Polishop faz solicitação de recuperação judicial em São Paulo

A Polishop entrou com um pedido de Recuperação Judicial (RJ) no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). João Appolinário, fundador da Polishop, e os advogados do escritório Roberto Notari e Marco Antonio Tacco não comentaram a situação. O juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho, da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do TJ-SP, ainda está analisando o pedido.

Em abril, durante uma entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Appolinário mencionou que a empresa buscava uma reestruturação extrajudicial para resolver uma dívida de R$ 84 milhões com os credores.

Ele destacou que a dívida bancária da Polishop havia diminuído de R$ 270 milhões em janeiro de 2022 para R$ 84 milhões em 2024. Sem sucesso na reestruturação extrajudicial, a empresa optou pela Recuperação Judicial, que é conduzida pelo Judiciário.

Fundada em 1996 por Appolinário, a Polishop foi pioneira em explorar o segmento de televendas no Brasil, inspirado no sucesso desse modelo nos Estados Unidos. Na época, o câmbio controlado pelo Plano Real facilitava a venda de produtos importados.

Um dos primeiros produtos comercializados foi o americano Seven Day Diet. Para explicar o conceito, a Polishop investiu em comerciais longos, de até 15 minutos, exibidos em horários alternativos e em canais de menor audiência.

Com o passar do tempo, a Polishop adotou uma abordagem omnichannel. A partir de 2000, além das televendas, a empresa expandiu sua presença para a internet, revistas com cupons de compra e lojas físicas, especialmente em shopping centers.

Em julho de 2023, a rede reduziu de 280 para 122 unidades, e o número de funcionários caiu de 3.000 para 1.500. Desde então, outras 42 lojas foram fechadas, e a empresa enfrenta ações judiciais de shopping centers devido a aluguéis atrasados e pedidos de despejo.

Crise no varejo

Dados da Serasa Experian, divulgados nesta sexta-feira, 17, indicam que o número de pedidos de Recuperação Judicial no varejo continua a crescer, com 54 casos em abril, um aumento de 93% em relação aos 28 casos registrados em abril do ano passado.

“O número de recuperações judiciais reflete o ambiente de dificuldade financeira que as empresas estão vivendo atualmente, ainda refletindo as taxas de juros no país”, diz Luiz Rabi, economista da Serasa Experian. “Embora os juros tenham caído, eles ainda impactam o caixa das empresas.”

De acordo com o economista Rabi, enquanto a inadimplência não diminuir, as Recuperações Judiciais continuarão a aumentar, exigindo negociações com credores e estratégias para aumentar a receita e cumprir os pagamentos.

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