Teve início nesta quarta-feira, 14, no Centro Cultural Oscar Niemeyer, a 7ª edição da Feira de Arte Goiás (FARGO), considerada a maior festa de artes visuais do Centro-Oeste. Com a proposta de fomentar o mercado artístico regional e nacional, o evento vai até o domingo, 18, reunindo mais de 40 expositores de várias partes do Brasil, além de uma galeria da Holanda. Para este ano, a FARGO homenageia o centenário de Antônio Poteiro, um dos maiores nomes da arte naïf no em Goiás.
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A expectativa da organização é que a feira supere em 20% os números do ano anterior. As obras à venda variam entre R$ 500 e mais de meio milhão de reais, contemplando desde novos colecionadores até investidores experientes. A feira também oferece uma programação ampla, que inclui lançamentos de livros, rodas de conversa, oficinas, palestras e imersões artísticas, consolidando o evento como um espaço de encontro e debate sobre arte contemporânea, patrimônio cultural e pensamento crítico.

Organizada pela Arte Plena Produção em Cultura, com curadoria de Wanessa Cruz, a FARGO conta com o apoio do Programa Goyazes da Secretaria de Cultura de Goiás, co-realização do SESC Goiás e patrocínio master da Danglar.
Homenagens e memória artística
A FARGO 2025 presta homenagem a dois ícones da cultura goiana. O primeiro é Antônio Poteiro (1925–2010), artista português radicado em Goiás, conhecido por suas esculturas em cerâmica e pinturas que retratam o cotidiano com cores vibrantes e forte apelo popular. O outro nome celebrado é o de Sáida Cunha, artista cuja trajetória se entrelaça com a história das artes visuais em Goiás e que continua sendo referência na formação de novas gerações.

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Presença internacional e diversidade de expositores
Com expositores de várias regiões do Brasil e da Europa, a FARGO reflete a diversidade da produção artística contemporânea. Participam galerias como a Galeria Marilia Razuk (SP), Galeria Tato (SP), OCUPÁ (RJ), Galeria Oto Reifschneider (DF), além do coletivo Hidrolands Grafisch Atelier, da Holanda. Do cenário local, nomes como Casa Arte Plena, Cerâmica Contemporânea, Müquifü Cultural, Cerrado Galeria e FAV/UFG marcam presença, mostrando a vitalidade da cena artística goiana.
Além das obras de arte, a feira reforça seu papel na valorização do setor editorial independente, com um espaço dedicado à circulação de livros e impressos, conectando autores, leitores e pesquisadores. “A FARGO reafirma seu compromisso com a diversidade literária e artística, funcionando como ponto de encontro para o pensamento crítico e a valorização da produção local”, observa Sandro Tôrres, coordenador da feira.
Inclusão e novos talentos: a arte de Augusto Mangussi
Um dos destaques da edição é o jovem artista Augusto Mangussi, de 18 anos, diagnosticado com autismo. Ele participa pela segunda vez da FARGO e estreia, nesta edição, uma marca própria de lenços estampados com obras autorais. Com mais de 200 obras produzidas desde que começou a pintar aos 9 anos, Mangussi já expôs nos Estados Unidos, tendo sido, em 2019, o mais jovem expositor da feira Red Dot, em Miami, durante a semana de arte Basel.
Sua mãe, Larissa Lafaiete, destaca que a arte foi transformadora no desenvolvimento pessoal do artista: “A pintura melhorou sua concentração, habilidades sociais e autoestima. A presença de Augusto na FARGO 2025 não apenas destaca seu talento, mas reforça a importância da inclusão de artistas neurodivergentes no circuito cultural brasileiro.”
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