Eleitores de Pires do Rio podem repetir o quadro de 2016… quando derrotaram Cida Tomazini?

Pires do Rio, Pires dos Tomazini ou Pires do Povo? Há quem postule que a família Tomazini é uma espécie de dona informal do município. Mas não é bem assim.

Os Tomazini são multimilionários, mas não são proprietários da cidade. Tanto que, das três últimas eleições para prefeito, a paulista Cida Tomazini, de 69 anos, ganhou uma e perdeu duas. Os eleitores costumam dar seus recados, de maneira contundente, aos poderosos locais.

Em 2012, com uma estrutura poderosa em campo, Cida Tomazini foi derrotada por Gude (Luiz Eduardo Pitaluga da Cunha). O pleito terminou assim: 52,58% (8.838 votos) para o segundo e 47,42% (7.971 votos) para a primeira.

Em 2016, Cida Tomazini voltou ao campo, com uma estrutura ainda maior, mas acabou derrotada, de maneira acachapante, por Cleide do Gullas, uma mulher simples. A empresária ficou com 38,65% (6.377 votos) e a eleita obteve 61,35% (10.124 votos).

Então, em dois pleitos, os eleitores disseram, com seus votos, mais ou menos assim: os Tomazini são riquíssimos e, de fato, são importantes (empreendedores) para Pires do Rio. Mas não são os donos da cidade e das pessoas.

Cida Tomazini: prefeita de Pires do Rio | Foto: Reprodução

Na disputa de 2020, Cida Tomazini, que não sai de cena, foi eleita com 50,17% (7.631 votos). A prefeita derrotou o empresário goiano Hugo do Laticínio (Hugo Sérgio Batista), de 42 anos, que conquistou 35,01% (5.325 votos).

Para um marinheiro de primeira viagem, lutando contra uma família poderosa — a rigor, a disputa não foi apenas contra Cida Tomazini —, Hugo do Laticínio não fez feio. Mas, ainda assim, perdeu.

Clima de mudança em Pires do Povo

Daqui a sete meses, mostrando que não é um desistente, Hugo do Laticínio vai colocar seu nome para uma segunda disputa e, de novo, contra Cida Tomazini, a indefectível.

Aliados de Hugo do Laticínio, como o deputado estadual Issy Quinan (MDB), postulam que, desta vez, ele será eleito. O “clima” na cidade seria de mudança. De acordo com uma fonte local, há, no “ar”, uma sensação semelhante à disputa eleitoral de 2016.

“As pessoas de Pires do Rio respeitam Cida Tomazini, uma mulher séria e de bem. Porém, ao mesmo tempo, não apreciam a ideia de que, com sua família, são praticamente ‘donos’ da cidade. As pessoas comuns, que não são ricas, querem, aparentemente, dar uma chance a Hugo do Laticínio”, ressalta um empresário.

Políticos locais sugerem que Hugo do Laticínio, agora filiado ao MDB do vice-governador Daniel Vilela, precisa “agregar mais”. Um deles é peremptório: “Hugo tem chance de derrotar Cida Tomazini, pois sente-se que a cidade está ‘cansada’ de sua gestão, mas ele precisa ser mais proativo, mais presente”.

Um ex-vereador contrapõe: “Cida Tomazini é muito forte e, dada sua estrutura, tem amplas condições de ser reeleita. Sua administração é eficiente e decente”.

Um ex-aliado da prefeita rebate: “Cida Tomazini é uma política que olha o povo do pedestal, de bem longe. Espera-se que Hugo não siga seu caminho”.

As pesquisas de intenção de voto mostram que o quadro está indefinido. Tanto pode ganhar Cida Tomazini quanto Hugo do Laticínio. Uma campanha bem-feita, mais propositiva do que de ataques, pode decidir a parada. (E.F.B.)

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