Um estudo publicado na revista científica Nature Food revelou que apenas um país no mundo é totalmente autossuficiente na produção de alimentos para sua população. A pesquisa, conduzida por especialistas das universidades de Göttingen (Alemanha) e Edimburgo (Reino Unido), avaliou a autossuficiência alimentar de 187 países com base em dados de 2020.
De acordo com os pesquisadores, a Guiana, localizada na América do Sul é o único país que consegue produzir, em seu próprio território, alimentos suficientes para atender às necessidades nutricionais de todos os grupos alimentares essenciais.
O país sul-americano, que faz fronteira com o Brasil (Roraima e Pará), Suriname e Venezuela, se destacou no estudo por atingir 100% de autossuficiência em:
- Frutas
- Hortaliças
- Laticínios
- Peixes
- Carnes
- Proteínas vegetais (como leguminosas e sementes)
- Alimentos ricos em amido (como arroz, batatas e trigo)
O levantamento utilizou como referência a dieta Livewell, recomendada por organizações como o WWF por priorizar alimentação saudável e sustentável, com foco em frutas, vegetais, grãos integrais, leguminosas e consumo moderado de carnes e laticínios.
A análise comparou a produção doméstica de alimentos com a ingestão diária recomendada per capita, identificando a capacidade real de cada país de sustentar sua população com o que produz internamente.
O estudo mostrou que mais de um terço das nações não consegue atingir a autossuficiência em mais de dois grupos alimentares, e apenas 1 em cada 7 países é autossuficiente em cinco ou mais. Países como China e Vietnã alcançam bons níveis, com produção suficiente em seis grupos — exceto laticínios.
Brasil não é autossuficiente em vegetais e peixes
Mesmo sendo um dos maiores produtores agrícolas do mundo, o Brasil não atinge a autossuficiência em dois grupos alimentares importantes: vegetais e pescados. O estudo destacou que:
- Apenas 25% dos países são autossuficientes em peixes e frutos do mar
- 60% não produzem nem metade das necessidades nacionais desse grupo
- A produção de hortaliças é especialmente crítica na África Subsaariana (91% dos países com insuficiência), mas também é um desafio para América do Sul, Caribe e Norte da Europa
Já na produção de carnes, a situação global é mais favorável: 65% dos países produzem mais do que consomem internamente. De acordo com Jonas Stehl, principal autor da pesquisa, a baixa autossuficiência alimentar nem sempre indica falhas estruturais.
Fatores naturais, como escassez de chuvas, qualidade do solo e clima instável, podem limitar a produção agrícola. Além disso, a importação de alimentos pode ser uma escolha estratégica e econômica.
No entanto, o pesquisador alerta: dependência de importações pode fragilizar países diante de crises globais, como guerras, secas severas ou interrupções no comércio internacional.
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