Ex-babá e ex-empregada doméstica se tornou escritora e jornalista e escreve para o Catraca Livre

No momento em que estava talhada para brincar, pois era uma criança, Neuza Nascimento começou a trabalhar como babá. Tinha 8 anos.

De babá se tornou empregada doméstica durante quase 50 anos. Mas Neuza Nascimento, mesmo enfrentando dificuldades maiores do que uma montanha — e não apenas a pedra de Carlos Drummond de Andrade —, decidiu estudar. Foi à luta — outra batalha.

Hoje, aos 63 anos, Neuza Nascimento é estudante de Jornalismo e se tornou escritora. Ele está escrevendo no site Catraca Livre, estreando com o texto “Quilombo Aéreo: iniciativa busca equidade racial na aviação”. A reportagem conta a história das comissárias de voo Kénia e Lara Amorim, que criaram um projeto de combate à desigualdade racial na aviação do país (as comissárias são, em sua maioria, brancas).

O portal Lupa do Bem e o Catraca Livre fizeram uma parceria e, por meio dela, Neuza Nascimento começou a publicar seu material jornalístico. A jornalista Fabiana Rosa é coordenadora do projeto que, de acordo com o Portal Imprensa, “foi concebido pela agência de relações públicas e marketing digital Sherlock Communications”.

Fabiana Rosa disse ao Portal Imprensa que, “dois anos atrás, éramos apenas três na Lupa do Bem. Hoje, somos 13 profissionais incríveis, cada um liderando sua marca em estratégia, reportagem, design, pesquisa, marketing e comunicação. Juntos, já mapeamos mais de 285 iniciativas sociais e ONGs por todo o Brasil”.

Em 2023, relata Fabiana Rosa, o projeto repassou 100 mil reais “para impactar diretamente comunidades e a vida de cerca de 5 mil pessoas”.

Neuza Nascimento publicou, no ano passado, o livro “De Saracuruna a Copacabana — Contos e Crônicas” (Livro Lindo Editor, 128 páginas). A obra relata suas histórias, como a vida no interior de Minas Gerais, onde nasceu e conviveu com nove irmãos.

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