Médica goiana alerta sobre tipos de dor de cabeça que podem indicar doenças graves

A dor de cabeça, ou cefaleia, pode ser algo comum mas, em alguns casos, podem representar o início de problemas mais graves. Ao Jornal Opção, a neurologista Lorena Bochenek explicou como distinguir a dor de cabeça comum de uma que pode exigir, inclusive, atendimento médico de urgência.

Segundo Lorena, a dor de cabeça comum é leve a moderada e com duração limitada. “A dor de cabeça comum costuma a melhorar com repouso ou analgésicos simples. Já uma dor de cabeça que chama a atenção por ser repentina, muito intensa, acompanhada de outros sintomas neurológicos (como fraqueza, confusão, visão turva ou desmaios), deve ser considerada um sinal de alerta e precisa de investigação urgente. O que difere é o padrão da dor, sua intensidade e os sintomas associados”, explicou.

A especialista lista os sinais associados a dor de cabeça que possam fazer com que o paciente procure atendimento médico de urgência. “Dores de cabeça com início súbito e explosivo da dor (“a pior da vida”); alterações visuais, fraqueza em um lado do corpo, fala arrastada; febre, rigidez na nuca ou vômitos persistentes; perda de consciência ou convulsões; que piora progressivamente ao longo dos dias ou semanas; e dores de cabeça nova em pessoas com mais de 50 anos são sinais que podem indicar AVC, meningite, tumores ou outras condições graves”, explica.

“Esses sintomas podem ocorrer em enxaqueca com aura, mas também podem estar presentes em condições neurológicas graves como AVC, hipertensão intracraniana, hemorragias cerebrais ou infecções. Quando os sintomas são novos ou atípicos, é fundamental uma avaliação médica detalhada”.

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Lorena afirma, também, que existem duas grandes classificações para as cefaleias: primárias e secundárias. As primárias não têm uma causa estrutural identificável e incluem tipos como a tensional, enxaqueca e cefaleia em salvas, que possuem graus de gravidade. Segundo ela, as secundárias são causadas por outra condição, como infecção, sangramento ou tumor.

Também se deve ter cuidado com dores súbitas e intensas. “Quando uma dor surge de forma súbita e intensa pode ser sinal de Hemorragia subaracnoide (ruptura de aneurisma cerebral); AVC isquêmico ou hemorrágico; Trombose venosa cerebral; Dissecção arterial e Crise hipertensiva. Esses quadros exigem avaliação médica imediata, geralmente em pronto-socorro com neuroimagem”.

Outro cuidado a ser tomado, segundo a especialista, é com o uso excessivo de analgésicos. Lorena explica que utilizar medicamentos do tipo mais de 10 a 15 vezes por mês pode causar a “cefaleia por uso excessivo de medicação”. Isso, de acordo com Lorena, causa um efeito rebote que piora a dor e cria um ciclo vicioso. Ela ressalta que em caso de dores de cabeça frequentes o indicado é procurar um neurologista para controle adequado da dor com tratamentos preventivos e não apenas sintomáticos.

Por fim, a neurologista explica que também é necessário tomar cuidados em caso de enxaqueca crônica. “A enxaqueca crônica é considerada a segunda condição neurológica mais incapacitante do mundo — e, em pessoas jovens e em idade produtiva, a principal causa de incapacidade, absenteísmo e presenteísmo. Embora não cause lesões estruturais no cérebro, seu impacto funcional é profundo: interfere no trabalho, nos estudos, na vida familiar e social. Ela afeta pessoas no auge da vida ativa, muitas vezes causando sensação de exaustão, isolamento e desânimo. A dor pode ser tão intensa que chega a impedir ações básicas, como trabalhar com as mãos, cozinhar ou cuidar dos filhos”, diz.

“Sem tratamento adequado, há risco de agravamento: o número de crises tende a aumentar, o uso de analgésicos se torna mais frequente e o organismo entra em um ciclo de sensibilização à dor. Além disso, a associação com ansiedade, depressão, insônia e uso excessivo de medicamentos piora ainda mais o quadro, exigindo uma abordagem neurológica cuidadosa e preventiva”, completa.

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