Ronaldo Caiado: a alternativa conservadora

Por Guilherme Carvalho

No debate político brasileiro, a palavra “conservadorismo” é frequentemente utilizada de maneira genérica, muitas vezes associada a discursos inflamados e promessas grandiosas. No entanto, a verdadeira essência do conservadorismo não reside na retórica, mas na prática responsável, na prudência e na capacidade de gerar resultados concretos. 

Edmund Burke, fundador da tradição sistematizada do pensamento conservador, defendia a prudência como virtude política essencial. Para ele, a política não é um laboratório de experimentos ideológicos, mas um espaço de gestão responsável, onde reformas devem ser graduais e respeitar as tradições e a complexidade da sociedade. Burke criticava as “teorias de gabinete”, ideias abstratas e desconectadas da realidade, que ignoram as consequências práticas de suas implementações.

Ronaldo Caiado se autodenominava conservador muito antes de este conceito estar na moda – fato que ele não perde a oportunidade de lembrar, em seus discursos e entrevistas. Caiado encarna essa visão burkeana. Em suas falas, ele frequentemente ressalta a importância de “fazer o que é certo, no tempo certo, da forma certa”. Essa abordagem reflete uma compreensão profunda de que a política deve ser guiada pela experiência e pela responsabilidade, não por utopias ou dogmas. Caiado não promete revoluções, mas reformas consistentes e sustentáveis, alinhadas às necessidades reais da população.

Jair Bolsonaro, por outro lado, embora tenha se apresentado como um líder conservador, governou sob um viés populista. Seu discurso era carregado de promessas grandiosas e ataques às instituições, mas sua gestão foi marcada por uma falta de planejamento e resultados efetivos. Enquanto Caiado prioriza a estabilidade e o diálogo, Bolsonaro optou pelo confronto e pela polarização, características típicas do populismo, que privilegia a emoção sobre a razão e o imediatismo sobre o planejamento de longo prazo.

A prudência, princípio central do conservadorismo burkeano, é evidente na gestão de Ronaldo Caiado à frente do estado de Goiás. Ao assumir o governo, encontrou um cenário de grave crise fiscal, mas, em vez de recorrer a soluções populistas e irresponsáveis, adotou medidas firmes de ajuste econômico e equilíbrio das contas públicas. Seu governo demonstrou que é possível aliar responsabilidade fiscal com investimentos sociais estratégicos, um ponto essencial para qualquer líder que se pretenda conservador.

A rejeição às “teorias de gabinete”, tão criticadas por Burke, também marca a gestão de Caiado. Diferente de políticos que defendem modelos utópicos e desconectados da realidade, ele implementou políticas públicas concretas, especialmente nas áreas da segurança pública, educação e assistência social. Na segurança, o estado de Goiás tornou-se um dos mais seguros do país, graças ao investimento na valorização dos policiais e na modernização da estrutura de combate ao crime. Esse pragmatismo se opõe às abordagens abstratas e descoladas da realidade que frequentemente dominam o debate público.

Na educação, o governo de Caiado avançou com uma gestão baseada no mérito e na eficiência administrativa, priorizando a valorização de professores e a qualidade do ensino. As escolas cívico-militares, por exemplo, são uma demonstração clara da visão conservadora de educação, na qual disciplina e excelência acadêmica caminham juntas. Já na área social, os programas de transferência de renda foram estruturados de forma a incentivar a autonomia das famílias, evitando a armadilha do assistencialismo permanente.

Caiado também se diferencia por sua defesa da estabilidade econômica, um princípio fundamental para o desenvolvimento sustentável. Em diversas declarações, tem reiterado a importância do equilíbrio fiscal e da responsabilidade na gestão pública. Diferente de candidatos que apresentam apenas discursos inflamados ou promessas vazias, ele tem um histórico concreto a mostrar, comprovando que sabe governar e garantir que o estado avance sem comprometer sua saúde financeira.

Ronaldo Caiado é um conservador verdadeiro porque sua trajetória é construída sobre ações, não apenas palavras. Ele não precisa de discursos inflamados para justificar suas propostas; basta apontar para os resultados alcançados em Goiás. Sua busca pela estabilidade do Brasil se reflete em sua gestão responsável, no respeito às instituições e no compromisso com o desenvolvimento social sustentável.

Jair Bolsonaro, por outro lado, é mais um exemplo de populismo reacionário do que de conservadorismo. Sua retórica pode agradar a certos setores, mas sua falta de feitos concretos e seu estilo de governo conflituoso e desorganizado revelam uma figura mais preocupada com a imagem do que com a realidade. Enquanto Caiado busca construir pontes e soluções, Bolsonaro optou por divisões e confrontos.

Ronaldo Caiado representa o conservadorismo real, fundamentado na prudência, na responsabilidade e na busca por resultados concretos. Seu governo em Goiás é a prova de que é possível conciliar desenvolvimento social, segurança pública e equilíbrio fiscal sem abrir mão dos valores conservadores. Jair Bolsonaro, por sua vez, personifica o populismo que se esconde sob o rótulo de conservador, mas que, na prática, carece de feitos e se vale constantemente de teorias de gabinete que não afetam as vidas das pessoas.

Caiado tem uma longa jornada para se viabilizar enquanto um nome dentro do seu campo político. O desafio de superar o populismo e se tornar conhecido nos rincões do Brasil não é trivial. Apesar de seu perfil provavelmente agradar o mercado – pela responsabilidade, feitos verificáveis e prudência – o fato é que qualquer outro nome, como em um toque de Midas, se consagrado por Bolsonaro, larga na frente dentro do campo mais à direita.

Mas uma coisa é inegável: Caiado é, dentre os pretensos candidatos conservadores a verdadeira alternativa conservadora, o único líder que a consistência de ideias e ações sobreviveu ao teste do tempo, que une discurso e ação, tradição e progresso, estabilidade e desenvolvimento. E todos os quesitos que a real alternativa aos conservadores para a eleição de 2026 só se reúne totalmente na figura de Ronaldo Caiado.

Guilherme Carvalho é cientista político, professor da PUC Goiás e da UFG

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