Biden x Trump: disputa americana é chave para o contexto geopolítico

Com a consolidação das primárias dos Democratas e Republicanos, o cenário aponta para mais uma disputa entre Donald Trump e Joe Biden. Só que o cenário dessa vez é completamente diferente do que foi em 2020. O pleito do dia 5 de novembro deste ano vai impactar não só vai impactar nos atuais conflitos, como pode escalar outras situações.

Lembrando que o cenário de quatro anos também era preocupante com a Rússia tomando a Crimeia dos ucranianos e os separatistas em Donbas. Israel e os palestinos não viviam e paz, além do China e Taiwan sempre estarem em estado de tensão. Só que a situação ficou mais complicada nos últimos dois anos, após os russos invadirem de vez a Ucrânia.

Não podemos esquecer que durante 2020, o mundo inteiro estava lutando contra a pandemia da Covid-19. Podemos dizer que todos os países tinham a doença e suas consequências como um inimigo em comum. Não só salvar a maior quantidade de vidas, mas manter uma situação econômica e social mais estável possível para todos os afetados.

Esse foi o ponto que pode ter sido crucial para a vitória de Biden na eleição de 2020, já que os EUA foram um dos países mais afetados pelo coronavírus. Com mais de 100 milhões de casos e 1,17 milhão de mortes, segundo o site Our World in Data, Trump ficou marcado como um dos chefes de Estado considerados “negacionista” durante o período.

Assim como foi no Brasil com outro negacionista, ex-presidente Jair Bolsonaro, com tantas mortes e vidas impactadas, a população não tinha esquecido a tragédia. Os dois perderam a possibilidade de reeleição e as ações durante a pandemia foram catalisadores. O problema para Biden é que talvez esse fator de pandemia pode ter ficado para a história.

Hoje o país vive em um contexto mais dividido e até houve uma disputa entre o governo federal e o estado do Texas. Na ocasião, o governador texano Greg Abbott, que é republicano, colocou arame farpado na fronteira com o México na borda do Rio Grande. Uma situação que impede o trabalho da forças federais e gerou uma disputa entre poderes.

Outra situação que divide opiniões é a ajuda para países aliados em guerra, principalmente para a Ucrânia. Só que os mesmos contrários esquecem que o apoio ainda é um excelente custo benefício para um país com um orçamento militar de R$ 4,3 trilhões. Com dezenas de bilhões, os EUA enfraqueceram a Rússia, o maior rival, sem entrar direto no conflito.

Agora, caso Trump volte ao poder, existe um grande risco dos pacotes de ajuda serem cortados e a Ucrânia perder força no conflito. Caso a Rússia vença, o próximo país na fronteira é a Polônia, que faz parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Uma possível invasão em território polonês pode até causar uma terceira guerra mundial.

Já que tocamos no assunto Otan, ainda existe a possibilidade de Trump remover os EUA da organização. Segundo o jornal The New York Times, ele considera a aliança “obsoleta” e ex-assessores indicam que esse seria o plano dele para se fosse reeleito. Caso ele consiga isso, a geopolítica entrará em um estado caótico e totalmente incerto.

Ou seja, um cenário que pode agradar rivais dos EUA como a China e a Rússia, ao mesmo tempo que pode prejudicar as nações do Ocidente. Com incertezas envolvendo a Otan, eles podem escalar os conflitos se aproveitando do momento caótico. Por isso, as eleições dos EUA de 2024 são consideradas cruciais para a geopolítica nas próximas décadas.

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