{"id":146933,"date":"2025-03-20T16:22:33","date_gmt":"2025-03-20T19:22:33","guid":{"rendered":"https:\/\/agencia2.jornalfloripa.com.br\/ler\/146933"},"modified":"2025-03-20T16:22:33","modified_gmt":"2025-03-20T19:22:33","slug":"no-centenario-do-movimento-art-deco-goiania-luta-para-preservar-seu-patrimonio-abandonado","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/agencia2.jornalfloripa.com.br\/ler\/146933","title":{"rendered":"No centen\u00e1rio do movimento Art d\u00e9co, Goi\u00e2nia luta para preservar seu patrim\u00f4nio abandonado"},"content":{"rendered":"
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Arquitetura bonita, com detalhes que chamam a aten\u00e7\u00e3o, o estilo Art d\u00e9co despertou o interesse do mundo, inclusive de Goi\u00e1s, na d\u00e9cada de 1930. Na \u00e9poca, o presidente Get\u00falio Vargas e o governador Pedro Ludovico, em Goi\u00e1s, pensavam em modernizar tudo \u2014 da economia \u00e0 gest\u00e3o, inclusive a pol\u00edtica e a arquitetura.<\/p>\n

Ao andar pelas ruas do Centro de Goi\u00e2nia, notadamente na Avenida Anhanguera e ruas Araguaia e Tocantins, conv\u00e9m ao leitor observar a arquitetura de alguns edif\u00edcios, n\u00e3o muito altos, com caracter\u00edsticas bem definidas e belas \u2014 diferentes da atual arquitetura de bairros como Setor Bueno, Nova Su\u00ed\u00e7a, Setor Marista e Setor Oeste.<\/p>\n

Pelas m\u00e3os das novas estruturas de poder, que inclu\u00edam arquitetos e engenheiros, o Art d\u00e9co aterrissou no Planalto Central como um discurso que, modernizador, ecoou no cen\u00e1rio urbano da nov\u00edssima capital do Estado de Goi\u00e1s a partir de 1933, ano da funda\u00e7\u00e3o de Goi\u00e2nia.\u00a0<\/p>\n

Se o novo regime precisava de uma \u201ccara nova\u201d, a cidade, a nova capital, tamb\u00e9m necessitava. Ent\u00e3o, o Art d\u00e9co era a nova imagem de um novo tempo. Associa\u00e7\u00e3o entre gest\u00e3o p\u00fablica e arquitetura \u2014 as edifica\u00e7\u00f5es com formas art\u00edsticas simbolizavam que os novos tempos chegavam para ficar e, por isso, precisavam ser diferentes do que existia antes. Se havia uma \u201crevolu\u00e7\u00e3o\u201d, a de 1930, era preciso estend\u00ea-la a todos os campos.<\/p>\n

Os primeiros edif\u00edcios erguidos na cidade, destinados \u00e0 fun\u00e7\u00e3o de reparti\u00e7\u00e3o p\u00fablica e sede do governo estadual \u2014 na Pra\u00e7a C\u00edvica, no centro da capital \u2014, seguem o estilo Art d\u00e9co, prezando pela volumetria simples e linhas harmoniosas com detalhes est\u00e9ticos diferenciados.\u00a0<\/p>\n

Erguer uma capital, no \u201cfim do mundo\u201d \u2014 assim o pa\u00eds via o isolado Centro-Oeste nos anos 1930 \u2014, fez com que a nova urbe nascesse diante de muitas dificuldades. Por isso o Art d\u00e9co goiano, apesar de possuir a personalidade caracter\u00edstica em suas primeiras constru\u00e7\u00f5es, \u00e9 considerado um tanto simpl\u00f3rio \u2014 o que n\u00e3o significa \u201cfeio\u201d \u2014, dado o \u00e1rduo percurso para que materiais como vidro e metais chegassem \u00e0 regi\u00e3o.<\/p>\n

Na Pra\u00e7a C\u00edvica, ponto nevr\u00e1lgico da nova capital, foram erguidas as primeiras edifica\u00e7\u00f5es que fazem parte do plano urban\u00edstico de Attilio Corr\u00eaa Lima (1901-1943), o arquiteto e engenheiro que criou e inventou a nova capital do Estado de Goi\u00e1s, sob as ordens do interventor Pedro Ludovico Teixeira.<\/p>\n<\/p>\n

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