Motorista de ônibus que capotou após sair de Goiás é indiciado por 12 homicídios e 46 tentativas de homicídio

O motorista do ônibus da Real Expresso, que tombou na MG-233, em Araguari (MG), matando 12 pessoas e ferindo 46, foi indiciado pela Polícia Civil de Minas Gerais por 12 homicídios e 46 tentativas de homicídio encontradas, por impossibilidade de defesa das vítimas. O veículo havia saído de Goiás e seguiu para Belo Horizonte. Apesar do indiciamento, o motorista responderá ao processo em liberdade.

LEIA TAMBÉM

Sobe para 12 número de mortos em ônibus que tombou em Minas Gerais após sair de Anápolis

Ônibus que saiu de Anápolis tomba e deixa 11 mortos na MG-223

A corporação informou que o ônibus seguia com velocidade 50% acima do limite no trecho, o que resultou na tragédia. Em coletiva, a polícia-científica mineira informou que o ônibus trafegava a aproximadamente 96 km/h no momento do acidente, velocidade acima da permitida no trecho.

A curva do local conhecido como Trevo do Queixinho, onde o veículo tombou, é considerada acentuada e o excesso de velocidade foi determinante para que o motorista perdesse o controle da direção. Outro agravante, de acordo com a corporação, foi a ausência de cinto de segurança.

Vítimas esmagadas 

Após o tombamento, as janelas do lado esquerdo do veículo quebraram e alguns passageiros, sem o cinto, acabaram sendo arremessados para fora. O ônibus tombado, então, se arrastou e esmagou as vítimas em um percurso de nove metros. Cerca de nove corpos foram retirados debaixo do veículo.

Depoimentos confirmaram que o motorista tinha pressa para “tirar o atraso”. Inicialmente, a empresa Real Expresso informou que havia 54 pessoas no veículo, sendo 53 passageiros. Mas com a apuração da Polícia Civil ficou confirmado que haviam 58 pessoas, além do motorista.

De acordo com PCMG, a lista apresentada pela empresa tinha inconsistências e não listava alguns passageiros. Com o cruzamento de informações junto às unidades de saúde que receberam os feridos, foi possível totalizar o quantitativo.

Além disso, os dados de telemetria disponibilizados à polícia demonstrou que o motorista transitou, senão durante todo o trajeto, por boa parte dele, em alta velocidade. A partir dessas provas, foi descaracterizada a autuação por infração de trânsito e configurado o crime de homicídio e tentativa de homicídio qualificado, pelos quais o investigado foi indiciado por 58 vezes.

Sobre a eventual responsabilização da empresa de ônibus, PCMG informou que o inquérito foi enviado ao Ministério Público Federal (MPF), que deverá apresentar denúncia à Justiça.

Em nota enviada à imprensa, a Real Expresso – empresa que integra o Grupo Guanabara e responsável pelo ônibus – informou que continua colaborando integralmente com as autoridades na investigação do acidente, com total transparência e responsabilidade (leia a nota completa abaixo).

12 passageiros mortos

O veículo da viação Real Expresso saiu de Anápolis por volta das 20h30 do dia 7 de abril com destino a São Paulo (SP), mas na madrugada do dia 8, o motorista perdeu o controle da direção em um trecho da rodovia conhecido por Trevo do Queixinho, saiu da pista e o ônibus tombou.

A 12º vítima do acidente morreu na última quarta-feira, 7. Zenildes Santana Hamada não resistiu aos ferimentos provocados pelo capotamento após ficar um mês internada no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU). A mulher, que voltava para casa em São Paulo após viagem com o companheiro, estava internada desde o dia 8. As demais vítimas fatais são:

Veja lista de vítimas fatais:

  • Rogério Ribeiro de Queiroz – 41 anos – natural de Goiânia (GO)
  • Elhadi Ahmed Khalifa – 69 anos – estrangeiro natural da Líbia
  • Kleyton Serra da Silva – 40 anos – natural de Belém (PA)
  • Sueli Pereira Dias Fernandes – 56 anos – natural de Bebedouro (SP)
  • Suely Maria de Araújo – 45 anos – natural de Itambé (MG)
  • Francini Batista Rodrigues Marcondes – 42 anos – natural de São Paulo (SP)
  • Nilda Helena de Paula – 53 anos – natural de Itumbiara (GO)
  • Laura Costa de Negreiros – 6 anos – morava em Trindade (GO)
  • Lorena Costa de Negreiros – 2 anos – morava em Trindade (GO)
  • Maria Catarina da Silva – 62 anos – morava em Ribeirão Preto (SP)
  • Basileu da Silva Pereira – 41 anos – natural de Isaias Coelho (PI)
  • Zenildes Santana Hamada – morava em São Paulo (SP)

Nota Real Expresso:

“A Real Expresso reafirma que continua colaborando integralmente com as autoridades na investigação do acidente, com total transparência e responsabilidade. Acreditamos no trabalho da Justiça e permanecemos à disposição para todos os esclarecimentos necessários.

Desde o início, a empresa vem prestando assistência completa às famílias das vítimas e aos sobreviventes, reforçando seu compromisso com o acolhimento e o cuidado.

Para a empresa a lista era aquela, se, no entanto, haviam passageiros não registados ou não pagantes aguardamos a apuração e com certeza iremos atuar para descobrir o responsável pela irregularidade.

Por fim, destacamos que a Real Expresso cumpre rigorosamente todas as normas de segurança exigidas para o transporte rodoviário de passageiros, investindo continuamente em tecnologia, manutenção preventiva e frota de última geração, sempre priorizando a segurança e a integridade de todos os seus clientes”.

O post Motorista de ônibus que capotou após sair de Goiás é indiciado por 12 homicídios e 46 tentativas de homicídio apareceu primeiro em Jornal Opção.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.