Além do RS, Santa Catarina sofre perdas causadas pela chuva

No ano de 2023, o Rio Grande do Sul registrou 75 mortes devido a questões climáticas. As tempestades causaram três enchentes; em junho, setembro e novembro. Entretanto, segundo o Portal da Transparência da cidade de Porto Alegre, o investimento em prevenção de enchentes estava em queda desde 2021.

Ou seja, as enchentes recentes do Rio Grande do Sul são o resultado da soma de eventos climáticos sem precedentes com a negligência dos gestores locais.

Além do Rio Grande do Sul, as chuvas também afetaram o estado de Santa Catarina, em menor dimensão. Conforme anuncio da Defesa Civil : “Em todas as áreas de divisa com o estado gaúcho, há condições para o desenvolvimento de temporais isolados, com raios, rajadas de vento, chuva pontualmente intensa e eventual queda de granizo”.

Santa Catarina

Na sexta-feira, 3, o governo catarinense confirmou uma morte causada pelos temporais. Os bombeiros encontraram o corpo sem vida de um homem de 61 anos, em um carro capotado em Ipira (SC).

Ainda na tarde de sexta-feira, a Defesa Civil confirmou a ocorrência de um tornado entre os municípios de Passos Maia e Ponte Serrada, na quinta-feira, 2. O fenômeno, caracterizado pela formação de uma espécie de funil de vento, chegou a arrancar árvores pela raiz. Meteorologistas confirmaram a ocorrência do fenômeno por meio de imagens de radar.

Em Capinzal (SC), uma cratera se abriu na área urbana da cidade e engoliu uma casa por inteiro. No mesmo município, resgataram ao menos 12 crianças de um ônibus escolar que ficou ilhado em meio à enxurrada.

Conforme relatado pela Defesa Civil, 19 cidades sofreram prejuízos causados pela chuva. E quatro municípios decretaram situação de emergência: Araranguá, Praia Grande, Ipira e São João do Sul. Pelo menos 193 pessoas estão desalojadas, 46 desabrigadas e há registro de uma pessoa ferida, em Caçador.

Rio Grande do Sul

Os primeiros alertas de chuva forte foram emitidos no dia 21 de abril. A previsão do MetSul era de uma série de chuvas no estado, “com altos volumes em algumas áreas”. Estava previsto que entre abril e maio o volume alcançasse 200 mm em certas áreas.

Depois de quatro dias, a agência alertou que o risco poderia ser semelhante ao de 2023. A previsão de chuva também subiu para 300 mm, e foi estimado que em apenas sete dias choveria o esperado para dois meses.

Os primeiros alagamentos aconteceram em Canoas, Novo Hamburgo e Porto Alegre no dia 27 de abril. Em seguida, após três dias, foram registradas as primeiras mortes por causa da chuva. Foi quando o estado montou um gabinete de crise e o prefeito de Porto Alegre anunciou a abertura dos primeiros abrigos.

Sebastião Melo (MDB), prefeito de Porto Alegre, anunciou as medidas nas redes sociais | Foto: Reprodução / X (antigo Twitter)

As chuvas intensas fizeram que o Rio Guaíba subisse mais de 5 metros. Então, interromperam o fornecimento de energia em Porto Alegre no dia 2 de maio.

De acordo com o informe desta quinta-feira, o governo gaúcho registrou 107 mortes até o momento. O impacto alcançou 431 municípios e cerca de 1,7 milhões de pessoas. Além das 70 mil pessoas em abrigos.

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