Falta de professores e greve atingem 13 mil alunos, 224 instituições e com 28 unidades paralisadas

Colaboração de Bonny Fonseca

Servidores administrativos de 224 instituições de ensino de Goiânia aderiram ao movimento grevista em busca do plano de carreira e melhores condições de trabalho. A greve culminou na paralisação total de 28 unidades de ensino na capital, o que acaba por afetar, em média, cerca de 13 mil alunos, além de dezenas de milhares de famílias que dependem das instituições, ao mesmo tempo a Secretaria Municipal de Educação (SME), não apresentou um plano de contingência para a crise, que já se arrasta desde o ano passado com a falta de professores.

Segundo a secretária executiva da SME, Milene Baldy, a volta das aulas nessas 28 unidades depende do fim da greve. “Se são 28 só que estão paralisadas e volume de servidores que aderiram a greve inviabilizaram o funcionamento dessas unidades”, afirma.

Até está terça-feira, 6, o número de escolas paralisadas eram 33, segundo o titula da Educação, Rodrigo Caldas, mas segundo Milene o número unidades fechadas muda diariamente. O número de alunos matriculados na rede municipal está em torno de 117 mil.

A secretária executiva relativiza o número de unidades totalmente paralisadas. Ao Jornal Opção, ela explicou que o número de servidores em greve varia entre os dias de paralisação. “Hoje eu tenho 221 escolas com atendimento normal, 130 com atendimento parcial e só 28 paralisadas”, conta. Segundo servidores da SME a pasta orientou que as escolas de tempo integral funcionassem entre 7h até às 15h. Em condições normais as escolas funcionam até às 18h.

Infelizmente a gente não consegue fazer o atendimento, mas não prejudica o ano letivo dos alunos. Com ou sem a greve temos que entregar os dias letivos. Terminando a greve haverá reposição dessas aulas para que os alunos não fiquem prejudicados

Milene Baldy, secretária executiva da Secretaria Municipal de Educação (SME)

A Prefeitura de Goiânia reiterou a proposta de aumento de R$ 300 no auxílio locomoção, durante audiência de conciliação no Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), mas ela foi prontamente rejeitada em assembleia dos trabalhadores na última terça-feira, 5.

A paralisação afetou os Centros de Educação Infantil (CEI), Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) e as Escolas Municipais, inclusive as de tempo integral. Milene diz que aguarda a publicação da Prefeitura de Goiânia para fazer a convocação de 479 professores concursados, tendo em vista o fim dos contratos de centenas de professores temporários. “Fora o processo seletivo que também está quase saindo para preencher o restante das vagas que ainda precisam ser supridas”, conta.

Ela diz, no entanto, que o processo burocrático pode demorar a ser concluído. “Existe uma burocracia, e não só ela. Porque quando você faz o chamamento dos concursos, não é sempre o que a gente consegue todos os professores em sala de aula no dia seguinte”.

Paço alega falta de espaço fiscal

De acordo com o procurador-Geral do Município (PGM) José Carlos Issy, o município não tem espaço fiscal dentro da lei de Responsabilidade Fiscal para propor a criação ou alteração de qualquer plano de carreira que signifique aumento de despesa de pessoal. “Nosso índice estava entorno de 50,22%. Só que com compromissos já assumidos de negociações anteriores, de reestruturações de outras carreiras que ocorreram em novembro, esse limite voltou a chegar perto de 51,2%, o que impede que, nesse momento, haja qualquer tipo de avanço nesse ponto”, disse em coletiva de imprensa na terça.

A informação é contestada pela presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), Bia de Lima. Ela diz que a elaboração do plano de carreira dos servidores não ultrapassará o limite prudencial da LRF. “O prefeito tem que chamar para si a responsabilidade. Prometeu que ia fazer o plano de carreira dos servidores administrativos da Educação, fez de todo mundo, mas não conclui para aqueles que tem os menores salários”, reiterou ao Opção.

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