Quando h\u00e1 elei\u00e7\u00f5es, sem golpes, a democracia sempre vence. N\u00e3o imposta se a vit\u00f3ria \u00e9 do centro, da direita ou da esquerda. Substancial \u00e9 que o vencedor assuma o mandato e governe por quatro anos, sem putschs. Ao perdedor, n\u00e3o as batatas, e sim o espa\u00e7o para fazer oposi\u00e7\u00e3o de maneira adequada.<\/p>\n
Ent\u00e3o, nas elei\u00e7\u00f5es municipais deste ano \u2014 em que o centro se agigantou e a direita e a esquerda, as rivais que se \u201codeiam\u201d, n\u00e3o foram t\u00e3o bem \u2014, a democracia \u00e9 a grande vitoriosa. O pa\u00eds segue com institui\u00e7\u00f5es inc\u00f3lumes. As pilastras da democracia seguem s\u00f3lidas, como o P\u00e3o de A\u00e7\u00facar, o futebol, o Parque Nacional das Emas e a poesia de Ang\u00e9lica Freitas.<\/p>\n
Deve se ressaltar que o pleito de 2024 revelou outro grande vencedor \u2014 a m\u00eddia (jornais, revistas, portais, na linha de frente, e emissoras de r\u00e1dio e televis\u00e3o).<\/p>\n
N\u00e3o h\u00e1 d\u00favida de que as pessoas \u201cmoram\u201d em duas casas \u2014 a tradicional, de tijolo ou adobe, e nas redes sociais.<\/p>\n
Por\u00e9m, quando se tratou de se informar a s\u00e9rio, os brasileiros recorreram aos jornais e revistas consolidados \u2014 como o \u201cEstad\u00e3o\u201d, \u201cO Globo\u201d, a \u201cFolha de S. Paulo\u201d, o Jornal Op\u00e7\u00e3o, \u201cO Popular\u201d, o \u201cCorreio Braziliense\u201d, o \u201cZero Hora\u201d, a \u201cVeja\u201d e a \u201cCartaCapital\u201d. Do mundo exclusivamente digital devem ser citados tamb\u00e9m o \u201cIntercept Brasil\u201d, o Metr\u00f3poles, o Di\u00e1rio do Centro do Mundo, o Poder360.<\/p>\n
Quando determinadas not\u00edcias \u201csurgiam\u201d nas redes sociais, produzidas \u201cn\u00e3o\u201d se sabe por quem, os leitores corriam para checar nos jornais a veracidade delas.<\/p>\n
Jornais, revistas e sites mostraram que centenas de not\u00edcias eram n\u00e3o-not\u00edcias divulgadas mais com a inten\u00e7\u00e3o de prejudicar advers\u00e1rios pol\u00edticos. Com seus sistemas de checagem, alavancados pelo jornalismo investigativo, as publica\u00e7\u00f5es estruturadas fizeram (e fazem) um bem enorme \u00e0 sociedade.<\/p>\n
![\"\"](\"https:\/\/www.jornalopcao.com.br\/assets\/2017\/02\/Jornais-pessoas-lendo-lendo_jornais-620x373.jpg\")
<\/figure>\n<\/div>\nA \u201cverdade\u201d da fake News \u2014 note as aspas \u2014 \u00e9 quase sempre mais interessante, em geral por ser escandalosa e atraente, do que a verdade factual, ou seja, o que realmente aconteceu. A miss\u00e3o das publica\u00e7\u00f5es s\u00e9rias \u00e9 divulgar a crueza da realidade, sem edulcor\u00e1-la ou pior\u00e1-la.<\/p>\n
Jornais devem ser objetivos e verdadeiros<\/strong><\/p>\n Leitores perguntam se os jornais e revistas devem ser \u201cisentos\u201d e \u201cimparciais\u201d. Na verdade, devem ser objetivos. Precisam buscar a objetividade poss\u00edvel. Nem sempre ouvir as duas ou mais partes de um fato \u00e9 suficiente. Por isso, por vezes, as publica\u00e7\u00f5es devem se posicionar, confrontando as vers\u00f5es, e informar quem est\u00e1 realmente correto. O terreno das opini\u00f5es \u2014 \u00e0s vezes, contrafa\u00e7\u00f5es \u2014, quando se diz que cada um tem a sua, \u00e9 quase sempre \u201cpantanoso\u201d. Portanto, \u00e9 preciso cavoucar e apresentar os fatos com o m\u00e1ximo de clareza.<\/p>\n Quando assumem uma posi\u00e7\u00e3o, escolhendo um lado \u2014 inclusive em termos pol\u00edticos \u2014, em geral em benef\u00edcio da sociedade, os jornais n\u00e3o devem escond\u00ea-la com subterf\u00fagios.<\/p>\n Os melhores jornais s\u00e3o aqueles que assumem publicamente que apoiam um candidato, expondo seus motivos.<\/p>\n Nos Estados Unidos, neste ano, o \u201cNew York Times\u201d divulgou seu apoio \u00e0 candidata a presidente pelo Partido Democrata, Kamala Harris. O \u201cWashington Post\u201d, que apoiava os democratas, recuou e ficou, digamos, \u201cneutro\u201d (um velho mito jornal\u00edstico). A revista brit\u00e2nica \u201cThe Economist\u201d publicou que Donald Trump \u00e9 um perigo para os Estados Unidos e para o mundo.<\/p>\n No Brasil, a maioria das publica\u00e7\u00f5es n\u00e3o tem nenhuma simpatia pelo bolsonarismo. Mesmo assim, no geral, mant\u00eam o equil\u00edbrio na reportagem e eleva o tom cr\u00edtico nos editoriais. O vezo golpista do grupo do ex-presidente Jair Bolsonaro, com os consequentes ataques \u00e0s institui\u00e7\u00f5es, dificulta qualquer aproxima\u00e7\u00e3o civilizada por parte da m\u00eddia.<\/p>\n O post Quem venceu em 2024: a direita ou esquerda? A grande vit\u00f3ria foi da democracia e da imprensa s\u00e9ria<\/a> apareceu primeiro em Jornal Op\u00e7\u00e3o<\/a>.<\/p>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Quando h\u00e1 elei\u00e7\u00f5es, sem golpes, a democracia sempre vence. N\u00e3o imposta se a vit\u00f3ria \u00e9 do centro, da direita ou da esquerda. Substancial \u00e9 que o vencedor assuma o mandato e governe por quatro anos, sem putschs. Ao perdedor, n\u00e3o as batatas, e sim o espa\u00e7o para fazer oposi\u00e7\u00e3o de… Continue lendo