Unimed: mães de autistas denunciam falta de atendimento e má prestação de serviços

A Unimed voltou a ser alvo de denúncias por má prestação de serviço nesta quinta-feira, 22, após cerca de 70 mães de autistas protagonizarem manifestação contra o plano de saúde em Rio Verde. Mudanças drásticas em tratamentos e a recusa de atendimentos foram alguns dos problemas expostos pelas mulheres.

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Uma das genitoras presentes no protesto foi Silvia de Paiva Moreira, de 40 anos. Mãe de Davi Luiz Moreira Guedes, de 5 anos, a mulher conta que o plano de saúde quer mudar a profissional com quem o filho, que possui grau 3 autismo, faz tratamento há três anos. 

Acontece que a psicóloga foi terceirizada pela Unimed, que pretende usar uma profissional credenciada no plano para seguir o tratamento. O problema, conforme Silvia, é que a empresa quer começar o acompanhamento do zero. A mãe teme que o filho regresse com a mudança.

“Ele já foi agressivo e agora, depois de três anos de tratamento, que ele está começando a se desenvolver. O pedido, não só meu, mas de todas as mães que estão em pânico, é que os nossos filhos não sofram essa poda. O autista não entende isso, vou regredir ele ao zero. Precisamos continuar o tratamento com os profissionais que a Unimed propôs no início”, explicou.

Para Silvia, o plano está preocupado com o lucro e não com o tratamento dos autistas. Segundo ela, a mudança drástica pode acarretar problemas sérios às crianças e, em alguns casos, até irreversíveis. Por conta disso, as famílias estudam levar os problemas à Justiça.

“Só a gente sabe o quanto foi difícil para a gente e para o Davi. Os planos querem colocar todos dentro da rede deles, mas eles precisam entender que começamos os tratamentos oferecidos por eles. Eles fizeram negociações diretas com outros profissionais, mas a gente não tem culpa disso”, afirmou. 

Protesto realizado em Rio Verde | Foto: arquivo pessoal

Atendimento negado 

Outra mãe que luta para evitar danos ao filho Athos Bueno Ferreira, de 5 anos, é  Deborah Ferreira Bueno, de 36 anos. O garoto, que tem grau 2 de suporte, possuía deficiente verbal. Ou seja, precisa de um tratamento específico, o  Musicoterapia, para conseguir desenvolver a fala. 

Entretanto, mesmo com o laudo que confirma a condição da criança, o tratamento de Athos foi negado pelo plano de saúde. A Unimed justificou a família que o tratamento não foi autorizado, visto que ele não possui comprovação de eficácia.

“Meu filho já se encontra em tratamento há mais de um ano. Agora, eles estão negativando o tratamento do Athos, um tratamento que a própria instituição encaminhou”, disse.

O Jornal Opção procurou a Unimed para que se posicionasse, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

Deborah e o filho Athos | Foto: arquivo pessoal

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