Pesquisador sugere que, unidas, direitas podem eleger o prefeito de Anápolis no 1º turno

Na semana passada, um pesquisador e marqueteiro chamou um repórter do Jornal Opção para conversar no Rensga Café, na Nova Suíça. Chegou sobraçando uma pasta enorme e exibiu pesquisas de intenção de voto e pesquisas qualitativas sobre Goiânia (sustenta que a parada se dará no segundo turno entre Adriana Accorsi, do PT, e Sandro Mabel. “É o que dizem as evidências e expectativas”), Aparecida de Goiânia (aposta em Vilmar Mariano. “Gustavo Mendanha fará a diferença entre maio e junho”) e Anápolis.

O pesquisador não quis falar sobre Goiânia e Aparecida, exceto os comentários esparsos, mencionados entre parênteses no parágrafo. Ele está mais interessado em Anápolis, cuja eleição de 2024 percebe como desafiadora.

Contra as opiniões correntes, o pesquisador assinala que “a direita vai eleger o próximo prefeito de Anápolis”. O repórter contrapõe: “Mas o deputado estadual Antônio Gomide, que está em primeiro lugar, supera a marca de 40% das intenções de voto. Fala-se que se trata de teto. Mas é um teto que pode levá-lo a ser eleito no primeiro turno”.

O pesquisador escuta com atenção, pensa um pouco, abre a pasta e colhe algumas pesquisas. “Examinando tanto qualis quanto quantis, percebo que, ao contrário do que você diz, o quadro de Anápolis está aberto. Primeiro, porque ainda não há campanha. Segundo, porque os candidatos das direitas não estão sedimentados — só agora começam a se colocar. Terceiro, como não estão atentos às pré-candidaturas, sobretudo porque só estão sendo definidas agora, os eleitores não têm como avaliá-las. Como Antônio Roberto está colocado há mais tempo, definido como postulante, as pessoas avaliam-no, até por ter um histórico positivo, e deixam os outros de lado, até por não saber se são mesmo candidatos. Mas avaliar positivamente, em determinado momento, não é o mesmo que avalizar na reta final.”

Depois de examinar a reação do repórter, o pesquisador acrescenta. “Não estou sugerindo que Antônio Roberto é fraco. Nada disso. É forte. O que estou sugerindo é que os grupos de apoio dos postulantes das direitas são muito fortes e podem fazer a diferença. Imagine ter no mesmo palanque o governador Ronaldo Caiado, que é de Anápolis, e o ex-presidente Jair Bolsonaro. É um exército eleitoral.”

O repórter interfere e ressalva: “Mas é preciso esclarecer que Ronaldo Caiado apoia Eerizânia Freitas, do Republicanos, e Bolsonaro apoia Márcio Corrêa, o pré-candidato do PL. Ou seja, estarão em palanques diferentes”.

Depois de ouvir a ponderação, o pesquisador continua: “Na verdade, não terminei o raciocínio. Sei que Caiado e Bolsonaro apoiam candidatos diferentes. Mas há duas questões e, neste sentido, minha análise não é ortodoxa. Primeira: as candidaturas das diretas, quando os times de apoio entrarem em campo, não vão patinar em 10% ou 15%. Os dois vão subir e vão se aproximar de Antônio Roberto. Então, com certeza se terá segundo turno em Anápolis. Aí, na segunda etapa, as direitas podem se unir. Segunda: minha principal tese diverge sobre quase tudo que estão falando sobre a sucessão em Anápolis. Se eu estivesse na liderança do processo político local, diria o seguinte: as pesquisas sinalizam que a esquerda pode ganhar no primeiro turno. Mas também que a direita tem chance — no momento remota, mas não adiante — de vencer no primeiro turno. Uma chapa com as direitas unidas, com Caiado e Bolsonaro juntos e empenhados, pode derrubar Antônio Roberto… e, sim, no primeiro turno”.

Mas como seria a chapa? “Acredito que a chapa adequada poderia ter Márcio Corrêa para prefeito e Eerizânia para vice-prefeita. Talvez seja a chapa perfeita. Agora, se Márcio Corrêa subestimar a força da outra direita, menosprezando Eerizânia, por ser aliada do prefeito Roberto Naves, pode acabar assistindo, de camarote, a vitória de Antônio Roberto. O mesmo ocorre com Eerizânia. A jovem candidata, que todos dizem ser articulada, também não pode subestimar a força de Márcio Corrêa e, sobretudo, do bolsonarismo.”

O pesquisador acrescenta: “O que estou tentando dizer, desde o início, é que, unidas, as direitas podem derrotar Antônio Roberto e eleger o prefeito de Anápolis… ainda no primeiro turno”.

O pesquisador, que se diz ex-marqueteiro, guardou as pesquisas, fechou a pasta e saiu. Não sem, antes, elogiar o Rensga Café: “Muito bons o café, o bolo e o ambiente.” (E.F.B.)

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