{"id":150920,"date":"2025-03-31T18:23:09","date_gmt":"2025-03-31T21:23:09","guid":{"rendered":"https:\/\/agencia2.jornalfloripa.com.br\/ler\/150920"},"modified":"2025-03-31T18:23:09","modified_gmt":"2025-03-31T21:23:09","slug":"petrobras-comprara-r-450-milhoes-em-creditos-de-carbono-na-amazonia","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/agencia2.jornalfloripa.com.br\/ler\/150920","title":{"rendered":"Petrobras comprar\u00e1 R$ 450 milh\u00f5es em cr\u00e9ditos de carbono na Amaz\u00f4nia"},"content":{"rendered":"
Uma parceria entre a Petrobras e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econ\u00f4mico e Social (BNDES) pretende criar um mercado de ao menos R$ 450 milh\u00f5es em cr\u00e9dito de carbono, com o objetivo espec\u00edfico de restaura\u00e7\u00e3o florestal na Amaz\u00f4nia.<\/strong> O protocolo de inten\u00e7\u00e3o entre as duas institui\u00e7\u00f5es foi assinado nesta segunda-feira (31) na sede da Petrobras<\/a>, no Rio de Janeiro, entre os presidentes da companhia, Magda Chambriard, e do BNDES<\/a>, Aloizio Mercadante. A iniciativa recebeu o nome ProFloresta+.<\/strong><\/p>\n<\/p>\n O valor inicial de R$ 450 milh\u00f5es corresponde ao que a Petrobras vai desembolsar comprando os cr\u00e9ditos de carbono. O BNDES ter\u00e1 o papel de conceder empr\u00e9stimos para projetos que se dediquem ao restauro de \u00e1reas amaz\u00f4nicas.<\/p>\n O empr\u00e9stimo \u00e9 com recursos do Fundo Clima, em que a taxa de juros \u00e9 de 1% ao ano. Para efeito de compara\u00e7\u00e3o, a taxa b\u00e1sica de juros do pa\u00eds, a Selic, que serve de par\u00e2metro para opera\u00e7\u00f5es de empr\u00e9stimos, est\u00e1 em 14,25% ao ano.<\/p>\n O BNDES \u00e9 um banco p\u00fablico ligado ao Minist\u00e9rio do Desenvolvimento, Ind\u00fastria, Com\u00e9rcio e Servi\u00e7os e atua no fomento de iniciativas de desenvolvimento, muitas vezes financiando projetos com juros mais em conta.<\/p>\n Os R$ 450 milh\u00f5es iniciais s\u00e3o destinados a projetos de restaura\u00e7\u00e3o de, no m\u00ednimo, 3 mil hectares. A Petrobras busca apoiar cinco projetos, totalizando 15 mil hectares e contrata\u00e7\u00e3o de 5 milh\u00f5es de cr\u00e9ditos de carbono. Isso representa cerca de 25 milh\u00f5es de \u00e1rvores plantadas. Na estimativa da empresa, os projetos representar\u00e3o a gera\u00e7\u00e3o de 1,7 mil empregos.<\/strong><\/p>\n Para a presidente da empresa, o lan\u00e7amento do programa \u00e9 “prova viva” da preocupa\u00e7\u00e3o da Petrobras com o meio ambiente.<\/p>\n “\u00c9 um compromisso com o povo que acredita que somos capazes de entregar o que eles desejam, que \u00e9 um mundo mais limpo, mundo mais ameno para nossos filhos e netos”, disse.<\/p>\n<\/blockquote>\n Para Magda Chambriard, trata-se de uma iniciativa de muito audaciosa. \u201cEstamos falando de uma verdadeira revolu\u00e7\u00e3o verde. Isso \u00e9 um projeto estruturante em prol do clima\u201d<\/strong>, acrescentou.<\/p>\n Na apresenta\u00e7\u00e3o do ProFloresta+, a Petrobras estimou que, em 25 anos, o projeto pode chegar a 50 mil hectares (500 km\u00b2), \u00e1rea maior que a cidade de Curitiba (435 km\u00b2), com investimento de R$ 1,5 bilh\u00e3o, capturando cerca de 15 milh\u00f5es de toneladas de carbono (equivalente ao emitido anualmente por 8,94 milh\u00f5es de carros movidos a gasolina).<\/strong><\/p>\n O ProFloresta+ trabalha com prazo de 25 anos. At\u00e9 28 de abril, empresas e interessados podem enviar contribui\u00e7\u00f5es. O edital de licita\u00e7\u00e3o de compra dos cr\u00e9ditos de carbono est\u00e1 marcado para julho de 2025. Empresas interessadas precisam se manifestar por meio deste e-mail<\/em><\/a>.<\/p>\n Aloizio Mercadante citou danos ambientais provocados pelas mudan\u00e7as clim\u00e1ticas no pa\u00eds e no mundo, como as chuvas no Rio Grande do Sul<\/a>, h\u00e1 quase um ano, e a maior seca na Regi\u00e3o Norte em 121 anos<\/a>, para pedir protagonismo no Brasil no cen\u00e1rio internacional.<\/p>\n Para o presidente do BNDES, o Brasil tem que \u201cliderar a agenda ambiental\u201d e fazer da Confer\u00eancia das Na\u00e7\u00f5es Unidas sobre Mudan\u00e7as Clim\u00e1tica (COP30), a ser realizada em novembro, em Bel\u00e9m, \u201cum ponto de inflex\u00e3o, de reflex\u00e3o e de uma agenda de compromisso mais ambiciosa para enfrentar o aquecimento global e a crise clim\u00e1tica\u201d.<\/p>\n \u201cPlantar \u00e1rvore \u00e9 uma resposta decisiva para enfrentar a cat\u00e1strofe clim\u00e1tica\u201d, ressaltou.<\/p>\n<\/blockquote>\n O BNDES apoia outras iniciativas para manter a floresta em p\u00e9, mas o programa lan\u00e7ado nesta segunda-feira \u00e9 espec\u00edfico para restaura\u00e7\u00e3o e aumento da cobertura vegetal nativa.<\/p>\n Petroleira e banco apontam a iniciativa como uma \u201crevolu\u00e7\u00e3o\u201d no mercado de carbono, fazendo com que a demanda (interesse de compra) seja indutora do interesse de projetos ambientais, inclusive atuando na forma\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os e criando par\u00e2metros que sejam replicados em outros projetos.<\/p>\n Segundo a diretora socioambiental do BNDES, Tereza Campello, at\u00e9 agora, interessados em fazer restaura\u00e7\u00e3o de \u00e1reas n\u00e3o tinham garantia de financiamento, nem de compradores do cr\u00e9dito de carbono.<\/p>\n \u201cO que n\u00f3s estamos fazendo hoje \u00e9 inverter essa discuss\u00e3o, gerando uma demanda firme para o mercado. A ideia \u00e9 que ter foco na demanda de cr\u00e9dito de carbono e, com isso, criar todo um ambiente que gere confian\u00e7a e que inicie esse processo\u201d, afirmou Tereza Campello, esclarecendo que os restauradores interessados no programa n\u00e3o est\u00e3o obrigados a contratar empr\u00e9stimos com o banco p\u00fablico.<\/p>\n<\/blockquote>\n O di\u00f3xido de carbono (CO2), tamb\u00e9m chamado de g\u00e1s carb\u00f4nico, \u00e9 um dos principais causadores do efeito estufa e contribui para aquecer a temperatura do planeta.<\/p>\n O mercado de carbono consiste na compra e venda de cr\u00e9ditos para compensar passivos de polui\u00e7\u00e3o. Por exemplo, um projeto ambiental que refloresta \u00e1reas desmatadas ou preserva a natureza contribui para evitar que o CO2 n\u00e3o chegue \u00e0 atmosfera \u2013 \u00e9 o chamado sequestro de carbono.<\/p>\n Esse sequestro de carbono se transforma em cr\u00e9dito que pode ser negociado. Na outra ponta do mercado, empresas que mant\u00eam atividade econ\u00f4mica que contribuem para a emiss\u00e3o de CO2 podem comprar os cr\u00e9ditos, realizando assim uma compensa\u00e7\u00e3o ambiental.<\/strong><\/p>\n Em dezembro do ano passado, foi sancionada a Lei 15.042<\/strong>, que regula o mercado de carbono no Brasil.<\/p>\n Na opini\u00e3o do diretor de Transi\u00e7\u00e3o Energ\u00e9tica e Sustentabilidade da Petrobras, Maur\u00edcio Tolmasquim, o projeto \u00e9 um \u201cmecanismo disruptivo para o setor ambiental\u201d e tem entre suas vantagens o fato de garantir horizonte de longo prazo para os interessados em restaurar a floresta.<\/p>\n \u201cLeva cinco, dez anos para a floresta estar pronta para gerar os cr\u00e9ditos. Enquanto o investidor faz isso, ele n\u00e3o sabe o pre\u00e7o do cr\u00e9dito daqui a cinco anos. Se ele participa de um leil\u00e3o, j\u00e1 sabe o valor e pode montar o seu fluxo de caixa\u201d, declarou.<\/p>\n<\/blockquote>\n Organiza\u00e7\u00f5es da sociedade civil como o Nature Investment Lab (NIL) e o Instituto Clima e Sociedade (ICS)\u00a0contribu\u00edram para elaborar o projeto com informa\u00e7\u00f5es t\u00e9cnicas.<\/p>\n Mercadante disse que haver\u00e1 empresa especializada para certificar a gera\u00e7\u00e3o do cr\u00e9dito de carbono. \u201cO nosso desenho \u00e9 uma certificadora em parceria p\u00fablico e privada\u201d, adiantou. Magda Chambriard acrescentou que, al\u00e9m de garantir a demanda para gera\u00e7\u00e3o de cr\u00e9dito de carbono, a Petrobras espera \u201cfazer dinheiro\u201d com a iniciativa.<\/p>\n “O cr\u00e9dito de carbono \u00e9 como se fosse uma a\u00e7\u00e3o, eu posso comprar e vender”, esclareceu. <\/strong>“N\u00e3o precisa encarteirar<\/em> esse t\u00edtulo em 25 anos. Ela entra agora, compra e, em seguida, pode vender para o interessado, porque esse mercado, se organizando, cada vez vai ter mais liquidez e mais interesse”, completou Mercadante.<\/p>\n A presidente da Petrobras comentou a situa\u00e7\u00e3o do diretor Mauricio Tolmasquim, refer\u00eancia em assuntos ligados a energia, especialmente transi\u00e7\u00e3o energ\u00e9tica. Tolmasquim foi indicado para participar do Conselho de Administra\u00e7\u00e3o da Eletrobras, empresa privada que atua na gera\u00e7\u00e3o de energia.<\/p>\n Perguntada se h\u00e1 conflito de interesses, Magda respondeu: \u201cVamos ver ainda\u201d. Ela afirmou, contudo, que os investimentos na \u00e1rea de sustentabilidade v\u00e3o continuar \u00e0 risca. \u201cFaz parte do nosso planejamento estrat\u00e9gico.\u201d<\/p>\n De acordo com Magda Chambriard, o or\u00e7amento para transi\u00e7\u00e3o energ\u00e9tica nos pr\u00f3ximos cinco anos \u00e9 de US$ 16,2 bilh\u00f5es, representando 15% do capex (dinheiro reservado para investimentos) da empresa. Ela refor\u00e7ou que a Petrobras espera atingir em 2050 o chamado net zero<\/em> (saldo negativo de emiss\u00e3o de carbono) na produ\u00e7\u00e3o de petr\u00f3leo.<\/p>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Uma parceria entre a Petrobras e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econ\u00f4mico e Social (BNDES) pretende criar um mercado de ao menos R$ 450 milh\u00f5es em cr\u00e9dito de carbono, com o objetivo espec\u00edfico de restaura\u00e7\u00e3o florestal na Amaz\u00f4nia. O protocolo de inten\u00e7\u00e3o entre as duas institui\u00e7\u00f5es foi assinado nesta segunda-feira… Continue lendo
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