam R$127 bi e evitam emissão de 230 milhões de toneladas de CO2 por ano

Mariangela Hungria, microbiologista associada à Embrapa, recebeu o Prêmio Mundial da Alimentação (World Food Prize, o “Nobel da Agricultura”) nesta terça-feira, 13. Mariangela Hungria estudou décadas procurando bactérias no solo que pudessem atuar como fertilizantes, impulsionando as colheitas dos agricultores. Concedido pela Fundação Prêmio Mundial da Alimentação desde 1987, o prêmio em dinheiro é de U$ 500 mil (equivalente a R$ 2,8 milhões).

O trabalho de Mariangela Hungria foi um dos responsáveis por transformar o Brasil em uma superpotência agrícola. Há cinquenta anos, o Brasil era um importador líquido de alimentos. Hoje, é o maior exportador mundial de soja, açúcar, café e outros.

A World Food Prize Foundation estima que as pesquisas de Hungria, que reduziram a necessidade de fertilizantes químicos, evitaram a emissão de mais de 230 milhões de toneladas de CO₂ por ano e foram aplicadas em mais de 40 milhões de hectares no Brasil, com economia de R$127,5 bilhões por ano em custos de insumos.

A governadora do estado americano de Iowa, Kim Reynolds, que acompanhou a premiação, afirmou: “A jornada da Dra. Hungria mostra que ela é uma cientista de grande perseverança e visão – características que ela compartilha com o Dr. Norman Borlaug, de Iowa, fundador do Prêmio Mundial da Alimentação e pai da Revolução Verde.”

Ela obteve seu doutorado pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e ingressou na EMBRAPA em 1982. Seguindo os passos de outra pioneira da ciência brasileira, Johanna Döbereiner, que também buscou micróbios que pudessem aumentar a produtividade das culturas. 

Mariangela Hungria isolou linhagens de bactérias chamadas rizóbios, que habitam nódulos nas raízes da soja, capturam nitrogênio do ar e o convertem em uma forma que alimenta a planta. Também documentou os benefícios de uma linhagem de outro micróbio do solo, o Azospirillum, que libera hormônios que estimulam o crescimento das raízes, permitindo que plantas como milho, trigo e gramíneas de pasto capturem nutrientes com mais eficiência.

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