O 1º sargento da Polícia Militar de Goiás (PM-GO) Tiago Borges Dwornik, de 46 anos, foi indiciado por tráfico de drogas, uso de documento falso e porte ilegal de arma de fogo de uso permitido. Ele foi preso em flagrante no último dia 15 de maio, em Aparecida de Goiânia, durante operação da Polícia Civil (PC) relacionada ao processo em que o militar e outro policial respondem pelo assassinato de um casal, em Goiânia (veja detalhes abaixo).
LEIA TAMBÉM
Sargento da PM é preso suspeito de cobrar R$ 20 mil para não prender casal em Goiânia
Sargento da PM é preso após disparo em bar e confronto com policiais em Goiânia; vídeo
A prisão foi por acaso, visto que a corporação foi até a residência do militar apenas para cumprir mandado de busca e apreensão. No entanto, durante as buscas, foram apreendidos com o 1º sargento cerca de 2,1 quilos de maconha, 400 gramas de cocaína e uma pílula de ecstasy, além de oito balanças de precisão, 95 notas de R$ 50 aparentando serem falsas, uma arma falsa e um arsenal de munições.
Tiago também estava em posse de cheques em nome de terceiros no valor de R$ 7,4 mil, sete pen drives e três celulares. O documento indiciando o policial foi assinado e despachado pelo delegado Ernani de Oliveira Cazar, da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), na manhã do último dia 30 de maio.
Homicídio de casal
Tiago e o 3º sargento da PM, Paulo Henrique Aires Campos, respondem ao processo pela morte do casal de namorados Laryssa Eduarda dos Santos Moreira, de 17 anos, e Yuri Heymbeeck Coelho de Paula e Silva, de 20. As vítimas foram encontradas carbonizadas e com sinais de perfuração por arma de fogo em junho de 2019, em um carro abandonado na estrada de terra do Residencial Santa Fé, em Goiânia.
Na época, ambos eram lotados na Companhia de Policiamento Especializado (CPE). A morte do casal voltou a ganhar destaque em abril de 2024, após o duplo homicídio do autônomo Junio José Aquino Leite, de 40 anos, e do corretor Marines Pereira Gonçalves, de 47, por equipes do Comando de Operações de Divisas (COD).
Junio, que era informante da PM, de acordo com a Polícia Civil, chegou a ser investigado pela morte do casal, sendo o responsável por delatar a participação dos policiais militares no assassinato. Tiago e Paulo aparecem como polo passivo em processo judicial relacionado à morte de Laryssa e Yuri.
No inquérito, testemunhas informaram à PC que Junio extorquia Yuri, junto com os militares, ameaçando divulgar que ele seria o delator dos traficantes presos pelos policiais, a fim de que a vítima repassasse parte do dinheiro recebido com tráfico de drogas. A motivação do crime contra o casal teria sido a não divisão de R$ 400 mil – dinheiro oriundo de uma das delações feitas por Yuri.
O Jornal Opção entrou em contato com a PM para que se posicionasse e aguarda retorno. A reportagem não conseguiu localizar a defesa dos militares.
O post 1º sargento da PM investigado por morte de casal é indiciado por tráfico de drogas apareceu primeiro em Jornal Opção.
