Megaoperação desarticula rede de empresários e influencers suspeitos de sonegar R$ 80 milhões por ano em Goiás

Mais de 330 policiais federais e servidores da Receita Federal foram às ruas nesta quinta-feira, 28, para desarticular uma quadrilha suspeita de sonegar R$ 80 milhões por ano em tributos fiscais. Entre os alvos estão digitais influencers e lojistas de camelódromos de Goiânia, especializados no transporte, depósito e comercialização de produtos eletrônicos contrabandeados do Paraguai. 

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Os empresários também são investigados por crimes de evasão de divisas, incitação ao crime e lavagem de capitais. Ao todo, as forças de segurança cumprem 76 mandados judiciais de busca e apreensão e de sequestro de veículos na capital goiana, além de Anápolis, Palmas (TO), Manaus (AM) e Confresa (MT). Foram apreendidos veículos de luxo, além de centena de aparelhos eletrônicos.

A organização criminosa, segundo a PF, possuía divisão de tarefas especializadas entre seus membros e as empresas envolvidas, que realizavam a movimentação financeira milionária até por meio de criptomoedas. A prática era uma das formas de lavar o dinheiro dos crimes praticados. 

Veículos apreendidos | Foto: divulgação

“Especialistas”

Os influenciadores digitais desempenhavam um papel fundamental na organização, segundo a PF. Eles atuavam como coaches e se autointitulavam “especialistas” na importação de eletrônicos, ministrando cursos e ensinando seus seguidores a fazerem importação clandestina de produtos sem o recolhimento de impostos, orientando-os, também, a como proceder para “se ocultarem” das autoridades estatais. 

Esses influencers ostentavam uma vida de luxo na internet, realizando postagens de viagens e de carros importados provenientes dos lucros das atividades ilícitas. Os investigados irão responder pelos crimes de descaminho, organização criminosa, evasão de divisas, incitação ao crime e lavagem de capitais. 

A ação é um desdobramento da Operação Mobile – deflagrada em abril deste ano – iniciada a partir da prisão em flagrante de vários transportadores de mercadorias, especialmente eletrônicos, sem os pagamentos dos devidos tributos. Contabilizando somente as apreensões de mercadorias realizadas em fases anteriores da operação, chega-se a um montante de aproximadamente de 10 milhões de reais. 

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