Marginal Botafogo é interditada parcialmente após fortes chuvas

Trechos da Marginal Botafogo foram interditados por conta de danos causados pelas fortes chuvas que atingiram Goiânia no fim da tarde da última terça-feira, 14. Trechos da via ficarão interditados por 15 dias para a realização de obras de recuperação. Durante o período, o tráfego será realizado em meia pista na altura da Rua 88 e do Viaduto Mauro Borges, no Jardim Goiás.

Além disso, equipes da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra) e da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) trabalham na limpeza da pista na altura do Complexo Viário Jamel Cecílio. No local, a expectativa é de que o tráfego seja liberado ainda nesta quarta-feira, 15.

A Marginal foi interditada em quatro pontos. Três desses locais estão próximos ao Complexo Viário da Jamel Cecílio, onde ocorreu o transbordamento do Córrego Botafogo. Os dois sentidos da via foram liberados, exceto uma meia faixa no sentido Sul/Norte próximo a Avenida A.

Chuvas de terça

Fortes chuvas atingiram Goiânia no fim da tarde desta terça-feira, 14, causando alagamentos e deixando pessoas ilhadas. A tempestade teve início por volta das 15h. O volume de precipitação estimado para esta terça-feira está entre 20 e 50 mm por hora, com rajadas de vento de até 80 km/h.

Por conta das chuvas, a Prefeitura de Goiânia, por meio da Defesa Civil, emitiu alerta para a população sobre os cuidados diante das chuvas. De acordo com com o coordenador municipal de Proteção e Defesa Civil, Robledo Mendonça, é necessário tomar medidas preventivas para garantir a segurança.

“Diante das chuvas, que podem ser acompanhadas por ventos fortes, é fundamental que os moradores evitem áreas alagadas, não estacionem veículos sob árvores e, se possível, permaneçam em locais seguros durante tempestades”, afirma.

“A Defesa Civil de Goiânia recomenda, dentre outros cuidados, evitar transitar por áreas alagadas e, se possível, permanecer em casa durante as tempestades. Caso esteja na rua e perceba sinais de alagamento, procure abrigo em um local seguro e elevado”, continua.

O Cihmego, por sua vez, afirma que a combinação de calor e umidade favorece a formação de áreas de instabilidade, o que pode causar chuvas irregulares que podem ser mais intensas em algumas regiões.

A Defesa Civil trabalha de forma preventiva e reativa, atendendo a emergências e realizando acompanhamento contínuo de áreas de risco. A população pode entrar em contato com a Defesa Civil pelo número 153, ou com o Corpo de Bombeiros, pelo número 193.

Segundo dados de ocorrências do Corpo de Bombeiros Militares, foram ao menos duas ocorrências de resgate de pessoas por conta dos alagamentos. Uma delas no Setor Sul e a outra no Jardim Goiás.

Pontos de alagamento

As fortes chuvas que vêm atingindo a capital trouxeram à tona um dos problemas crônicos de Goiânia: pontos de alagamento. Segundo a Defesa Civil do município, a cidade conta com 126 locais de acúmulo de água durante a chuva.

O número representa um aumento de 27,7%, se comparado ao levantamento do órgão em 2023. Na época, a capital tinha 99 pontos de alagamento espalhados por toda a cidade.

Algumas áreas sofrem com problemas historicamente como a Avenida Feira de Santana, no Parque Amazonas. Quando chove forte, a parte baixa da rua alaga a ponto de impedir a passagem segura de veículos.

A Avenida Marginal Botafogo, que ficou interditada devido ao excesso de água na pista neste domingo, 12, também é conhecida pelo problema. A orientação é que motoristas não se arrisquem.

“Vários fatores promovem um ponto de alagamento, como a impermeabilização do solo e a infraestrutura da cidade. A cidade tem que ter investimento em drenagem urbana, micro e macro drenagem”, afirmou o coordenador municipal de Proteção e Defesa Civil, Robledo Mendonça.

Robledo diz que, além do planejamento estrutural, a falta de conscientização da população é outro agravante dos pontos de alagamento. O descarte irregular de lixo faz com sacolas e demais materiais sejam arrastados às bocas de lobo pela enxurrada – consequentemente evitando o escoamento da água.

“Esse lixo tem contribuído negativamente para esses alagamentos na cidade. Isso, ligado às mudanças climáticas, como as chuvas intensas ou secas intensas, tem nos mostrado uma nova realidade”, explicou.

Áreas em situação de risco aumentam

Além dos pontos de alagamento, as áreas em situação de risco também apresentaram aumento na comparação com 2023. Há dois anos, eram 30 regiões catalogadas pela Defesa Civil. Atualmente, a Prefeitura de Goiânia tem 33. Ou seja, uma alta de 10%.

Segundo o coordenador do órgão, as áreas de risco são definidas quando há casas ou comunidades vivendo em locais sujeitos a riscos hidrológicos e geológicos, tais como: enxurradas, erosões, deslizamentos e inundações. Alguns dos pontos mais críticos se encontram no Parque Tremendão, Jardim América e Vila Bandeirantes.

“Os locais de maior risco são próximos aos cursos hídricos, como o Córrego Capim Puba, Ribeirão Anicuns e Rio Meia Ponte. Temos um trabalho constante para evitar desastres nestes locais”, diz.

Nas regiões consideradas de risco, as equipes verificam a presença de entulhos nos córregos e se houve algum tipo de trinca, rachadura, infiltrações ou indícios de possíveis deslizamentos que possam trazer riscos à população. Durante o período chuvoso, a fiscalização é redobrada.

Isso porque o risco de desastres aumenta consideravelmente, de acordo com Robledo. Neste domingo, por exemplo, a chuva derrubou árvores, alagou ruas e provocou um deslizamento de terra na Avenida Marginal Botafogo, interditando a alça de acesso da Rua dos Comerciários.

“A Defesa Civil faz levantamentos e encaminha o relatório à Seinfra ou para a Comurg, se for uma questão de limpeza, para que providências sejam tomadas para evitar desastres. Caso ocorra um desastre, a gente aciona a secretaria para realizar o trabalho. Trabalhamos com essas duas frentes de gestão”, concluiu Robledo.

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