Dividida, base do prefeito discordava sobre votação do empréstimo

Em uma seção tumultuada na Câmara Municipal de Goiânia, na manhã desta quarta-feira, 28, nem mesmo a base do prefeito Rogério Cruz (Republicanos) era unânime em relação à votação do projeto de solicitação de autorização para um empréstimo de R$ 710 milhões. A informação era que parte dos vereadores não concordava que o projeto fosse colocado em votação desobedecendo o regimento da Câmara.

No plenário da casa, alguns vereadores de oposição e até mesmo da situação fizeram duras críticas ao projeto da forma como foi enviado para o legislativo. Sargento Novandir (Avante) subiu à tribuna e, apesar de fazer parte da base do prefeito, declarou seu voto contrário à aprovação do projeto. Novandir relatou que, por não obter informações concretas sobre o plano, não há como concordar.

“Eu procurei saber mais sobre esse projeto, o que a prefeitura tem em caixa para que eu possa justificar o meu voto e, infelizmente, não consegui saber. Agora, imaginem, se nem um vereador que tem como principal função fiscalizar não obtém informações da prefeitura, e a população em geral? Não assino cheque em branco”, afirma o vereador.

Lucas Kitão (PSD) ressaltou que também é contra o projeto por conter vícios jurídicos e regimentais. “Todos nós sabemos que não se pode fazer um substitutivo e votá-lo após a primeira votação, e esse projeto já passou pela primeira votação”, lembra. Kitão ainda reitera que dificilmente esse dinheiro chegará aos cofres da prefeitura ainda nesta gestão, a tempo de resolver os problemas justificados para a aquisição do empréstimo.

Aava Santiago (PSDB), oposição ao prefeito Rogério Cruz (Republicanos) foi a mais enfática em suas declarações ao dizer ter alertado os vereadores para não votarem em um projeto que menospreza o legislativo. “Eu alertei para não votarem em uma matéria inconstitucional que será inevitavelmente judicialmente derrubada. Mas eu sei que os colegas da base devem estar sofrendo uma depressão para votarem. Por isso que eu sou de oposição. Este é um tipo de pressão que só envergonha o vereador e a câmara”, alertou.

Ronilson Reis (Solidariedade), que integra a base do paço, defende a contratação do empréstimo, alegando que esse dinheiro é para terminar as obras que estão sem conclusão por falta de recursos. Ronilson pondera que tudo isso é uma questão política. “A cidade está cheia de obras, são milhares de quilômetros de asfalto sendo feitos em toda a cidade. Além disso, CMEIs, postos de saúde e escolas estão passando por reformas. Os que são contra é mais por uma questão política do que propriamente técnica”, informa.

Para Paulo Magalhães (União Brasil), o paço desrespeita o legislativo encaminhando um projeto sem observar o regimento da casa e dialogar com os vereadores. “Não houve planejamento. Agora vem um procurador do município querendo legislar na câmara; quero lembrar que aqui não é uma filial da prefeitura. Nós somos um poder e devemos ser respeitados”, frisou.

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