Tragédia no RS mostra que nenhuma caridade pode ser descartada

A tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul suscitou um debate sobre questões relacionadas à caridade e ao auxílio a outras pessoas. Milhares de indivíduos nas redes sociais começaram a julgar cada ação realizada por uma figura pública, questionando se era válida ou se era apenas “marketing pessoal”. Entretanto, esse não deveria ser o foco das discussões, especialmente considerando que os municípios gaúchos e de outros estados da região Sul ainda estão sendo afetados.

Em momentos de tragédia, toda forma de ajuda é bem-vinda e jamais deveria ser descartada. Uma boa ação realizada discretamente auxilia da mesma forma que um ato seguido por uma postagem nas redes sociais exibindo o feito. No final das contas, em ambas as situações, alguém desamparado ainda é beneficiado, o que deveria ser o foco de qualquer ato de caridade.

Este não é o momento para debater o que constitui a “verdadeira” caridade, se ela deve ser realizada por empatia e comprometimento genuíno com o bem-estar do próximo, ou se deve ser realizada de forma discreta e longe de qualquer mídia. Como já foi destacado, a situação demanda toda e qualquer forma de auxílio possível para amparar aqueles que perderam tudo.

A presença e as campanhas de celebridades para ajudar o Rio Grande do Sul são importantíssimas para os desamparados. São essas pessoas que conseguem arrecadar recursos e mão de obra para ajudar em momentos de tragédia em todo o país, utilizando sua imagem e alcance para atrair mais doações e apoio para quem precisa.

É óbvio que a transparência é sempre necessária; as pessoas não devem divulgar boas práticas – porém falsas – e ações para ajudar o próximo. Por exemplo, dizer que está ajudando alguém ou uma causa, mas sem realmente prestar o apoio ou fornecer os recursos necessários.

Outro ponto que também é necessário abordar é o “fiscal de caridade”, aquele que defende que as pessoas só podem ajudar em uma determinada situação de tragédia. Cada um deve ajudar da forma que puder, apoiando a causa que preferir, com ou sem publicação nas redes sociais, desde que não seja algo ilegal e que cumpra a promessa de destinar apoio ou recursos.

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