O PSDB ressurgirá das cinzas em Goiás com as eleições municipais? Parece que não

Se o PSDB fosse uma empresa e não um partido político, estaria às portas de uma recuperação judicial ou de uma falência, ao menos em Goiás? Talvez. O partido só tem uma deputada federal – Lêda Borges, representante de Valparaíso de Goiás – e dois deputados estaduais, Gustavo Sebba e José Machado. Em Goiânia, o município com mais eleitores, o PSDB tem apenas uma vereadora, Aava Santiago. Nas 12 cidades do Estado com maior eleitorado, os tucanos não têm sequer um prefeito e passam por dificuldade para lançar candidatos competitivos para as eleições de outubro.

Pela história, não se trata de um partido qualquer. Na verdade, governou Goiás por 16 anos. No momento, porém, é visto como pouco mais do que um partido nanico. O Jornal Opção verificou a situação atual do PSDB em 12 cidades — as de maior eleitorado e, sobretudo, mais emblemáticas de Goiás. A situação do PSDB é vexatória na maioria delas. Em algumas não tem nem mesmo pré-candidato a prefeito.

Valparaíso de Goiás

Nosso tour começa pelas cidades onde o PSDB possui candidatos relativamente consistentes. Em Valparaíso de Goiás, no Entorno de Brasília, o PSDB tem um nome forte, o da deputada federal Lêda Borges. Porém, em 2020, a deputada perdeu a disputa, de maneira acachapante, para o prefeito Pábio Mossoró (MDB), sua cria política e que disputava a reeleição.

No momento, em algumas pesquisas de intenção de voto, a parlamentar aparece em 1º lugar. Entretanto, o grupo de Pábio Mossoró se encorpou. Como se sabe, o que ganha eleição, notadamente para prefeito, é a força do grupo. No momento, Lêda está isolada, o que a levou a pensar em lançar outro candidato. No lado do prefeito, pelo contrário, há candidatos sobrando. A tendência é a tucana perder mais uma para o poderoso grupo do gestor municipal. Mas não se deve tratá-la como “galinha morta”, porque não é.

O grupo de Pábio Mossoró tem dois candidatos consistentes: a deputada estadual Zeli Fritsche, que não estaria interessada em disputar, e o secretário Marcus Vinicius, que, além de muito ligado ao prefeito, é visto como uma figura popular e com espírito de gestor.

Surge também o nome de Maria Yvelônia, secretária de Desenvolvimento Humano e Social da Prefeitura de Goiânia. Em entrevista, Yvelônia comunicou sua intenção de se filiar ao Solidariedade na terça-feira, 20, com o propósito de lançar-se como pré-candidata em Valparaíso de Goiás.

Yvelônia acumula ampla experiência em gestões municipais, estaduais e até mesmo em âmbito nacional. Sua presença promete intensificar a concorrência na cidade. Vale observar a força das mulheres no município.

Catalão

Diz-se que, em Catalão, no Sudeste de Goiás, o prefeito Adib Elias (sem partido) consegue eleger até um poste. Procede? Sim. Mas o poste precisa ser de concreto e não de madeira. Seu pupilo Nelson Fayad é um poste, mas de madeira.

O favorito do grupo do gestor municipal é o ex-prefeito Velomar Rios (MDB). Mas Adib Elias, o Adibão, reluta em apoiá-lo. Porque o emedebista é considerado “independente demais”. Mas o prefeito já estaria aceitando o inevitável: a candidatura de seu secretário de Saúde.

O PSDB tem pré-candidato em Catalão. Trata-se do deputado Gustavo Sebba, que nunca ganhou uma eleição para prefeito no município. Os adversários chegam a apelidá-lo de “Gustarrota”, numa alusão à palavra derrota. No momento, porém, não é nenhuma galinha morta e aparece em 2º lugar nas pesquisas de intenção de voto, atrás apenas de Velomar Rios.

Entretanto, Gustavo Sebba estaria tentando atrair Elder Galdino, ainda filiado ao MDB, para seu grupo político. Se conseguir, o PSDB bancará o pecuarista e lançará, possivelmente, uma irmã para vice.

Elder Galdino é, em tese, o candidato do MDB a prefeito. Mas, se confirmado que Adib Elias assumirá o comando do partido em Catalão, então o produtor rural espirrará e deve ser candidato por outro partido, como o PSDB (ao Jornal Opção, por WhatsApp, ele negou que vá se filiar ao partido tucano), ou ainda o PRD (antigo Patriota) da deputada federal Magda Mofatto.

Se atrair Elder Galdino, a situação do PSDB melhora na cidade. Se Gustavo Sebba for para a disputa sozinho, se tornará sardinha em banquete de tubarões.

Rio Verde

Rio Verde é reconhecida como a capital do agronegócio e ocupa a posição de elite no PIB agropecuário estadual. Com uma população superior a 240 mil habitantes, dos quais cerca de 140 mil são eleitores, é uma municipalidade de grande relevância, especialmente para os políticos que almejam cargos em eleições estaduais ou nacionais.

O prefeito Paulo do Vale (UB) está em seu segundo mandato e não pode buscar reeleição. Contudo, ele trabalha nos bastidores para promover o auxiliar Wellington Carrijo, um médico, como seu sucessor. Carrijo conta com o apoio do União Brasil e do MDB.

Apesar das garantias de aliados do prefeito, como Manuel Cearense, de que qualquer candidato indicado por Paulo do Vale e pela base governista terá facilidade em vencer, há outros nomes de peso na cidade. Destacam-se o ex-presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) Lissauer Vieira, agora no PL, e Osvaldo Fonseca Júnior, atualmente no Republicanos, mas com planos de migrar para o PSDB em breve, após ter sido o 2º colocado na disputa municipal em 2020.

Michel Roriz, presidente estadual do Cidadania, revela que o PSDB já definiu Osvaldo Júnior como pré-candidato em Rio Verde. A cúpula da federação Cidadania/PSDB considera que Osvaldo é benquisto pela população local, baseando-se na expressiva votação obtida em 2020. Osvaldo, que concorreu pelo MDB, conquistou 37.402 votos, correspondendo a 41,91%.

Osvaldo Júnior, por vezes, pode parecer amador, mas sua aparência engana. É um articulador político habilidoso, que buscou filiação ao PL, chegando até a conversar com o presidente Jair Bolsonaro. No entanto, foi vetado pelo senador Wilder Morais, que preferiu entregar o partido a Lissauer Vieira, argumentando que o médico tem pouca experiência política e não conta com o apoio do Agro.

Resta saber se Osvaldo Júnior conseguirá manter o coeficiente eleitoral de 2020 e avançar para garantir a candidatura pelo PSDB. Interlocutores afirmam que, após ser preterido por Lissauer no PL, Osvaldo Júnior está determinado a mostrar que Wilder Morais errou ao subestimar sua experiência política. Pesquisas internas indicam que ele lidera as intenções de voto na cidade. Mas Wellington Carrijo está em ascensão.

Goiânia

A capital tem uma tradição de não eleger aventureiros políticos. Em vez disso, os eleitores costumam escolher seus prefeitos com base na experiência em administrações anteriores. Isso é evidenciado por figuras como Nion Albernaz, Iris Rezende e Maguito Vilela. Em 2020, Maguito Vilela (MDB) e Vanderlan Cardoso (PSD), ambos gestores experientes, foram os candidatos levados pelo eleitorado ao segundo turno. Maguito Vilela saiu vitorioso, depois de ter sido governador de Goiás, administrando Aparecida de Goiânia por dois mandatos, além de senador e vice-presidente do Banco do Brasil. Em resumo, a vitória foi para o candidato mais experiente em gestão.

Pesquisas indicam que o eleitorado de Goiânia continua a preferir candidatos com experiência comprovada em gestão. Isso se reflete no destaque dado a Gustavo Mendanha nas pesquisas, mesmo que ele não tenha condições de concorrer. Por outro lado, Vanderlan Cardoso (PSD), senador da República, lidera entre os nomes que podem concorrer ao cargo executivo.

Dentro do PSDB, nota-se a ausência de um político com o perfil desejado pelo eleitorado da capital. Talvez Valdivino de Oliveira seja uma exceção, embora o nome que se destaque seja o do jovem jornalista Matheus Ribeiro.

Matheus Ribeiro, candidato a deputado federal em 2022, ficou na suplência naquela ocasião. Nos bastidores, membros do partido sugerem que a sigla deve lançar candidatura própria em Goiânia, com Matheus Ribeiro sendo visto como um nome capaz de conquistar o público jovem.

Contudo, Matheus Ribeiro carece de experiência em cargos públicos, pois nunca foi nem presidente de associação de bairro. Isso representa uma lacuna significativa em termos de experiência em gestão, uma qualificação fundamental de acordo com pesquisas sobre as preferências dos eleitores da capital. Alguns sugerem que tanto Matheus quanto Aava Santiago deveriam concorrer ao cargo de vereador, enquanto o nome de Valdivino Oliveira é cogitado para a disputa eleitoral de 6 de outubro deste ano.

Por outro lado, Marconi Perillo destaca a possibilidade de candidatura não apenas de Matheus, mas também da única vereadora do partido na capital, Aava Santiago, e do ex-vice-prefeito de Iris Rezende, Valdivino de Oliveira. Entre os caciques do partido, Valdivino sai na frente como o candidato com maior possibilidade, devido à sua estatura administrativa. Segundo fontes tucanas, o economista, após uma extensa conversa com o ex-governador Marconi Perillo, pode ser o escolhido. Mas ele não tem apelo popular.

Valdivino Oliveira tem um histórico como deputado federal, secretário da Fazenda do governo do Distrito Federal e secretário de Finanças das prefeituras de Goiânia e Anápolis. Ele também é professor de Economia na Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC). Em termos de experiência administrativa, possui mais estatura do que Aava Santiago e Matheus Ribeiro, ambos jovens promissores e dinâmicos, mas sem a mesma experiência do economista. Mas um tucano disse ao Jornal Opção: “O candidato deve ser Matheus Ribeiro”.

Anápolis

Em Anápolis, o prefeito Roberto Naves (Republicanos) está empenhado em eleger seu sucessor; porém, a situação ainda gera incertezas na escolha entre Márcio Correa (MDB) e o vice-prefeito, Márcio Cândido (PSD). A tendência é de que Márcio Correa seja o escolhido, considerando a acirrada disputa que se avizinha com o candidato do PT.

De acordo com as pesquisas de intenção de voto, o favorito em Anápolis é o deputado estadual e ex-prefeito Antônio Gomide (PT). Márcio Corrêa, que possivelmente irá para o União Brasil, ocupa a 2ª posição. Em seguida, encontramos o pelotão dos retardatários, com Márcio Cândido (apoiado pelo prefeito Roberto Naves, que tem força política), Hélio Lopes (PSDB) e Pedro Sahium (PDT).

O advogado Hélio Lopes, pré-candidato pelo PSDB, figura nas últimas posições nas pesquisas, como “um “traço”, termo utilizado no contexto das pesquisas para quem não chega a alcançar 1%. A disputa, na verdade, se delineará entre o candidato do PT e o da direita, podendo ser Márcio Corrêa (com apoio do MDB e, possivelmente, do bolsonarismo) ou Márcio Cândido. A escolha do candidato da base governista será alinhada com o governador Ronaldo Caiado (UB).

O PSDB, que tem sua história vinculada a Anápolis, terra de Henrique Santillo, o “criador” de Marconi Perillo, parece ter se tornado uma sombra na cidade. Frise-se que Anápolis é a cidade natal do governador Ronaldo Caiado, o que adiciona um elemento relevante às eleições municipais.

Rumores dos bastidores indicam que Marconi Perillo tem trabalhado para consolidar o nome do ex-presidente do Ipasgo Hélio Lopes. O advogado goza de prestígio entre os anapolinos, tendo também liderado a Apae local por dois mandatos.

Recentemente, Hélio Lopes filiou-se ao PSDB atendendo a um pedido pessoal do hoje presidente nacional da sigla, Marconi Perillo. No entanto, outros nomes, como o ex-vereador Wesley Silva do PSDB e o presidente estadual do Cidadania, Michel Roriz, também se apresentam como pré-candidatos dentro da federação PSDB/Cidadania, com o segundo anunciando sua pré-candidatura.

Diante desse cenário político, com dois candidatos fortes liderando as pesquisas, surge a questão sobre como uma oposição praticamente invisível e dividida entre três pré-candidatos pode se posicionar. Hélio Lopes, no entanto, assegura que Marconi Perillo decidirá essa questão e sugere ter a preferência do tucano.

É relevante destacar que conquistar a Prefeitura de Anápolis está entre os planos de Marconi Perillo para a reestruturação do partido e seus objetivos pessoais até 2026. Segundo aliados, o nome mais competitivo para esse intento é o de Hélio Lopes. É considerado uma pessoa respeitável, mas, politicamente, é tido como “fraco”. O que se diz é que está fora do jogo.

Trindade

Com 143 mil habitantes e 91.637 eleitores, Trindade, na região metropolitana de Goiânia, destaca-se pelo turismo religioso, sendo considerada a capital da fé em Goiás. O prefeito da cidade é Marden Júnior (UB), eleito em 2020 com o apoio de Jânio Darrot (MDB).

Marden Júnior, que é pré-candidato, parece estar destinado a enfrentar, como principal rival, um membro da família Morais, seja o deputado estadual George ou sua mulher Flávia, deputada federal, ambos do PDT. O prefeito, originalmente eleito pelo PSDB, assim como seu mentor Jânio Darrot, deixou o partido e conta com o respaldo da base governista, além de ter a máquina pública a seu favor.

O PSDB, que perdeu seus dois principais nomes na cidade, terá como nome nas eleições o ex-vereador Roni Ferreira.

Roni Ferreira afirma que todas as decisões serão tomadas até o dia 22 de fevereiro e destaca seus esforços na organização do diretório do partido em Trindade.

Águas Lindas de Goiás

O município elegeu seu primeiro prefeito em 1997 e, ao longo dos 27 anos de emancipação política, apenas um gestor conseguiu ser reeleito. Hildo do Candango (Republicanos) conquistou esse feito ao liderar a cidade de 2013 a 2020. Hildo, hoje deputado federal, é reconhecido como uma das principais lideranças políticas na região do Entorno de Brasília, e faz parte do grupo que apoia o prefeito Lucas Antonietti (Podemos).

A expectativa é que Lucas Antonietti se torne o segundo prefeito reeleito na história da cidade, uma vez que anunciou sua pré-candidatura à reeleição.

Hildo do Candango afirmou à reportagem que a decisão foi tomada com base no elevado índice de aprovação do prefeito, que, segundo ele, ultrapassa os 80% da população.

Cristiano Rodrigues, secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, destaca a habilidade de Lucas Antonietti na articulação política, reunindo um amplo grupo que garantirá facilmente o segundo mandato. Aliados próximos ao prefeito acreditam que sua vitória será tranquila, talvez até por WO, expressão do futebol que indica que o adversário não entra em campo.

O PSDB em Águas Lindas conta com Marco Túlio, conhecido como Túlio na cidade, como uma figura forte. No entanto, Túlio está inelegível, embora continue atuando na articulação do partido no município. Uma fonte próxima aos políticos do Entorno do DF relata que a sigla lançará o Sargento Ribeiro como pré-candidato a prefeito. Porém, a mesma fonte argumenta que será difícil obter sucesso, pois a maioria dos apoiadores de Túlio agora está com Lucas Antonietti, tornando a candidatura de Ribeiro uma empreitada desafiadora desde o início.

Aparecida de Goiânia

A cidade de Aparecida de Goiânia destaca-se como o segundo maior colégio eleitoral em Goiás, tornando-se um alvo desejado por partidos que aspiram a cargos elevados, como, por exemplo, a disputa para governador. O prefeito Vilmar Mariano (MDB) está lançando sua pré-candidatura à reeleição, contando com o respaldo da máquina municipal.

Vilmar Mariano afirma que terá o apoio do ex-prefeito Gustavo Mendanha, e, consequentemente, do governador Ronaldo Caiado e do vice-governador Daniel Vilela, presidente de seu partido em Goiás. Entretanto, em uma entrevista recente ao Jornal Opção, Mendanha revelou que tanto o seu apoio quanto o da base governista à candidatura de Vilmar estão condicionados ao desempenho nas pesquisas, tornando esse suporte ainda incerto.

O atual cenário apresenta como potencial adversário capaz de desafiar os planos de Vilmar o pré-candidato do PL, Professor Alcides Ribeiro. O empresário foi eleito deputado federal em 2022, com mais de 100 mil votos, acumulando uma trajetória de mais de 30 anos na vida pública. Professor Alcides é respaldado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e pelo senador Wilder Morais, o que pode agregar o apoio dos eleitores mais conservadores do município.

Até o momento, o PSDB não definiu se terá e quem será o candidato. A cidade de Aparecida é de extrema importância para as pretensões de Marconi Perillo. Diante disso, Marconi orientou o presidente local da sigla, Charles Antônio, a formar uma chapa completa, incluindo prefeito e vereadores. Contudo, vale ressaltar que o nome de André Fortaleza (MDB), presidente da Câmara Municipal e desafeto de Vilmar Mariano, é considerado positivo por Perillo, que já o sondou com esse propósito.

No entanto, de acordo com figuras importantes da política local, nem Fortaleza nem Charles possuem um força eleitoral para enfrentar Vilmar Mariano e Professor Alcides. Fontes consultadas indicam que o PSDB está sem uma opção que amedronte os adversários, não apenas em Aparecida, mas em todo o Estado de Goiás.

Jataí

Em Jataí, o prefeito Humberto Machado (MDB) está se candidatando para seu sexto mandato à frente da prefeitura. Embora tenha uma avaliação positiva, há um clamor por mudanças na política local. Enquanto a oposição busca explorar eventuais desgastes, Humberto Machado conta com o apoio de figuras proeminentes, como o governador Ronaldo Caiado (UB) e o vice-governador Daniel Vilela (MDB), cuja família tem raízes na cidade.

Pela cidade, surge a opinião de eleitores de que Humberto “pode até ser reeleito, mas não contará com meu voto”, refletindo um anseio potencial por renovação entre os eleitores locais. Mesmo assim, a percepção predominante é de que vencer uma eleição contra o prefeito não será tarefa fácil. No entanto, caso isso se torne possível, quem seria capaz de derrotá-lo?

Dois nomes têm ganhado destaque como possíveis candidatos: Flaviane Scopel (Republicanos), que conquistou o 2º lugar na última eleição municipal, e Luciano Lima (pP). Ambos são respeitados advogados e políticos na região, representando uma alternativa de renovação em comparação com Humberto Machado. O vice-prefeito Geneilton Assis, que rompeu com Humberto Machado, pode ser a aposta do Agro.

A federação PSDB/Cidadania está em busca de nomes competitivos em seus quadros para a disputa, visando atender às expectativas dos jataienses. Entre os tucanos, a escolha pode recair entre Eduardo Jailton e Gênio Eurípedes. Contudo, o vereador pelo Cidadania Carlinhos Canzi também é considerado como possível pré-candidato.

A estratégia tucana se basearia na inovação, destacando Eduardo, assim como Flaviane e Luciano, como um advogado conceituado de Jataí que já ocupou cargos públicos no município. Ele foi responsável pela criação da Guarda Civil local e enfatiza fortemente a “segurança pública”, uma pauta que costuma agradar o eleitorado.

Outra opção relevante seria Gênio Eurípedes, membro da Academia Jataiense de Letras, com um currículo notável que inclui experiência como vereador, presidente da Câmara, secretário municipal de Educação e vice-prefeito. Entretanto, sua idade, 69 anos, possa ser algo visto como obstáculo para o conceito de renovação, conforme percebido pela oposição.

Itumbiara

Dione Araújo (UB) buscará a reeleição em 6 de outubro. Apesar das pesquisas internas indicarem que o prefeito desfruta de aproximadamente 70% de aprovação, a última pesquisa Serpes, divulgada em janeiro, revelou que o deputado estadual Gugu Nader (Agir), o principal adversário do atual gestor, lidera com 43,6%, enquanto Dione está com 41,9%. Esses números sugerem uma disputa acirrada.

O candidato do PSDB na cidade já foi definido, conforme informado pelo presidente municipal da sigla, Nizar Karfan. O escolhido é Neto Karfan, presidente da Câmara Municipal e sobrinho de Nizar. Embora atualmente filiado ao Solidariedade, Neto se mudará para o PSDB assim que a janela de transferência se abrir, em março. A pesquisa mencionada também mostra que Neto Karfan conta com 6% da preferência do eleitorado.

Vale destacar que Itumbiara está se consolidando como um forte polo industrial no Estado, abrigando mais de cem indústrias. A chegada de grandes empresas chinesas, como a Chint Power, líder global em soluções inteligentes de energia limpa, e a gigante chinesa WeiChai Holding Group, líder mundial na fabricação de motores e máquinas agrícolas, coloca Itumbiara entre os municípios com um dos maiores PIBs do Estado. A grande incógnita é: quem administrará tantos recursos? O povo escolherá.

Luziânia

Com uma população aproximada de 210 mil habitantes e mais de 130 mil eleitores, Luziânia se destaca como o maior município eleitoral do Entorno de Brasília. A cidade é atualmente administrada pelo ex-deputado estadual Diego Sorgatto (UB), que foi eleito em 2020 com uma votação histórica.

Diego Sorgatto está se lançando como pré-candidato à reeleição e, assim como em Aparecida de Goiânia, a disputa pode se desenrolar entre um aliado da base governista – o próprio Diego – e um aliado de Wilder Morais, a vice-prefeita Ana Lúcia, que atualmente está em conflito com o colega de chapa.

Tanto os aliados do prefeito quanto os da oposição levantam a mesma questão sobre quem seria capaz de competir com o prefeito nas urnas. Entretanto, a resposta é unânime: ninguém. Zilmar Silveira, presidente do diretório municipal do Cidadania, afirma que não há uma alternativa senão unir-se a Diego, preconizando que não há outro nome viável. Por outro lado, membros da base do prefeito alegam que há outros candidatos potenciais, mas estão hesitantes devido ao receio de uma derrota humilhante.

Senador Canedo

Pesquisas de intenção de voto em Senador Canedo mostram um quadro polarizado entre o prefeito Fernando Pellozo, do União Brasil, e o ex-prefeito Divino Lemes, do PSDB. O jornalista Alexandre Braga, o Xandão, é a aposta do Agir.

Dada a estrutura (o peso da máquina) e por contar com o apoio do governador Ronaldo Caiado e do vice-governador Daniel Vilela, Fernando Pellozo é o favorito. Políticos da cidade sugerem que Divino Lemes é o símbolo do retrocesso. Já o prefeito, jovem e arrojado, simboliza a modernização política e administrativa de Senador Canedo.

Alexandre Braga aparece bem nas redes sociais, com um marketing azeitado. Mas falta-lhe grupo político. Em campanhas municipais, costumam ganhar aqueles que têm os maiores exércitos eleitorais. No caso de Senador Canedo, o maior exército é o de Fernando Pellozo.

O que pode mexer no quadro eleitoral de Senador Canedo é se o senador Vanderlan Cardoso — que era aliado de Fernando Pellozo — lançar candidato. O senador e presidente do PSD até agora não definiu o nome de seu pré-candidato — que pode sua mulher, Izaura Cardoso, ou um ex-secretário de Fernando Pellozo.

Experts em política de Senador Canedo sugerem que, se saírem cinco candidatos (Fernando Pellozo, Divino Lemes, Alexandre Braga, Izaura Cardoso e a mulher de um deputado estadual), a disputa pode acabar sendo “mamão com açúcar” para Fernando Pellozo. O prefeito pode acabar sendo reeleito com cerca de 30% ou 35% dos votos.

Gáudio Fleury, presidente do Cidadania de Senador Canedo, informou à reportagem que a federação terá um candidato robusto, qualificado e competitivo para tentar superar Pellozo ou qualquer outro concorrente. No entanto, Gáudio parece desconsiderar o nome já estabelecido, que é o de Divino Lemes. Lemes é o atual presidente municipal do PSDB e conta com a simpatia do líder tucano. Apesar de Fleury admitir a força de Divino Lemes, ele ressalta que nada está decidido até o momento, e a escolha definitiva só ocorrerá na convenção em julho. Dois tucanos garantem: o PSDB já fechou com Divino Lemes.

Conexão entre fragilidade de 2024 com 2026

Os dados mostram que o PSDB caminha fragilizado para a disputa eleitoral de 2024. O fato de que Marconi Perillo planeja lançar candidatos na maioria das cidades, não importando se o partido tem ou não chances de vitória, é uma tentativa de enviar a seguinte mensagem para a sociedade e para os políticos: “Não estamos mortos”. De fato, os tucanos têm razão. Não estão mortos. Estão, por assim dizer, “baleados” ou “anêmicos”.

Lançar candidatos não competitivos não é, então, uma tentativa de montar base eleitorais para a disputa do governo do Estado em 2026. É só um recado de que se está vivo, quem sabe, à espera de um milagre. O mais certo é que, para a disputa de 2026, se as pesquisas de intenção de voto estiverem certas, o PSDB chegará fragilizado, com um exército de Brancaleone.

Confira o número de eleitores nas cidades citadas no gráfico

CIDADE	Nº DE ELEITORES
Aparecida de Goiânia	342.749
Águas Lindas de Goiás	114.575
Anápolis	291.308
Catalão	74.824
Goiânia	1.000.040
Itumbiara	75.528
Jataí	73.102
Luziânia	130.523
Rio Verde	147.895
Senador Canedo	86.713
Trindade	91.637
Valparaíso de Goiás	92.833

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