{"id":156175,"date":"2025-04-12T21:05:12","date_gmt":"2025-04-13T00:05:12","guid":{"rendered":"https:\/\/agencia2.jornalfloripa.com.br\/ler\/156175"},"modified":"2025-04-12T21:05:12","modified_gmt":"2025-04-13T00:05:12","slug":"jogada-de-um-banco-sobre-precatorios-deve-prejudicar-o-mercado","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/agencia2.jornalfloripa.com.br\/ler\/156175","title":{"rendered":"Jogada de um banco sobre precat\u00f3rios deve prejudicar o mercado"},"content":{"rendered":"
Uma verdade pouco considerada \u00e9 a de serem os animais, racionais ou n\u00e3o, motivados por pr\u00eamios e castigos. As rea\u00e7\u00f5es sempre s\u00e3o correspondentes \u00e0s a\u00e7\u00f5es. Tanto isso \u00e9 verdade que com muita frequ\u00eancia temos na vida pessoal, empresarial e governamental decis\u00f5es, cujos resultados n\u00e3o foram os esperados por n\u00e3o levarem em conta as rea\u00e7\u00f5es.<\/p>\n
Os governos, em especial, se excedem no n\u00famero de erros que cometem. Como n\u00e3o os pagam com dinheiro do pr\u00f3prio bolso e n\u00e3o se submetem \u00e0s leis, adotam pol\u00edticas as mais desastradas.<\/p>\n
S\u00e3o os burocratas que, baseando-se em dados hist\u00f3ricos, ignoram que as pessoas reagem aos incentivos de qualquer esp\u00e9cie. Subestimam os efeitos dos refor\u00e7os negativos e positivos, que alteram os dados base da decis\u00e3o.<\/p>\n
O poeta brit\u00e2nico Lord Byron, segundo consta, aconselhava sabiamente: \u201cN\u00e3o trate as pessoas como elas s\u00e3o, mas como gostaria que elas fossem\u201d. Conhecedor da alma humana, o bardo sabia que um incentivo positivo fala muito forte, pois somos influenciados pela opini\u00e3o dos outros.<\/p>\n
A burocracia, que ignora a natureza humana, faz exatamente o contr\u00e1rio. Somos tratados como corruptos e incivilizados, usando como instrumento para conseguir os seus objetivos, n\u00e3o a persuas\u00e3o, mas a puni\u00e7\u00e3o por meio de regulamentos e impostos. E os bandidos como v\u00edtimas.<\/p>\n
Surpreendem-se os latinos ver na Escandin\u00e1via e mesmo nos pa\u00edses anglo-sax\u00f4nicos bancas de frutas e jornais sem vendedores. O cliente se serve e faz o troco. O respeito \u00e0 civilidade \u00e9 absoluto. As pessoas fazem quest\u00e3o de merecer a confian\u00e7a nelas depositadas.<\/p>\n
O que acontece \u00e9 que as decis\u00f5es, particulares e p\u00fablicas, miram no que veem e acertam quase sempre no que n\u00e3o veem. Como no caso presente de um banco, que, usando e abusando de uma pol\u00edtica de inspira\u00e7\u00e3o bem-intencionada das autoridades monet\u00e1rias, est\u00e1 tumultuando o mercado.<\/p>\n
Entenda o que est\u00e1 acontecendo: jogada de master?<\/strong><\/p>\n Inspirado no New Deal, plano de recupera\u00e7\u00e3o do crack de 1929, do presidente ameri Roosevelt, em que a perda da confian\u00e7a dos cr\u00e9ditos banc\u00e1rios provocou a quebra de muitos bancos, o Brasil criou o Fundo Garantidor de Cr\u00e9ditos ( FGC ).<\/p>\n Os recursos do FGC eram coletados de todo o sistema banc\u00e1rio para garantir at\u00e9 R$ 250 mil reais de cada depositante. A inten\u00e7\u00e3o era louv\u00e1vel: evitar uma corrida banc\u00e1ria.<\/p>\n A ideia funcionou at\u00e9 que um banco ousado desvirtuou a ideia colocando no mercado um volume equivalente a mais de 40% dos recursos do FGC para aplica\u00e7\u00f5es de alto risco. Com a garantia existente, o mercado absorveu a extravagante oferta de papeis.<\/p>\n Os recursos captados foram aplicados em t\u00edtulos de liquidez incerta. Fundamentalmente precat\u00f3rias do governo, cujo hist\u00f3rico n\u00e3o inspira confian\u00e7a.<\/p>\n Certamente o banco em quest\u00e3o, conta, como especula o mercado, com participa\u00e7\u00e3o de pol\u00edticos para conseguir o resgate deste d\u00e9bito governamental. Talvez ou n\u00e3o, no final do ano passado o governo antecipou o resgate de um lote de precat\u00f3rias. O que repercutiu muito mal, pois tradicionalmente o governo \u00e9 mau pagador.<\/p>\n As precat\u00f3rias s\u00e3o muito desvalorizadas e certamente foram compradas a pre\u00e7o vil. Se resgatadas proporcionariam um lucro fant\u00e1stico. O pr\u00eamio alto seria compat\u00edvel com o elevado risco. O que n\u00e3o aconteceu, algo fugiu ao controle, levando o banco a sair do mercado.<\/p>\n Esse \u00e9 um exemplo de uma boa inten\u00e7\u00e3o (um fundo para dar tranquilidade ao sistema financeiro) cujos resultados n\u00e3o foram os esperados. E a causa est\u00e1 na raz\u00e3o de que as pessoas reagem de forma imprevisto aos incentivos.<\/p>\n Se esta \u00e9 a realidade, se as pessoas reagem aos incentivos, o que esperar de um Brasil que pune o sucesso com impostos e o fracasso com aux\u00edlios?<\/p>\n A resposta \u00e9 \u00f3bvia: o desest\u00edmulo ao trabalho, ao estudo, ao investimento; e o incentivo \u00e0 ociosidade, \u00e0 ignor\u00e2ncia e ao desperd\u00edcio.<\/p>\n Onde o m\u00e9rito n\u00e3o \u00e9 reconhecido, floresce a mediocridade.<\/p>\n O post Jogada de um banco sobre precat\u00f3rios deve prejudicar o mercado<\/a> apareceu primeiro em Jornal Op\u00e7\u00e3o<\/a>.<\/p>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Uma verdade pouco considerada \u00e9 a de serem os animais, racionais ou n\u00e3o, motivados por pr\u00eamios e castigos. As rea\u00e7\u00f5es sempre s\u00e3o correspondentes \u00e0s a\u00e7\u00f5es. Tanto isso \u00e9 verdade que com muita frequ\u00eancia temos na vida pessoal, empresarial e governamental decis\u00f5es, cujos resultados n\u00e3o foram os esperados por n\u00e3o levarem… Continue lendo