Com o apoio do bolsonarismo e do centro, Ronaldo Caiado pode ser o grande rival de Lula em 2026

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, precisa mesmo do bolsonarismo para se eleger presidente do Brasil, em 2026, daqui a dois anos e sete meses? Talvez sim.

O bolsonarismo não é “dono” de todo o eleitorado de direita. Mas, ainda assim, é forte. Então, a tendência é que o candidato do bolsonarismo seja o mais forte para enfrentar o presidente Lula da Silva (ou talvez Fernando Haddad), do PT.

Por isso, o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro é cobiçado por vários políticos, como Ronaldo Caiado, Romeu Zema, Ratinho Júnior e Tarcísio de Freitas.

Bolsonaro chegará mais desgastado em 2026? É provável que sim. Mas a ciência política precisa explicar, sem paixão ideológica, por que parte significativa dos eleitores permanece cultuando o ex-presidente. Mesmo com desgaste, amplo ou relativo — mesmo se for preso (há o perigo de se tornar mártir) —, o líder do PL terá influência tanto no pleito de 2024 quanto no de 2026.

Posta a questão, o que pode ser o diferencial de Ronaldo Caiado é a conquista do centro, ou da centro-direita. O centro pode definir a disputa eleitoral de 2026. Neste momento, Lula da Silva opera com o Centrão com o objetivo não apenas de obter apoio para a governabilidade. O presidente red atua com a intenção de conquistar parte do eleitorado que, em 2022, apoiou Bolsonaro.

Raposa política, Lula da Silva opera para reduzir a força do bolsonarismo — daí sua batalha, de um realismo ímpar, para atrair o centro político e os eleitores de centro. E, se possível, parte da direita — aquela que, civilizada, não é, a rigor, necessariamente golpista. (Note-se que o petista-chefe atua no sentido de tentar conquistar o apoio de parte dos setores evangélicos — tidos como bolsonaristas.)

Sim, Ronaldo Caiado, um político liberal, é de direita. Talvez esteja hoje mais no campo da centro-direita. Homem civilizado, defensor da ciência e de programas sociais — assistenciais mas também inclusivos, o que o aproxima do campo da socialdemocracia europeia —, o governador de Goiás tem condições de atrair um eleitorado que não vota em postulantes radicais do bolsonarismo. O grande diferencial do líder do União Brasil talvez resida aí.

Diferentemente de outros possíveis candidatos, Ronaldo Caiado é um político independente, de uma firmeza rara. O fato de querer o apoio do bolsonarismo não é o mesmo que ser bolsonarista. O que o governador não é. Ele é de direita, mas é moderno e entende, de maneira adequada, o funcionamento do mundo atual, tão complexo quanto multifacetado. Trata-se de um realista atualizado e articulado.

Segurança pública: o país está de olho

Veja-se a questão da segurança pública. Há quem acredite que a segurança funciona bem em Goiás unicamente porque a Polícia Militar, com o apoio da Polícia Civil, é dura com os criminosos. De fato, é dura — e contra o crime organizado, cada vez organizado, não se pode agir com luvas de pelica. É preciso ser firme, presente, vigilante.

Mas o sucesso do sistema de segurança do governo de Goiás não tem a ver tão-somente com o vigor-rigor das polícias. Tem a ver também com um sistema de Inteligência científico, moderno e eficiente. O crime organizado tem sido desbaratado no Estado, ao menos em alguns casos, antes mesmo de cometer crimes de grandes proporções. Isto resulta, insistamos, de um serviço de Inteligência que investiga bem. Há, digamos, uma operação preventiva.

Durante certo tempo, a Imprensa dita nacional — hoje todos os veículos de comunicação são nacionais, devido a internet — evitou citar o nome de Ronaldo Caiado como candidato a governador. Agora, mudou. O governador goiano aparece em todos os jornais, apresentando-se de maneira moderna, atualizada. O que mais chama a atenção é o caráter propositivo de suas exposições. Político centrado, não perde tempo com picuinhas e questiúnculas. Na questão da segurança, que começa a galvanizar o país, ele tem exposto o motivo de funcionar bem em Goiás — tornando-se um exemplo para os demais Estados.

O Brasil clama por decência. Pois Ronaldo Caiado governa Goiás, há cinco anos, com decência ímpar. Não há escândalos em seu governo.

Do ponto de visto ideológico, é de uma coerência extraordinária, pois nunca abandonou seu ideário liberal. Ele não joga para as plateias — é franco, direto e verdadeiro. Nunca negou que pertence às hostes da direita, mas não uma direita truculenta e avessa, por exemplo, à ciência.

Voltando à autonomia de Ronaldo Caiado em relação a outros líderes. O político goiano tem uma história longeva e positiva. Em 1989, por exemplo, ele disputou a Presidência contra, entre outros, Fernando Collor e Lula da Silva. Ele foi deputado federal cinco vezes, senador uma vez e está no seu segundo mandato como governador do Estado.

Ronaldo Caiado tem experiência legislativa e executiva. Ou seja, está talhado para presidir o país. Ele sabe o que fazer para colocar o Brasil nos trilhos. Lula da Silva começa a perceber que o perigo — eleitoral — vem do Centro-Oeste, do Cerrado. (E.F.B.)

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