Apesar de inelegível, Bolsonaro se mostra confiante de que vai concorrer à presidência em 2026

Apesar de ter sido declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-presidente da república Jair Bolsonaro (PL) afirmou, em entrevista ao portal Metrópoles, que segue candidato à chefia do Executivo Federal. Para Bolsonaro, ele não cometeu nenhum erro na ocasião da reunião com os embaixadores (na qual minou a credibilidade do sistema eleitoral brasileiro) e no ato do sete de setembro de 2022, situações que motivaram a inelegibilidade. “Eles não têm argumento para me tirar da política”, indaga o ex-presidente. 

Durante a entrevista ao colunista Igor Gadelha, Bolsonaro denuncia perseguição política, dizendo que as decisões judiciais contra ele não possuem motivação legal. “Repito: qual a acusação contra mim? Que eu fiz de errado para não disputar uma eleição? E, se eu sou tão mal assim, deixa eu disputar para perder. É muito simples. Ou estão com medo da minha candidatura?”, provoca Bolsonaro. 

Apesar de sua condenação que o tornou inelegível terminar apenas em 2030, o antigo chefe do Executivo Federal afirma que será candidato à Presidência da República até que “a minha morte política seja anunciada para valer”.  

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A confiança de Bolsonaro em sua candidatura para 2026 se baseia em tentativas de reverter a inelegibilidade na Justiça, e até mesmo dentro do Congresso Nacional, onde a base de apoio do ex-presidente é maioria e já articula projeto nesse sentido. Além disso, Bolsonaro coloca a eleição de Donald Trump e Javier Milei, respectivamente nos Estados Unidos e na Argentina, como os “ventos da democracia” soprando para a direita na América. 

8 de Janeiro

Em entrevista, o ex-presidente abordou o adiamento da votação na Câmara dos Deputados do PL da Anistia, projeto que propõe anistia aos condenados pelos ataques do oito de janeiro de 2023.

Bolsonaro revelou ter discutido a questão com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e afirmou ter concordado com a decisão de Lira de transferir o projeto para uma comissão especial, retirando-o da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). “Não vai ter tempo para isso. Mas não tínhamos alternativa”, afirmou.

Na ocasião, o ex-presidente também defendeu as alianças entre o Partido Liberal (PL) e partidos do Centrão, que objetivam a escolha dos próximos presidentes da Câmara e do Senado.

Ele mencionou, especificamente, a negociação para que o partido de Bolsonaro apoie Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) em troca da 1ª vice-presidência do Senado. Bolsonaro pontuou que essa posição poderia ser estratégica para promover o PL da Anistia.

“Nós podemos, numa ausência do Davi, caso ele se sinta, vamos supor, incomodado, numa ausência dele, o nosso vice bota em pauta a anistia, por exemplo”, disse.

Uma aposta

O ex-presidente brasileiro coloca a eleição do republicano Donald Trump nos Estados Unidos como ponto chave para conseguir se candidatar à presidência da República ainda em 2026. Apesar de reconhecer que não tem “essa liberdade toda” para dialogar com o empresário estadunidense, Bolsonaro diz que seu filho Eduardo está em diálogos com o presidente recentemente eleito na maior economia do planeta. 

Fazendo uso do discurso da defesa da liberdade de expressão, Bolsonaro acredita que a influência de Trump garantiria a reversão da decisão judicial brasileira a seu favor. 

O ex-presidente demonstrou apostar na ajuda de Donald Trump para conseguir ser candidato em 2026. Para Bolsonaro, Trump vai “investir” no Brasil porque sabe da influência do país na América do Sul. “Acredito que ele tenha um interesse enorme no Brasil, pelo seu tamanho, pelas suas riquezas, pelo que representa o nosso povo”, afirma Bolsonaro.

“Ele vai investir no Brasil sim, no meu entender, no tocante a fazer valer os valores do seu povo, que é muito semelhante ao nosso. Que, através da liberdade de expressão, nós possamos aqui sonhar e não mergulharmos mais ainda numa ditadura que se avizinha”, afirmou Bolsonaro.

Futuro de Michelle 

Quando questionado sobre o futuro político de sua esposa, Michelle Bolsonaro, o ex-presidente disse que “o que tem se conversado por aí é que ela gostaria de ser uma das duas vagas do PL aqui no DF[para o Senado]”. Bolsonaro coloca o capital político que a ex-primeira dama demonstrou, enquanto apoiadora, durante a campanha de Damares ao Senado em 2022 como ponto que garante potência nessa disputa, caso Michelle se firme no pleito.

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