Wellington Carrijo: “Rio Verde tem do que se orgulhar: segundo maior Ideb; 20 mil empregos gerados; 100% de homicídios solucionados”

O médico Wellington Carrijo (MDB), de 37 anos, se tornou em 2024 o prefeito eleito de Rio Verde com 62,67% dos votos válidos na cidade em sua primeira participação nas urnas. Ele, que foi secretário de saúde na gestão de Paulo do Vale (UB), elogia o projeto do atual prefeito e promete fazer uma administração de continuidade e expansão.

A vitória eleitoral com votação expressiva, considerando que a disputa teve participação de um experimentado ex-presidente da Assembleia Legislativa, Lissauer Vieira (PSD), é uma confirmação da influência de Ronaldo Caiado (UB) e Daniel Vilela (MDB) na capital do agro goiano. 

Nesta entrevista ao Jornal Opção, Wellington Carrijo fala sobre como a gestão de Paulo do Vale transformou Rio Verde em uma cidade com indicadores socioeconômicos “padrão União Europeia”. Com 250 mil habitantes, a cidade criou 20 mil empregos, entrou para a lista de maiores Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do país e teve 100% dos homicídios solucionados em 2024. 

Euler de França Belém — Substituir um Rogério Cruz (SD) em Goiânia ou um Vilmar Mariano (UB) em Aparecida é fácil. Mas substituir um prefeito como Paulo Do Vale (UB) é outra coisa. Como se sente sucedendo um prefeito que realmente é aprovado pela população?

É como substituir o Pelé da política rio-verdense. Como candidato, entrei na vida pública agora, mas estive como servidor público por nove anos e aprendi muito com Paulo do Vale. Na minha gestão, ele será secretário de governo e me sinto privilegiado de tê-lo ao meu lado. 

A população de Rio Verde votou pela continuidade. Nós vamos trabalhar muito com o mesmo intuito que Paulo do Vale teve de entregar serviços públicos de qualidade, diminuir a distância entre o falar e o fazer, e resgatar o propósito da política. Talvez essa tenha sido a maior lição que aprendi com Paulo do Vale: manter viva a ideia de que política pode dar certo quando é feita com honestidade, transparência, trabalho.

Italo Wolff — Pode fazer um comparativo de Rio Verde antes e depois dessa gestão exitosa?

Hoje, o rio-verdense sente pertencimento e orgulho de morar na cidade. É o município com a melhor educação de um estado que está em primeiro lugar na média do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Entre as cidades com mais de 100 mil habitantes, é aquela com o segundo melhor Ideb do Brasil, atrás apenas de Sobral, Ceará.

Nessa gestão do prefeito Paulo, mais de 20 mil empregos formais, com carteira assinada, foram criados em Rio Verde em sete anos e onze meses. Hoje, estamos com o maior projeto de qualificação do Estado de Goiás, que será ampliado em minha gestão. A Prefeitura investe R$ 7,5 milhões com o sistema S para oferecer formação para profissões em demanda, como operador de máquinas agrícola. 

Wellington Carrijo é entrevistado por Italo Wolff e Euler de França Belém | Foto: Guilherme Alves / Jornal Opção

Uma pessoa interessada procura a Prefeitura através do nosso portal e faz a inscrição, ganha o curso, ganha o transporte público (que hoje tem tarifa de R$2,00, a menor tarifa do estado), ganha refeição no dia do curso. Assim, as pessoas que estão trabalhando e ganhando um salário mínimo, podem passar a ganhar R$ 6 ou 7 mil por mês, que é a remuneração do operador de máquinas agrícolas hoje. Assim, nós qualificamos a renda, melhoramos a qualidade de vida das pessoas, elevamos a arrecadação de impostos que retorna em serviços públicos de qualidade. 

Na segurança pública, em 2012, tivemos 126 assassinatos na cidade de Rio Verde em um ano. Neste ano, que já se encerra, tivemos 21. O dado mais importante, na minha opinião, é de que a resolutividade dos crimes está no padrão União Europeia: 100% dos homicídios foram solucionados pela polícia. Eram crimes relacionados às drogas, que hoje são minoria; hoje a maioria são crimes passionais. Em 2016, eram mais de 2 mil assaltos por ano. Em 2023, foram 200. 

Euler de França Belém — Como foi a parceria da Prefeitura com o governo do Estado para melhorar esses indicadores?

Paulo do Vale instalou em 2017 o Gabinete de Gestão Integrada da Segurança Pública. Criou a Guarda Municipal, que hoje tem contingente de 80 homens, e faremos concurso público para efetivar mais 40 homens. Esse gabinete integra os trabalhos da Guarda com a Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil, Polícia Técnico-Científica, Polícia Militar, Agência de Monitoramento de Trânsito e com o Corpo de Bombeiros.

Duas vezes por mês, o comitê faz uma reunião para discutir a segurança pública na cidade e ações para melhorar a segurança pública. É um órgão dinâmico, informado por vídeo-monitoramento, que faz a articulação entre as forças de segurança pública do Estado, do município e da União. Goiás já é uma referência na segurança pública para o Brasil, através do trabalho do governador Ronaldo Caiado (UB), e Rio Verde também é referência para o Brasil.

Euler de França Belém — O que é exatamente a cidade inteligente que você propõe?

Muitas cidades no Brasil e no mundo já adotam ações de smart city, cidades inteligentes. Primeiramente, vou criar a Secretaria de Tecnologia e Inovação a partir do ano que vem para interligar todas as secretarias dentro dos preceitos da cidade Inteligente. Um desses pilares é a conectividade. Vamos criar um aplicativo que vai se chamar Conecta Rio Verde para reunir todos os serviços do município para a população — já está no plano de governo e vai se tornar Plano Plurianual (PPA). 

O rio-verdense vai ter acesso, através do aplicativo, desde agendamentos de consultas até requisição de trocas de lâmpadas em vias públicas. O cidadão vai poder tirar uma licença sanitária, agendar consultas gratuitas para seus pets no primeiro hospital veterinário do município que está sendo inaugurado, solucionar questões administrativas. 

O rio-verdense vai ter acesso, através do aplicativo, desde agendamentos de consultas até requisição de trocas de lâmpadas em vias públicas

Outro destes pilares é a sustentabilidade. Vamos investir muito em coleta seletiva, porque o resíduo sólido é dinheiro, ele pode ser reaproveitado. Hoje, Rio Verde tem apenas uma cooperativa e reaproveita apenas 5% de seu lixo. Nós queremos ampliar isso. Vamos investir nas cooperativas, no aterro, e inserir na grade curricular da rede municipal de ensino a disciplina de sustentabilidade.

O outro pilar são os serviços públicos de alta resolutividade, que tem a ver com a capacidade de ouvir o feedback do cidadão, coletar sugestões. O cidadão vai poder dar nota para o serviço público. Teremos um gabinete de gestão na Prefeitura que vai ver os indicadores para sabermos o que precisamos melhorar. Se uma Unidade Básica de Saúde (UBS) estiver com avaliação menor do que as outras, precisamos identificar o problema que ocorre ali.

Euler de França Belém — Rio Verde tem escolas em tempo integral?

Temos quase 28 mil estudantes e apenas duas mil vagas para escolas em tempo integral. Isso é um problema porque Rio Verde é um dos municípios com maior área territorial do estado. Por isso, vamos tornar nossas sete escolas da zona rural todas em escolas de tempo integral. 

Nós temos 10 mil quilômetros de estrada vicinais — os alunos perdem muito tempo no transporte indo às aulas e voltando para suas casas; muitas vezes a criança sai às 4h de casa para chegar à escola às 7h. Nossas escolas rurais são excelentes, têm toda infraestrutura e equipamentos, mas precisamos aumentar a proporção de tempo que as crianças passam estudando. 

“Substituir Paulo do Vale como prefeito é como substituir o Pelé da política rio-verdense”, diz Wellington Carrijo | Foto: Guilherme Alves / Jornal Opção

Italo Wolff — Como está a manutenção desses 10 mil quilômetros de estradas vicinais?

Quando Paulo do Vale assumiu a gestão, tínhamos só duas frentes de trabalho; ele ampliou para oito, com todo o maquinário em cada uma — escavadeira, patrola, etc. Nosso objetivo é fazer a manutenção desses 10 mil quilômetros de estrada não asfaltadas, como o Paulo fez, e ampliar de oito para 12 frentes de trabalho dentro do município.

Além disso, Paulo iniciou a construção e vamos entregar em outubro do ano que vem a primeira rodovia municipal da história de Rio Verde, no entroncamento da BR-060 com a GO-050. São 38 quilômetros de estrada municipal, mantidas com recursos próprios da Prefeitura — mais de R$ 50 milhões de investimento. Irá se chamar RV-150. Essa é a chamada “rodovia da produção”, a estrada vicinal por onde passa maior volume de grãos, a maior produção do Sudoeste Goiano. Fica na saída para Jataí. 

Italo Wolff — Como o Fundo Estadual de Infraestrutura (Fundeinfra) ajuda a manter as estradas ao redor de Rio Verde? 

Hoje, 40% do Fundeinfra sai de Rio Verde. O deputado estadual Lucas do Vale (MDB) conseguiu um feito que destravou o Fundo para nossa região: uma emenda na lei que autoriza entidades privadas a fazer as obras sendo contribuidoras para o fundo. Em vez de enviar dinheiro para o fundo, a entidade pode executar a obra. No caso, a cooperativa Comigo, que paga mais de R$ 200 milhões ao fundo, executa a obra, prestando contas para o Estado. 

O contrato celebrado com a Comigo, a quarta maior cooperativa do Brasil, tendo o município como co-responsável, beneficiou as estradas de Rio Verde. A primeira obra será na GO-210, cuja obra começa nesta semana, e será a primeira rodovia de pavimento rígido do estado de Goiás — oito quilômetros de Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ). O grupo Cereal, que contribui R$ 80 milhões por ano com o Fundo, vai fazer a GO- 401.

Euler de França Belém — Por que a Prefeitura decidiu investir no hospital municipal, que será inaugurado em maio, e terá capacidade maior do que o HMAP de Aparecida de Goiânia? 

O que aprendi com o prefeito Paulo é que não podemos deixar a demanda chegar, temos de nos planejar e nos antecipar a ela. Rio Verde hoje tem 250 mil habitantes; temos de pensar nas necessidades da cidade quando chegar a 600 mil. Por isso, temos de ter capacidade de investimento, para ampliar a oferta do serviço público.

O hospital municipal já está com as obras 70% concluídas. São 23 mil metros de área construída, 320 leitos, 40 desses serão de terapia intensiva, o restante de enfermaria. É um hospital que vai trabalhar no eixo triplo — ensino, através da nossa faculdade, a UniRV; pesquisa, vai ter um centro de pesquisa dentro do hospital; e assistência, que são os atendimentos. O hospital terá hemodinâmica, cateterismo, angioplastia, cirurgia robótica. 

Wellington Carrijo: “O agro fomenta as indústrias de Rio Verde, impactando a economia de todo o estado” | Foto: Guilherme Alves / Jornal Opção

Teremos parceria com governo do Estado, que provavelmente vai contratualizar alguns leitos para atender a demanda da hemodinâmica, dos serviços vasculares. Queremos fazer uma grande frente para atender todas as microrregiões da saúde. Ao lado do hospital materno infantil, que já está funcionando há um ano, vamos atender toda a região Sudoeste e parte da região Sul de Goiás. O hospital materno infantil teve auxílio fundamental do senador Jorge Kajuru (PSB) para ser realizado. 

Temos ainda o Hospital do Câncer de Rio Verde, que é uma fundação com mais de 30 anos que, no governo de Paulo do Vale, foi transformada em hospital de 90 leitos para quimioterapia, com custeio da União, Estado e município.

Euler de França Belém — Rio Verde é uma cidade conhecida pelo agronegócio, mas como está o setor industrial da cidade?

Hoje, as indústrias têm 24% da composição do Produto Interno Bruto (PIB) de Rio Verde. É um setor importantíssimo que complementa o agronegócio. O agro fomenta as indústrias de Rio Verde, impactando a economia de todo o estado. Hoje, temos a quarta maior cooperativa do Brasil, que é a Comigo, cuja parte do faturamento de R$ 17 bilhões por ano vem de sua indústria que beneficia soja e outros.

Temos a maior planta da Brasil Foods (BRF) no mundo, com capacidade de abate de 420 mil frangos e mais de 4 mil suínos por dia. Só a BRF emprega mais de 7 mil funcionários diretamente. Temos a Cargill, com grandes revendas multinacionais pelos esmagadores de soja. Mais recentemente, se instalaram as agroindústrias da Milhão e da Brejeiro, entre outras. Vamos buscar cada vez mais criar esse ambiente favorável para o investimento e instalação de novas indústrias. 

Grande parte desse mérito é da plataforma multimodal, que é o terceiro marco socioeconômico da nossa cidade. O primeiro marco foi em 1975, com a criação da Comigo; o segundo em 2000, com a Perdigão, que se tornou a gigante da BRF. O terceiro marco é a plataforma multimodal, em 2020, quando o prefeito Paulo fez um pregão e arrematou a operação da plataforma. Hoje a plataforma opera com terminal de fertilizantes, de farelo e grãos, e também de combustível. Meu objetivo é consolidar a plataforma com o terminal de contêineres, que seria a fase final. 

“O mercado imobiliário aquecido é um sinal de que nossa economia está forte”, diz Wellington Carrijo | Foto: Guilherme Alves / Jornal Opção

Euler de França Belém — Dizem que o mercado imobiliário da cidade está muito aquecido, não é?

Muito. Temos várias áreas de expansão. Apenas neste ano foram solicitados mais de 60 Atestados de Viabilidade Técnico-Operacional (AVTOs). Esse clima se deve aos indicadores positivos que a gestão pública tem oferecido, e a macroeconomia da cidade, que propicia que as pessoas queiram se mudar para Rio Verde.

Hoje, é uma cidade que tem crescido de 3 a 5 mil habitantes por ano. Esse dado demográfico aumentou na gestão do prefeito Paulo, porque as pessoas vêem que os indicadores estão muito bons, de segurança pública, da saúde, da educação. Rio Verde tinha, no ano 2000, pouco menos de 100 mil habitantes. Então, em 24 anos, a cidade mais do que duplicou sua população. Entendo que, se o mercado imobiliário está aquecido, isso significa que a economia está forte.

Euler de França Belém — Há condomínios fechados em Rio Verde?

Vários, ao menos dez. 

Italo Wolff — O senhor falou no eixo da sustentabilidade, em melhorar a coleta seletiva do lixo, mas e a questão do aterro sanitário? Obedece ao marco sanitário?

Hoje, o nosso lixo é levado para o aterro de Guapó justamente para obedecer ao marco sanitário. Estamos trabalhando junto com o Estado — Paulo do Vale já começou esse diálogo — para construir um novo aterro sanitário, próprio de Rio Verde. Já temos a área onde construí-lo. A intenção é tornar Rio Verde a sede da macrorregião Sudoeste nessa questão sanitária, de processamento de resíduos.

Italo Wolff — A cidade tem a intenção de explorar também o ecoturismo em Uruana?

Sim. Uruana é um distrito de Rio Verde com mais de sete cachoeiras que é perfeito para o ecoturismo. Vamos revitalizar o Centro de Atenção ao Turismo (Cart) e formar novos guias turísticos junto ao Ministério do Turismo e à Goiás Turismo. Queremos oferecer a formação para os guias e aquecer o mercado local, para consolidar Uruana como posto de turismo no Estado.

Euler de França Belém —  Paulo do Vale pode ser seu secretário de governo. Ele pretende ser candidato em 2026?

Sim. Nós vamos buscar aumentar a representatividade da cidade, que é uma potência do Estado e precisa estar politicamente representada de forma condizente. Aumentar a representatividade é uma forma de trazer mais benefícios, não só para o Rio Verde, mas para a região Sudoeste. Nada mais justo, pois somos o segundo maior arrecadador de ICMS.

Vamos buscar aumentar a representatividade de Rio Verde, que é uma potência do Estado e precisa estar politicamente representada 

Euler de França Belém — Paulo do Vale poderia ser vice de Daniel Vilela (MDB)?

Não é assim que funciona — você não é escolhido ou imposto, você tem que conquistar. Paulo deixa isso bem claro. Ele é membro da base, nosso candidato ao governo do Estado é Daniel Vilela. Juntamente com o deputado Lucas do Vale e o prefeito Paulo, vamos trabalhar para conquistar uma vaga na eleição majoritária — nada mais justo após um trabalho bem feito para a população. Mas não conseguimos impor isso a ninguém. O governador e o vice-governador não nos devem essa vaga, nós é que teremos de provar que estamos prontos para estar ao lado deles na majoritária, seja disputando o Senado ou como vice. Não existe isso de ‘reservar vagas’; a gente tem de trabalhar. Eu sou exemplo disso, pois nunca impus nada ao Paulo do Vale. 

Euler de França Belém — Lucas do Vale será candidato para deputado federal em 2026?

Depende. Nosso grupo não pode perder representatividade; tudo depende disso. O Lucas não tem vaidade ou ansiedade de ser deputado federal. Tudo dependerá do contexto, da definição do que vai acontecer com o Dr. Paulo. 

Euler de França Belém — Ronaldo Caiado teria seu apoio como candidato à presidência da República?

Tem o nosso apoio incondicional. Tem meu apoio irrestrito, não apenas porque o governador Caiado me apoiou nessa eleição, mas porque, como médico e como cidadão, respeito e admiro o governador Caiado enormemente. Ele faz um excelente trabalho, isso quem fala é a população goiana — ele tem mais de 80% de aprovação popular. Sendo candidato a presidente da República, vai ter o apoio de todo o grupo do prefeito Paulo Do Vale.

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