Até quando o mundo será estragado por bilionários burros e mimados?

Em menos de 15 dias após assumir seu segundo mandato, Donald Trump já deixou claro o que pretende fazer com o poder: governar para a elite bilionária e atropelar qualquer resquício de decência humana e política. Cercado pelos homens mais ricos do mundo, Trump voltou à Casa Branca com o apoio de Elon Musk, Jeff Bezos, Mark Zuckerberg e outros magnatas que acumulam juntos uma fortuna de US$ 1,3 trilhão. Seu governo, ao que tudo indica, será uma extensão de seus interesses pessoais e daqueles que o sustentam.

Porém, o aspecto mais recente e grotesco da nova administração Trump é sua proposta para Gaza. Depois do genocídio que dizimou milhares de palestinos, o presidente norte-americano agora quer concluir o serviço com uma limpeza étnica definitiva, expulsando os sobreviventes para outros países e transformando Gaza na “Riviera do Oriente Médio”. A proposta foi anunciada em uma entrevista ao lado de Benjamin Netanyahu e imediatamente rejeitada por Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina. Abbas deixou claro que Gaza é parte integral do Estado palestino e que os palestinos não aceitarão ser removidos de sua própria terra. A ONU também reagiu, lembrando que transferências forçadas de populações ocupadas constituem uma violação do direito internacional.

Um levantamento recente da Oxfam, apresentado no Fórum Econômico Mundial de 2024, revelou que os bilionários estão ficando ainda mais ricos em um ritmo acelerado, enquanto os mais pobres permanecem estagnados. Seja em qual país for, a desigualdade segue como uma constante, um ciclo hereditário que favorece os de cima e condena os de baixo à precariedade. Esse abismo social é bem traduzido no clássico brasileiro “Xibom Bombom”, do grupo As Meninas, lançado em 1999. A letra, que continua atual, denuncia como “o rico cada vez fica mais rico e o pobre cada vez fica mais pobre”, reforçando a realidade de um sistema que perpetua injustiças, massacra os mais vulneráveis e ainda os culpa pela miséria de suas próprias vidas.

Mentira e manipulação

Desde sua posse, Trump tem enfrentado dificuldades no Senado para aprovar seus indicados a cargos-chave. Um exemplo claro é Pete Hegseth, comentarista da Fox News e veterano da Guarda Nacional, que foi escolhido para comandar o Departamento de Defesa sem qualquer qualificação real para o cargo. Para contornar as resistências, o governo tem recorrido a métodos questionáveis: a chantagem e a pressão política. Musk, por exemplo, já teria ameaçado senadores republicanos que não apoiarem os indicados de Trump com o financiamento massivo de seus opositores nas próximas eleições.

Esse modelo de governança evidencia que o poder econômico dita as regras da política norte-americana. O que era para ser uma democracia se transforma, cada vez mais, em um clube privado de bilionários que utilizam suas fortunas para manipular o destino de milhões de pessoas. Desde que os “donos das redes sociais” passaram a figurar ao lado de Trump, os canais digitais passaram a impulsionar uma agenda de extrema-direita, alterando algoritmos para favorecer conteúdos alinhados ao governo. Perfis foram inscritos automaticamente como seguidores do vice-presidente J.D. Vance, incluindo o ator Paulo Gustavo, que faleceu em 2020. A distorção da realidade por meio das redes sociais se tornou uma arma poderosa na mão desses milionários sem escrúpulos.

O plano de Trump é grotesco e imoral, mas não surpreende. Em seu primeiro mandato, ele instituiu políticas de deportação em massa, fortaleceu a perseguição a imigrantes e promoveu discursos racistas e xenofóbicos. Agora, busca consolidar sua própria versão de uma “solução final” para a Palestina, respaldado por políticos israelenses de extrema-direita.

A pergunta que fica é: até quando o mundo vai permitir que milionários burros e mimados, como Trump, Musk e Zuckerberg, continuem ditando o destino de bilhões de pessoas? A história já mostrou onde esse tipo de poder descontrolado pode levar. Resta saber se aprenderemos a lição antes que a luta de classes elimine, de uma vez por todas, uma das classes.

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